Liga de Epilepsia

 

Número de cadastro: FM-39

Palavras-chave: Epilepsia; AVC; Educação; Prevenção.

Área do Conhecimento: Ciências da Saúde.

Justificativa:

A epilepsia é a desordem neurológica conhecida por mais tempo pelo homem, sendo mencionada há mais de 2000 anos a.C.. Referências podem ser encontradas em antigos textos gregos e na Bíblia; contudo, somente a partir do século XIX passou a ser seriamente estudada.

Consiste em uma condição neurológica decorrente de um distúrbio elétrico no cérebro, caracterizada por crises (ou ataques) recorrentes, que levam a alterações na percepção, na consciência, no controle motor, e/ou no comportamento. Qualquer lesão no cérebro pode provocar epilepsia, incluindo seqüelas de infecções, traumas no crânio, anóxia (falta de oxigênio), tumores, distúrbios vasculares e distúrbios da formação do cérebro. Algumas vezes, a epilepsia ainda pode ter causa genética, sendo nestes casos herdada.

É uma condição comum que chega a atingir 2,0% da população em países em desenvolvimento. Os dados de países desenvolvidos sugerem uma prevalência de 0,5%. Provavelmente essa diferença deve-se às piores condições de infra-estrutura sanitária e de assistência materno-infantil, à maior quantidade de doenças infecciosas nos países mais pobres, dentre outros fatores. Além disso, apesar de a epilepsia ocorrer em qualquer idade, apresenta sua maior incidência na infância. Nos últimos anos, com a maior sobrevida média da população, também tende a ocorrer cada vez mais em idosos, onde pode ter algumas características especiais.(...)

A principal justificativa para se iniciar o tratamento são as conseqüências psicossociais: a independência do indivíduo, o emprego, o ato de dirigir veículos, as atividades de lazer e esportivas, ou seja, a integração social do paciente e os aspectos psicológicos relacionados. Mesmo quando o médico não descobre a causa da epilepsia, geralmente se inicia o tratamento medicamentoso. O tratamento inicial das epilepsias é feito com medicamentos que tendem a suprimir as crises. Normalmente consegue-se um controle satisfatório das crises epilépticas em aproximadamente 70% dos pacientes. Para o contingente não controlado (epilepsia de difícil controle ou refratária à medicação) restam as perspectivas de novos medicamentos ou cirurgia para epilepsia, quando for indicada.

É importante o conhecimento sobre a epilepsia, já que a doença é um problema de saúde pública de grande relevância, com elevados custos sociais e econômicos, aliado ao fato do significativo grau de sofrimento de seus portadores, sobretudo pelo estigma e preconceitos. Não menos importante que  

tentativa de melhorar o nível de conhecimento e diminuir a mística que cerca a doença, através de educação continuada tanto daqueles que lidam com os pacientes quanto do próprio paciente e sua família,  está a possibilidade de  cada vez mais podermos oferecer orientações e atendimento público de qualidade para os portadores.

Objetivos:

1. Capacitação dos acadêmicos de Medicina em relação às doenças do sistema nervoso;

2. Aumentar o interesse da comunidade acadêmica da UFG para as doenças do sistema nervoso;

3. Promover ações que visem o aumento do nível de conhecimento sobre a epilepsia, para a população externa, tais como: conceitos, tipos de crises, medidas que devem ou não ser tomadas diante de uma crise convulsiva, importância do diagnóstico e do tratamento adequados;

4. Promover ações que visem o aumento do nível de conhecimento sobre acidente vascular cerebral (AVC), para a população externa, tais como: o que é,  fatores de risco relacionados direta e indiretamente,  sinais indicativos, importância do diagnóstico e tratamento precoces,  sequelas, programas de prevenção, redução de danos e reabilitação, entre a população geral;

5. Estreitar a relação universidade/comunidade no que diz respeito à promoção primária da saúde, especificamente no que concerne à epilepsia e ao acidente vascular cerebral, através da divulgação em escolas de 1º e 2º graus e profissionalizantes, outras faculdades e universidades, associações de bairro ou funcionários e centros de saúde;

6. Prestar orientações, dirigidas à população em geral e aos pacientes atendidos no serviço, em relação às doenças neurológicas, sobretudo a epilepsia e o acidente vascular cerebral;

7. Auxiliar na educação continuada de profissionais da saúde para melhor atendimento aos pacientes neurológicos;

8. Formação de um grupo de pesquisa;

9. Auxiliar e melhorar o atendimento do CERTEPE/ HC-UFG;

10. Auxiliar na humanização do atendimento aos portadores de doenças neurológicas. 

11. Analisar dados provenientes das ações promovidas com vistas a posterior apresentação em congressos de áreas relacionadas e publicação em periódicos especializados.

Metodologia:

As atividades da Liga Acadêmica de Epilepsia (LAEPi)serão divididas em: área didática, área científica, área de extensão e área ambulatorial.

- Didática: responsável por ministrar aulas teóricas sobre temas referentes às patologias neurológicas, incluindo embriologia, neuroanatomia, neurofisiologia, genética, epidemiologia, exame clínico geral, exame neurológico, quadro clínico, diagnóstico, fatores de risco, tratamento, prognóstico e reabilitação, bem como discussão de casos clínicos e temas pertinentes;

- Científica: desenvolvimento de pesquisas epidemiológicas e/ou experimentais em patologias neurológicas, sobretudo epilepsia, com o intuito de implantar e implementar novas tecnologias, teorias e medidas investigadas e aprovadas cientificamente;

- De extensão: compreende realização de palestras sobre os temas "Epilepsia", "AVC", dentre outras patologias neurológicas, que serão ministradas à população em geral (escolas de 1º e 2º graus e profissonalizantes, faculdades e universidades, associações de bairro ou funcionários e centros de saúde, shoppings, etc.), além de campanhas educacionais, assistência aos pacientes e organização de cursos básicos de neurologia para a população da área de saúde;

- Ambulatorial: será realizado atendimento ambulatorial semanal monitorado por médicos do CERTEPE/ HC-UFG, neste ambulatório, em dias e horários pré-estabelecidos. Haverá atividades na condução do pré-operatório, participação no centro cirúrgico como observador ou mesmo no campo operatório e também no pós-operatório imediato e tardio dos pacientes que necessitarem de conduta cirúrgica, respeitando a disponibilidade da equipe.

Quanto ao CERTEPE/ HC-UFG, são atendidos cerca de 2500 pacientes por mês, nas divisões de Epilepsia, Neuroendocrinologia, AVC, Doença de Parkinson, Esclerose Múltipla, Cefaléia, Neuropsiquiatria e Tumores Cerebrais e da Base do Crânio.

Publico-alvo:

População em geral, portadores ou não de doenças neurológicas, e profissionais de saúde que lidam direta ou indiretamente com o acompanhamento atendimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação de pacientes com doenças neurológicas, sobretudo epilepsia  e AVC. Cerca de mil pessoas.

Local de execução:

Faculdade de Medicina/ CERTEPE- HC-UFG; Escolas de esnsino médio e curso técnico profissionalizante.

Resultados:

Foi realizado o IV Curso Básico de Neurologia nos dias 19 e 20 do mês de Abril, em que foram abordados os temas: Epilepsia, AVC, Cefaléia e Demências. Houve uma participação de 119 alunos e profissionais de saúde, dos cursos de medicina, enfermagem, biomedicina, fisioterapia e fonoaudiologia.

A partir do curso foram integrados mais 20 alunos ao projeto.

Foi dado o prosseguimento ao curso anual de neurologia para os alunos integrantes da Liga Acadêmica de Epilepsia. São abordardos os mais diversos temas da área de Neurologia, mas de forma mais densa que a do curso básico. Entre os temas estão inclusos: Epilepsia, Distúrbios extra-piramidais, Denças desmielinizantes, Emergências neurológicas, Neuroimagem, Morte cerebral, Acidente Vascular Cerebral.

O atendimento ambulatorial tem sido feito no CERTEPE, mas o alunos estão tendo a oportunidade de conviver não somente com os pacientes portadores de epilepsia, e sim com outros pacientes com esclerose múltipla, doenças cerebrovasculares, distúrbios neuroendócrinos. No entanto, a participação dos alunos não é maciça.

As palestras sobre AVC e Epilepsia estão sendo realizadas somente para escolas de ensino médio e curso profissionalizantes da área de saúde, com um aproveitamento muito grande principalmente no segundo grupo. Programa foi desenvolvido em uma escola técnica, mas houve um grande alcance.

A participação do programa no XVI ECAM envolveu todos os membros da liga, promovendo um alcance de 118 pessoas, que foram orientadas sobre AVC e Epilepsia nos estandes de Geriatria e Pediatria, respectivamente.

A home-page ainda não foi desenvolvida.

Estão sendo desenvolvidos trabalhos com o seguintes temas:Qualidade de vida emlidade de vida em pacientes com epilepsia: whoqol-100 x protocolos específicos; Ansiedade e Depressão em pacientes com epilepsia; Conhecimento populacional sobre epilepsia; Avaliação funcional de pacientes com Esclerose Múltipla; Função cognitiva em pacientes com Esclerose Múltipla: Bateria CERAD.