COSTA, A. R. T. ; BARA, M. T. F
Laboratório de Farmacognosia, Faculdade de Farmácia, Universidade
Federal de Goiás
anetrento@uol.com.br; mbara@farmacia.ugf.br
Palavras-chave:
fitopatógenos, antifúngicos, extratos de plantas.
Os fitopatógenos estudados foram Fusarium
oxysporum, Fusarium solani, Macrophomina phaseolina, Rhizoctonia solani e
Sclerotium rolfsii, sendo que os fungos foram inoculados em placas de Petri
cujo meio de cultura utilizado foi o BDA, sendo mantida a temperatura ambiente.
As plantas utilizadas foram: Aroeira (M.urundeuva), Araticum (A.crassiflora),
Copaíba (C.langsdorffii), Lobeira (S.lycocarpum), Pequi (C.brasiliense),
Pitanga (E.uniflora), Cravo-da-índia (S. aromaticum), Neen (A.indica)
e Orégano (O. vulgare). A obtenção do extrato bruto etanólico foi feita
por maceração a frio em etanol 96% das plantas dessecadas, seguida de
rotaevaporação.
Para avaliar a bioatividade dos extratos, estes foram adicionados ao meio de cultura ágar BDA numa concentração de 1% (v/v). Foi selecionado o cravo-da-índia para novos estudos, cujos botões florais foram submetidos a um tratamento de hidrodestilação, e a sua fração volátil foi acrescentada em concentrações variadas ao meio BDA, para se determinar a concentração inibitória mínima (CIM).
Paralelamente foi feita a cromatografia gasosa deste óleo, para identificar seus componentes químicos e também foram realizados ensaios com eugenol purificado (Sigma), para se buscar correlacionar sua atividade antifúngica à do óleo essencial.
Para se investigar o efeito antifúngico do óleo de cravo, as culturas foram colocadas em contato com o mesmo numa concentração de 0,15% (v/v), em meio de cultura caldo Sabouraud. Após 12 horas de incubação, as culturas foram observadas em microscópio óptico acoplado a um sistema de captura de imagens. Posteriormente foram feitos ensaios consistindo da reinoculação em ágar BDA dos discos contendo micélios tratados com cravo, para se investigar o potencial fungicida ou fungistático deste óleo.
Resultados e Discussão
O extrato bruto de cravo-da-índia a 1% demonstrou uma acentuada atividade antifúngica, inibindo completamente Fusarium oxysporum, Fusarium solani, Rhizoctonia solani e Sclerotium rolfsii. Em função deste resultado, foram realizados experimentos com o óleo essencial dessa planta, nas concentrações de 1%, até se determinar a CIM. A CIM obtida para o óleo essencial de cravo da índia foi de 0,05% (v/v). Orégano, neen e copaíba mostraram-se pouco eficazes contra os fungos estudados, enquanto as outras plantas não apresentaram nenhuma atividade antifúngica.
Por meio de cromatografia gasosa comprovou-se que o composto majoritário do óleo essencial de cravo-da-índia é o eugenol, sendo atribuído a este composto o efeito antifúngico, uma vez que num ensaio realizado com eugenol purificado (Sigma), observou-se o mesmo resultado.
Ao se investigar o efeito do óleo de cravo-da-índia sobre o crescimento dos fungos F. oxysporum, F. solani, R. solani e S. rolfsii verificou-se o seu efeito fungicida, uma vez que reinoculando-se de discos contendo o micélio dos fungos em ágar BDA, após incubação de 12 horas em meio líquido, não houve uma retomada do crescimento fúngico. Além disso, pôde-se observar em microscopia óptica, alterações morfológicas nas células fúngicas, tais como destruição da parede celular, intensa vacuolização e fragmentação das hifas, caracterizando morte celular. M. phaseolina foi inibida pelo óleo de cravo apenas na concentração de 1% (v/v), sendo resistente a concentrações mais baixas.
Conclusões