AS REPRESENTAÇÕES ACERCA DO ESPORTE DE LAZER ENTRE PRATICANTES DE VOLEIBOL NA MELHOR IDADE.

 

Autor: Prof. Esp.José Pedro de Oliveira Alvarenga

Faculdade de Educação Física/UFG

E-mail: jotape@fef.ufg.br

Palavras-chaves: lazer – esporte – qualidade de vida.

 

1- NTRODUÇÃO=

 

            Este trabalho refere-se a uma pesquisa de campo a qual encontra-se em andamento, que tem a intenção de abordar a temática do lazer, mais especificamente o esporte de lazer através da prática do voleibol, vivenciado de maneira informal por vários grupos femininos com idade média de 45 anos no município de Goiânia-Go. Muitas destas senhoras participam destas atividades pela total identificação com a modalidade esportiva, além de uma boa performance respeitando-se as limitações físicas; outras integrantes não possuem nem habilidade nem tanta afinidade com esta modalidade, porém, assim mesmo são aceitas pelo grupo por diversos motivos como amizade, parentesco, etc. Em ambos os casos, quase todas elas desconhecem o real significado do termo lazer, da sua amplitude e possibilidades diversificadas, e de forma semelhante ignoram que, esta prática poderá interferir de maneira positiva, direta e indiretamente na sua vida, no seu trabalho e no seu relacionamento com as pessoas com quem convive.

            No conturbado contexto urbano das grandes cidades, surgem com suas peculiaridades, as inúmeras atividades consideradas e descritas como lazer, as quais proporcionam um determinado tipo de excitação às pessoas que as praticam ou apenas assistem como espectadores/torcedores. Reportando-se ao lazer, ELIAS & DUNNING(1995) afirmam que “a excitação é por assim dizer o condimento de todas as satisfações próprias dos divertimentos”. Por este prisma podemos entender que o lazer está e estará quase sempre presente em nossas vidas, às vezes de maneira positiva e marcante, outras vezes nem tanto, porém, permeando as mais diferentes manifestações neste sentido. Para muitos autores o lazer é sinônimo de prazer, entendendo que o ser humano muitas das vezes, confunde-se não sabendo distinguir: lazer, emoção, prazer, sensação de liberdade, ludicidade.

            Neste sentido BRAMANTE (1998) bem conceitua o lazer como sendo “expressão humana caracterizada pela experiência pessoal”, tendo como eixo principal a ludicidade.

            Lançando mão mais uma vez dos autores ELIAS & DUNNING (1995), estes citam que “o ponto central do lazer está na relação das necessidades das características do lazer e do tipo de sociedade onde ela se insere”. Estes mesmos autores afirmam que o esporte moderno - o que conhecemos hoje e que é diferente do esporte com características ritualísticas e festivas como era praticado na antiguidade - surgiu a partir da institucionalização de práticas populares na Inglaterra no final do século XVIII e representava uma das principais manifestações de lazer das classes dominantes da época.

            Neste contexto de grupos que buscam o lazer em suas mais diferentes manifestações é que aparece o esporte de lazer, no caso específico o voleibol praticado de maneira lúdica, desprovida de muita competividade e do “vencer a qualquer custo” é que pretendo elaborar meu estudo.. Curiosamente os praticantes são quase que exclusivamente pessoas do sexo feminino, as quais se reúnem semanalmente em diversos locais como: clubes, associações de bairros, academias e condomínios, na intenção de praticar um voleibol diferenciado que tanto faz bem ao corpo e mais ainda ao espírito, onde na maioria das vezes compartilhando as mesmas intenções e idéias do “jogar com e não apenas jogar contra”(BROTTO, 1997) tornando desta maneira o jogar voleibol uma brincadeira saudável e gostosa de participar, a qual não prioriza o vencer, muito menos o aspecto de ser campeão “custe o que custar”.

           

2 – OBJETIVOS - Espero que com este trabalho poder atingir quatro objetivos:

 

 

 

 

 

3 - MATERIAL E METODOLOGIA=

 

                        Pretendo coletar os dados deste trabalho através de uma pesquisa participante, etnográfica; a observação das atividades dos sujeitos de pesquisa, o uso de questionários semi-estruturados com perguntas abertas e também fechadas; pretendo fazer uso de  gravador, fitas K-7 para posterior transcrição, análise e publicação conforme cronograma acima, também poderão ser instrumentos de pesquisa. Devido às características peculiaridades do público alvo e do trabalho que será desenvolvido, bem como da maneira que pretendo obter os dados para a elaboração de minha pesquisa, acredito que não será uma tarefa fácil de ser cumprida, porém este também é um objetivo a ser alcançado. 

 

4 – PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA=

 

           

            Dentre as etapas do meu plano de trabalho, parte delas já foram iniciadas no segundo semestre de 20004; sendo assim encontra-se em execução as duas etapas iniciais(1ª e 2ª fase) de acordo com o cronograma abaixo; as demais etapas seguirão de acordo com a obtenção dos dados da pesquisa. A princípio este é o cronograma reduzido qual deverá sofrer alterações na sua execução:

5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO /2004 - 2005=

 

                                               MESES

ETAPAS

J

A

S

O

N

D

J

F

M

A

M

J

J

A

S

1ª - Revisão bibliográfica

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2ª - Identificação e contato com os sujeitos

 

 

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3ª - Pesquisa Etnográfica

 

 

 

 

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4ª - Sistematização e organização dos dados

 

 

 

 

 

 

 

 

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5ª - Análise dos dados obtidos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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6ª - Conclusão e Publicação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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6 - FORMA DE ANÁLISE DOS RESULTADOS

 

            A partir do meu referencial teórico, da minha pesquisa bibliográfica e também das futuras leituras que certamente farei, travar no bom sentido um debate, um diálogo com os diversos autores desta área a ser pesquisada. Por se tratar de uma pesquisa etnográfica, farei uso de também de diário de campo e de demais instrumentos que me possibilitem extrair mais fidedignamente as informações que irão me subsidiar nesta intenção de fazer um trabalho sério e de qualidade.

             

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS =

 

1-     BRACHT, Valter. Sociologia do esporte: uma introdução – Vitória: UFES, CEFD, 1997.

2-     BRAMANTE, Antonio. Lazer: Concepções e Significados. Revista Licere. UFMG, 1998, pp.09-17.

3-     BRUHNS, H.T.(org.) Lazer e ciências sociais: diálogos pertinentes. São Paulo, chronos, 2002.

4-     BIZZOCHI, Cacá. O Voleibol de alto nível: da iniciação à competição, SP, Fazendo Arte, 2000.

5-     BROTTO, Fábio  - Jogos Cooperativos – Ed. Re-Novada – Santos, 1997.

6-     CASTELLANI FILHO, Lino. Lazer e Qualidade de Vida. In Marcelino, Nelson Carvalho(Org.) Políticas Públicas Setoriais de Lazer. Campinas: Autores Associados, 1996, pp.07-21.

7-     ELIAS, Norbert & DUNNING, Eric – A busca da excitação – cap. I, Difel, 1985.

8-     OLIVEIRA, Sávio Assis. A reinvenção do esporte: possibilidades da prática pedagógica – mestrado em educação – FE/UFPE, 1999.

9-     MARCELLINO, Nelson – Para tirar os pés do chão.

10- ORLICK, T. Vencendo a competição. São Paulo, Acrópoles Book Ltda, 1978.