MAQUETES E JOGOS PARA EDUCAÇÃO PARTICIPATIVA E INCLUSIVA COM ÊNFASE NA BIOLOGIA DAS JUNÇOES CELULARES

 

 

 

CARVALHO, R.1; FARIA, M. T.2; OLIVEIRA, I. G.2; MENEZES, J. C. N.2; MENEZES J. S. 2; SCHILIEWE, M. A.2; SILVA, R. M.2; LAY-ANG, G.2; GOMIDES, J. L.2; SABÓIA-MORAIS, S. M. T.3

 

 

1 Graduando em Biologia - Licenciatura - Universidade Federal de Goiás e bolsista da PROLICEM - rcitapuranga@bol.com.br

2 Graduandos em Biologia - Licenciatura – Universidade Federal de Goiás e bolsistas do Projeto de Extensão financiados pela Pro-reitoria de Extensão e Cultura da UFG (PROEXT) em associação com o MEC/Sesu.

3  Professora Doutora de Biologia Celular e do Desenvolvimento – Universidade Federal de Goiás - saboias@terra.com.br   

 

 

* Este trabalho foi financiado com recursos do: PROEXT – MEC – Sesu –2004, PROEC-UFG, FUNAPE e PROLICEM.

 

 

 

Palavras-chave: maquetes, jogos, biologia das junções celulares, educação inclusiva.

 

 

INTRODUÇÃO

           "Associação Brasileira de Brinquedotecas alerta que os jogos além de divertidos, desenvolvem o pensamento, a concentração, a atenção e o convívio social" (Bélem, 2004).

           Os objetos de estudo que muitas vezes são ministrados nas escolas têm uma forma desinteressante ou pouco integrada a realidade local, regional ou atual, fazendo com que seja difícil a relação do conteúdo ministrado com as vivências cotidianas (Freire, 1982a, 1982b, 1984). Diante disto, propõe-se que a linguagem científica deve ser trabalhada, transformada e levada a todos os  alunos de maneira desmistificada e acessível, este é sem dúvida o papel do cientista e do pesquisador, divulgar os achados científicos a humanidade e atuar na socialização do conhecimento, atividade esta que é tão importante, quanto produzir os experimentos e as tecnologias que os geram.

           Ocorre que além da divulgação, nos preocupa a compreensão e a formação de agentes de transferência (tutores / licenciandos em biologia) deste conhecimento. Neste sentido, a ação de divulgação deve transcender seus limites, ser na verdade o agente de transformação da realidade didática de nossos futuros professores, atualmente licenciados, fazendo-os levar esses conhecimentos através de jogos e maquetes, aos alunos da rede pública e privada do ensino fundamental e médio de Goiás.

MATERIAIS E MÉTODOS


          Para a construção dos jogos e maquetes foram realizadas as seguintes etapas:

1 – delimitação e aprimoramento do tema: Junções Celulares – a escolha deste tema esta relacionada com a sua grande importância como alicerce no saber da biologia celular e do desenvolvimento, e também, a elucidação de um conteúdo pouco divulgado nas literaturas de nível fundamental e médio;

2 – criações de modelos tridimensionais e jogos didáticos utilizando-se para tanto de partes de plantas do bioma Cerrado, já secas, e materiais reciclados, que proporcionasse uma nova dimensão de conhecimentos para os espectadores. Utilizamos para confecção destes, materiais que estimulasse a percepção para o tato: sementes do Cerrado, palitos, cortiça, folhas de Polypeduim sp., madeira talhada e para olfação: especiarias como o cravo, manjericão e orégano. Além disso, os aspectos biológicos foram organizados, apresentados à tinta (redigidos), e também, transcritos para linguagem Braile.

A partir da obtenção dos moldes ou dos jogos os graduandos transferiram as informações para os colegas ouvintes, por meio da seguinte seqüência de atividades:     1) explanação e discussão dos temas; críticas; 2) exposição dos temas para os alunos do ensino fundamental e médio; 3) aplicação de questionários para coleta de dados; 4) coleta informal de dados e 5) transformação dos dados para análise estatística.

 

RESULTADOS E CONCLUSÕES


          As ações desenvolvidas contribuíram para a formação de educadores jovens, licenciandos em biologia da Universidade Federal de Goiás, que estiveram em contato com a realidade da escola pública e privada de ensino fundamental e médio. Estas ações pretenderam ainda realizar a formação em prática pedagógica diferenciada com fundamentação teórica, discussões, reflexões, trocas de experiências com profissionais já atuantes e conhecedores da estrutura vigente da escola pública e privada no município de Goiânia. Para tanto realizou-se as seguintes ações: a) produção de novos jogos com temas diferenciados – junções celulares; b) divulgação nas escolas destes jogos e maquetes por meio de visitas, participação em feiras de ciências; c) realização exposições de jogos clássicos e de outros recém construídos às escolas visitantes do espaço lúdico da UFG; d) Agregação de valor ao produto feito pelos nossos licenciandos em biologia e f) promoção e execução de cursos e palestras de reciclagem para licenciandos e professores da área biológica;

            Dentre as ações citadas acima, observou o não conhecimento de jogos educativos por parte dos alunos, o que pode indicar também o desconhecimento dos professores sobre os mesmos. Através deste dado constata-se que provavelmente os professores que passaram por um curso de licenciatura plena em biologia, não tiveram disciplinas que abordassem sobre a utilização e importância dos jogos no currículo escolar.

            Os jogos e maquetes é uma excelente fonte de transferência de conhecimento e tem demonstrado ser ferramenta eficaz para o aprendizado de alunos de Ensino Fundamental e Médio, já que promove rápida assimilação de conteúdos. Sobre o tema abordado, junções celulares, a inferência encontrada nos questionários respondidos no término das apresentações, complementada com indagações e discussões entre os licenciandos e ouvintes,  nos leva a afirmar, que a metodologia empregada foi bem aceita, por ficar claro que houve transferência de conhecimento e modificação do comportamento do aprendiz.

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

1     –  Textos do http://www.adufg.org.br/milton2.htm

2 – Freire, Paulo Educação e Mudança. 5o ed Rio de Janeiro, Ed. Paz e Terra, 1982a.

3 –  -------------------- Ideologia e Educação. 1o ed. Rio de Janeiro, Ed. Paz e Terra, 1982b.

4 – -------------------- “Educação. O sonho Possível”. In Brandão, Carlos Rodrigues. O educador: Vida e Morte, 5o ed. Rio de Janeiro, Ed. Graal, 1984.

5 – Domingues, José Luiz. Didática e Currículo: aproximações e especificidades. VII (Anais) Goiânia, 1994.

6 – Lúria, S. Vida: experiência inacabada, Ed. EDUSP, 1987.

7 – Gleiser, Marcelo Arquimedes (História da Ciência) Ed. Companhia das Letrinhas, 2000.

8 – Sabóia-Morais, Simone Ma T. Bretas, M.; Cardoso, M.; Breseghello, L.; Somma, R. E.; Schiliewe, M.; Faria, M. T.; Leal, F., Rolim, K.; Bailão, A; Silva, P. Medonça, Mercês. Pietsch. Moldes em biologia destinados a alunos com necessidades especiais. Resumos da 1a Expoeducação – SBPC, UFG, 2002.

9 – --------------------. Experiências lúdicas em biologia. Resumos da 1a Expoeducação – SBPC, UFG, 2002.

10 –  --------------------. Ensinando e Aprendendo, integração dos alunos da graduação em biologia com os professores do ensino fundamental e médio. Resumos da 1a Expoeducação – SPBC, UFG, 2002.

11 – Cury, Carlos Roberto Jamil “Parâmetros curriculares Nacionais” e o ensino Fundamental. UFMG, min 1996. 

12 - Hall, G. História dos jogos e das diversões. Ed. Eko, Blumenau – SC, 50 pág.(s) 1995.

13 - Belém, V. Encarte do jornal o popular – Almanaque Edição nº 811 – 1 a 7 pág. (s) de 25 de abril de 2004.