TITULO

 

ALFABETIZAR OU LETRAR?  O DESAFIO DA ESCOLA DE PRIMEIRA FASE DO ENSINO FUNDAMENTAL.

 

Autores: Juçara Gomes de Moura

Rosângela Aparecida Bernardes

Universidade Federal de Goiás – Campus de Catalão

jucaramoura@hotmail.com

rosangelabap@ibest.com.br

Palavras Chaves:

Alfabetizar, letrar, educação, ensino fundamental.

 

JUSTIFICATIVA

 

 

            Atualmente se discute muito acerca da aprendizagem em específico na área da leitura e da escrita, nas escolas públicas de todo o país.

            Esta tem sido uma preocupação de grande parte da sociedade educativa em entender por que os alunos lêem e escrevem mas não têm uma compreensão dessa leitura.

            Podemos afirmar que as práticas sociais de leituras e escrita assumem uma natureza relevante no contexto da população estudantil, que embora alfabetizada, não domina as habilidades de leitura e de escrita necessárias para uma participação efetiva e competente nas práticas sociais e profissionais que envolvem a língua-escrita.

            Para justificar tal afirmação usamos as informações obtidas pelo censo, pela mídia e pela produção acadêmica, os quais procuram explicar por vias de dados coletados por pesquisas (PNADS), mas limitaremos a discussão em torno dos dados divulgados pelo censo e pela mídia. Enquanto acadêmica acreditamos que a defasagem na aprendizagem e na compreensão da mesma, está relacionada com vários fatores como: econômico, político e cultural nos quais professores e alunos são vítimas, e a universidade faz parte desse processo.

            Desde 1940, o conceito de alfabetizado era aquele sujeito que soubesse escrever o seu próprio nome, ou um simples bilhete.

            Partindo dessa informação alegamos que o sujeito não só sabia escrever o próprio nome, mas também exercia uma prática de leitura e escrita, mesmo que fosse parcial.

            A partir da década de 50 e até aos dias atuais, o resultado do censo tem sido apresentado por Pesquisas Nacionais por Amostragem de Domicílios (PNADS), pelo critério de anos de escolarização, em função dos quais se caracteriza o nível de alfabetização funcional, ficando implícito nessa análise que, após alguns anos de aprendizagem escolar o sujeito terá não só aprendido a ler e escrever, mas também a fazer uso da leitura e da escrita.

            Por outro lado, as informações divulgadas pela mídia referente a competências de leitura e escrita da população brasileira, qualificam como semi-analfabetos, iletrados e analfabetos funcionais.Ou seja, alto índice de analfabetos funcionais.Qual o papel da escola diante desse quadro alarmante?

            Diante desse questionamento justificamos a importância do presente projeto.

 

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

            Todo projeto de ensino e de aprendizagem apresenta uma historicidade e uma temporalidade que o caracterizam como um projeto social. Partindo dessa análise e da visão de Soares (1980), o letramento não é simplesmente um conjunto de habilidades individuais, mas um conjunto de práticas sociais ligadas á leitura e a escrita desenvolvida no contexto social, e a escola distancia um aspecto do outro, ou seja, a escola valoriza apenas o conhecimento sistematizado homogeneamente, e não valoriza o conhecimento de mundo que o aluno traz consigo, rico na diversidade cultural.

            Nessa perspectiva, Soares (1998), enfatiza que a alfabetização se define pela ação de ensinar/aprender a ler e escrever e que letramento se refere ao estado ou condição do sujeito que cultiva e exerce tais práticas de leitura e escrita. A autora argumenta ainda que o fenômeno do letramento, para ser compreendido, depende do contexto socioeconômico em que está inserido,podendo manifestar-se de formas diferentes em função da realidade de cada sujeito.                                      

 

 “O que o letramento é depende essencialmente de como a

                                    leitura e escrita são concebidas e praticadas em determinado

                                    contexto social: letramento é um conjunto de práticas de leitura

                                    e escrita que resultam de uma concepção de o quê,como,

                                    quando e por quê ler e escrever” (p.75).

 

            Nesse sentido, interessa-nos investigar como os professores lidam com aspectos peculiares da leitura e da escrita, e como a desenvolvem juntos aos alunos.Ou seja, como constroem uma forma especifica de problematizar, num processo de construção e reconstrução de significados sobre si mesmo e sobre o mundo que o cerca.

                       

 

METODOLOGIA

 

            Este trabalho de pesquisa se valerá da abordagem qualitativa, pois a mesma supõe um contato direto do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada. Este obedecerá os seguintes itens:

 

ANÁLISE PARCIAIS DOS DADOS COLETADOS.

           

Os dados parciais revelam o distanciamento da escola pesquisada frente à concepção de letramento. Uma das coordenadoras, e uma professora admitem que o assunto é complexo. Elas dizem não compreenderem bem o termo letramento, mas analisam como relevante para o professor e aluno serem formados nessa abordagem. Alegam dificuldades de estarem trabalhando nessa perspectiva, pois não têm material e nem recursos disponíveis para investir em uma formação que leve em conta a busca da cidadania.

 

CONCLUSÕES

           

A pesquisa, a partir dos dados parciais, aponta questões como a ausência de materiais necessários para a realização de um trabalho que aproxime o conhecimento sistematizado da escola e o capital cultural dos alunos; o planejamento das professoras segue rigorosamente o projeto da Secretaria, à qual a escola está vinculada. Esse projeto tem como referência uma abordagem mecanicista, fechado em si mesmo, desconsiderando a perspectiva do letramento.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

Kleiman, Ângela (Org.). A formação do professor: Perspectivas da lingüística aplicada. Campinas, SP: Merc.de letras. 2001.

 

Kleiman, Ângela. Os significados do letramento.

São Paulo, SP: Merc.de letras, Ed.e Liv.Ltda. 2002.

 

Rojo, Roxane (Org.). Alfabetização e letramento.

São Paulo, SP: Merc.de letras, Ed.e liv.Ltda. 2001.

 

Soares, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros

Belo Horizonte: Ed. Autêntica. 2000.

 

Soares, Magda. Alfabetização e letramento.

São Paulo, SP: Ed.Contexto. 2003.

 

Signorini, Inês (Org.). Investigando a Relação Oral/ Escrito e as teorias do letramento. Campinas, SP: Ed. Merc.de letras. 2001.

 

Terzi, Sylvia Bueno. A construção da leitura: Uma experiência com crianças de meios iletrados . Campinas, SP: Ed. Pontes. 2001.