TÍTULO DO PROJETO: TRABALHANDO EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ESCOLARES
FACULDADE DE ENFERMAGEM – PROLICEN/2004
LINO, A. I.A.; SANTOS, M.A.M.; MORAIS, H.N.F.; LOPES, C.L.R.
Palavras-chave: Educação, Saúde, Escolares
JUSTIFICATIVA
Trabalhar educação em saúde com crianças e adolescentes dentro do ambiente escolar torna-se interessante porque permite o desenvolvimento de ações eficazes e abrangentes junto a essa população. Segundo Fonseca (1994), isso é possível porque tanto a Educação quanto a Promoção da Saúde, perseguem o mesmo objetivo de harmonia, equilíbrio, bem-estar e auto-realização do ser humano.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem estar físico, mental e social. Entretanto, autores como De Jours (1986) e Segre & Ferraz (1997), contestam esse conceito, pois o perfeito e completo bem-estar, além de utópico, só pode ser avaliado se considerados aspectos pessoais de cada indivíduo. No entanto, não restam dúvidas de que a busca por uma melhor qualidade de vida ou por uma satisfação com a vida, visa esse objetivo de bem estar, o qual não precisa ser necessariamente perfeito, o que seria inatingível, mas no mínimo satisfatório para cada sujeito dentro de seu contexto bio-psico-social.
Considerando que a idade escolar representa uma fase importante para a vida de crianças e adolescentes, com alterações significativas não só no aspecto físico como também psíquico e social, a educação em saúde deve enfocar questões que vão além de experiências individuais, ou seja, refletir no âmbito coletivo da sociedade.
A escola tem um papel fundamental de proporcionar ao adolescente o exercício de se identificar como um ser humano possuidor de espaço no meio social. Além desse papel, essa instituição também pode ser concebida como um espaço privilegiado para a promoção da saúde num enfoque ampliado, na perspectiva de construção de cidadania e de envolvimento dos diversos atores que compõem esse universo: estudantes, profissionais de educação, familiares, líderes comunitários e profissionais de saúde (Rocha et al., 2001).
METODOLOGIA
Neste projeto, tem-se desenvolvido atividades diversificadas com a intenção de promover Educação em Saúde junto aos escolares. Dentre estas, encontra-se o desenvolvimento de palestras junto às crianças e adolescentes, permitindo a participação dos mesmos durante a exposição dos temas, visando manter uma interação efetiva entre palestrante e escolares. O trabalho está sendo desenvolvido em uma escola pública de Goiânia-Goiás com 255 alunos, no período de 0l de junho/2004 a 31/12/2004.
O projeto não tem financiamento, conta com uma bolsa do PROLICEN.
Como atividade de pesquisa foi realizado o levantamento dos escolares sobre os métodos contraceptivos, após aprovação pelo Comitê de Ética do Hospital de Clínicas/UFG, cujo resultado será apresentado a seguir.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Após sistematização dos dados, verificou-se que a maioria dos participantes era do sexo feminino (50,6%), cursava a 1ª série (46,3%) e a faixa etária variou entre 14 e 19 anos, sendo que a maioria, (49,4%) tinha idade entre 16 e 17 anos (Tabela 1).
Tabela 1- Características dos estudantes de uma Escola Pública de Goiânia-Goiás, quanto ao sexo, idade e série. Goiânia, 2004.
Características
|
F |
% |
Sexo |
|
|
Masculino |
123 |
48,2 |
Feminino Não Informaram
|
129 3 |
50,6 1,2 |
Idade |
|
|
14-15 |
93 |
36,5 |
16-17 |
126 |
49,4 |
18-19 Não Informaram
|
30 6 |
11,8 2,3 |
Série |
|
|
1ª |
118 |
46,3 |
2º |
74 |
29,0 |
3º Não Informaram |
59 4 |
23,1 1,6 |
|
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Tabela 2- Distribuição dos adolescentes segundo as informações sobre os métodos contraceptivos e fontes de aquisição das mesmas. Goiânia, 2004.
Variáveis |
F |
% |
Informações |
|
|
Sim |
191 |
74,8 |
Não |
57 |
22,1
|
Não Informaram
|
7 |
3,0 |
Fontes de informações |
|
|
Televisão |
146 |
57,2 |
Amigos |
129 |
50,5 |
Família |
109 |
42,7 |
Revistas |
98 |
38,4 |
Livros |
62 |
24,3 |
Jornal |
37 |
14,5 |
Outros |
36 |
14,1 |
Internet |
31 |
12,1 |
|
|
|
Quanto aos métodos contraceptivos que os participantes conhecem a forma de utilização, os mais citados foram o preservativo masculino (34,1%) e a pílula anticoncepcional (16,0%). Dentre os métodos menos citados encontra-se o espermicida (0,3%) e a injeção (1,5%), (Gráfico 2). Prestes et al. (1994) e Bruno, et al. (1997) também verificaram em seus estudos que os métodos anticoncepcionais mais usados foram o preservativo (condon) e os anticoncepcionais orais. Entretanto, Almeida et al. (2003) encontrou o preservativo masculino como método mais referido (cerca de 95,0%).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Almeida MCC, Aquino EML, Gaffikin L, Magnani RJ. Uso de contracepção por adolescentes de escolas públicas na Bahia. Revista de Saúde Pública. 37 (5). São Paulo. 2003.
Bruno VZ, Sousa MA, Teixeira LGM, Silva RB, Silva RB, Guanabara EM, Oliveira FC. Sexualidade e anticoncepção na adolescência: conhecimento e atitude. Reprodução & Climatério. 12 (3). 1997. p. 137-140.
De Jours, C. Por um novo conceito de saúde. Revista Brasileira de Saúde
Fonseca, J.P. Aluno, Paciente, Cidadão: a saúde escolar em questão. In: Conceição, J.A.N. Saúde escolar: a criança, a vida e a escola. São Paulo: Sarvier, 1994. p. 23-33.
Prestes, Raul C; Colpani, Jarbas; Burlamaque, Rogério; Pozza, Maurício; Zandoná, Jarbas M; Herzog, Márcio L; Brum, Janice B; Mesquita, Joäo A; Reis, Rudimar F. Anticoncepcäo e sexualidade entre escolares / Contraception and sexuality among adolescents ; Rev. med. Hosp. Säo Vicente de Paulo; jul.-dez. 1994.
Rocha, C.R.M.; Ferriani, M.G.C.; Souza, M.S.S. Acompanhamento do adolescente na escola. Adolescer: compreender, atuar, acolher: Projeto Acolher / Associação Brasileira de Enfermagem. Brasília: ABEn, 2001. 304p.