Liga Acadêmica de Geriatria e Gerontologia (LAGG)
FM-70
Saúde do Idoso, Avaliação Funcional, Gerontologia, Geriatria
Ciências da Saúde
A Organização Mundial de Saúde (OMS), baseada em fatores socioeconômicos, considera idoso todo indivíduo com 65 anos ou mais. Porém, nos países com expectativa de vida mais baixa, por exemplo no Brasil, reduz-se o limite para 60 anos de idade.
O envelhecimento da população mundial é um dos grandes desafios a ser enfrentado nas próximas décadas. Este processo iniciou no Brasil na década de 60, quando a queda da taxa de fecundidade associada à redução da mortalidade começaram a alterar a estrutura etária, estreitando progressivamente a base da pirâmide populacional.
Segundo a OMS, a população geral mundial aumentará em cinco vezes entre 2000-2025, enquanto o grupo etário de idosos em dezesseis vezes. Hoje, os idosos perfazem 8,5% da população brasileira, constituindo absolutamente mais de 14,5 milhões de cidadãos de acordo com o censo de 2000. Em 2025, representarão relativamente 14,7% da população e o Brasil saltará de décimo sexto para sexto país com maior contingente de idosos, demonstrando um dos crescimentos mais acelerados do mundo.
É necessário ressaltar que o envelhecimento, segundo Camfort, caracteriza-se pela perda progressiva da capacidade de manter a homeostase em condições de sobrecarga funcional. Com o aumento da sobrevida, há maior prevalência de doenças crônicas, perda da independência funcional e da autonomia.
Assim a conseqüência desse processo ao longo desses quarenta anos é um novo tipo de demanda por serviços médicos e sociais. Enquanto que em 1950 as doenças infecto-contagiosas representavam 40% das mortes, atualmente são as doenças cardiovasculares responsáveis por mais de 40% da mortalidade. Outro exemplo dessa nova demanda pode ser verificado em Goiás no Hospital das Clínicas da UFG (HC-UFG) em que cerca de 20% de todos os atendimentos prestados a adultos, excetuando-se obstetrícia, no período de janeiro de 2000 a maio de 2001 foram de idosos.
Nesse sentido, a Política Nacional do Idoso foi criada pela Lei n.8842, de 4 de janeiro de 1994. Esta política tem, em síntese, como propósito basilar prover o acesso dos idosos aos serviços e às ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde; o desenvolvimento da cooperação entre as esferas do governo e entre centros de referência em geriatria e gerontologia; a inclusão da geriatria como especialidade clínica para efeito de concursos públicos e a realização de estudos e pesquisas na área.
Em abril de 2003, sentindo a necessidade de aprofundar e colocar em prática conhecimentos geriátricos e gerontológicos, foi criada a Liga de Geriatria e Gerontologia (LAGG). A LAGG está vinculada ao Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina pertencente à Universidade Federal de Goiás.
A LAGG organizou-se com o objetivo geral de proporcionar o desenvolvimento de seus integrantes e dos que participarem de suas atividades no que diz respeito à saúde do idoso, apoiada em um tripé: ensino, pesquisa e extensão. Para tanto, partimos da efetivação de objetivos específicos, como: promover atividades que envolvam prevenção, educação e assistência ao envelhecimento; promover ações solidárias em instituições voltadas para os idosos; estender o conhecimento geriátrico e gerontológico aos demais estudantes da área de saúde não associados à LAGG através de cursos, palestras e seminários; colaborar com as campanhas nacionais e regionais em prol da saúde e bem estar do idoso e orientar o reconhecimento e prevenção de maus-tratos ao idoso.
Para a efetivação dos objetivos basilares desse projeto dispomos de: orientação didática por profissionais da área ministrada através de aulas, palestras, seminários e discussões de casos clínicos, formação de grupos de estudo na área do envelhecimento; orientação científica por profissionais da área, para os integrantes da liga interessados em desenvolver pesquisas no campo da Geriatria e Gerontologia; desenvolvimento e apresentação de resultados de pesquisas científicas; participação em congressos e cursos de áreas afins; atendimento em ambulatório de cardiogeriatria com a realização da avaliação funcional, avaliação funcional de idosos internados no Hospital das Clínicas e intervenções educativas de promoção de saúde aos idosos.
A população-alvo do projeto estende-se desde acadêmicos e profissionais de saúde à população idosa internada ou em atendimento ambulatorial cardiogeriátrico no HC e idosos da comunidade em geral. Pois, empenhamos em divulgar os conhecimentos geriátricos e gerontológicos, pretendendo desenvolver uma avaliação holística e interdisciplinar do idoso e intervenções educativas de promoção de saúde aos idosos.
O Hospital das Clínicas e a Faculdade de Medicina são, atualmente, nossos principais espaços de atuação. Entretanto, está em andamento acordos para atuação da liga no serviço ambulatorial de geriatria no CAIS Novo Mundo e no HGG e no Abrigo Sagrada Família.
A Liga Acadêmica de Geriatria e Gerontologia foi fundada em abril de 2003 e conta em seu histórico com:
· Participação de aproximadamente quarenta acadêmicos de diversas áreas da saúde e de diferentes universidades, contribuindo para a interdisciplinariedade e intercâmbio de informações;
· Realização anual do Curso Básico de Geriatria e Gerontologia, estando em sua segunda edição e contando em média com 210 participantes provenientes de diversas áreas da saúde;
· Orientação didática quinzenal por profissionais da área na Faculdade de Medicina, abordando diversos temas relacionados ao envelhecimento;
· Participação expressiva em diversos congressos com obtenção especial de descontos para integrantes da liga: I Curso de Atualização em Geriatria e Gerontologia (Goiânia – GO), III Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia / II Encontro Nacional das Ligas de Geriatria e Gerontologia (Santos – SP), VII Fórum Brasileiro de Neuropsiquiatria Geriátrica (Brasília – DF), I Congresso Centro-Oeste de Cardiogeriatria (Goiânia – GO), III Congresso Centro-Oeste de Geriatria e Gerontologia e I Fórum Centro-Oeste de Instituições de Longa Permanência (Pirenópolis – GO); XII Congresso Goiano de Cardiologia (Goiânia – GO) e XIV Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia / III Encontro Nacional das Ligas de Geriatria e Gerontologia (Salvador – BA);
· Atendimento em ambulatório de cardiogeriatria semanal com atendimento de aproximadamente 3 a 4 idosos por dia;
· Participação no I Ação Integradora de Acadêmicos da Área de Saúde / II Encontro das Ligas Acadêmicas / XV Encontro Científico dos Acadêmicos de Medicina com a montagem da Casa do Idoso, mostrando a importância das medidas de acessibilidade e adaptação ambiental na redução das desvantagens ocasionadas por doenças crônicas e incapacitantes. Foi realizada, também, uma campanha para a prevenção de quedas e para o envelhecimento saudável através de palestras, folhetos explicativos e conversas informais;
· Participação no II Ação Integradora de Acadêmicos da Área de Saúde / III Encontro das Ligas Acadêmicas / 16° Encontro Científico dos Acadêmicos de Medicina abordando o tema prevenção de osteoporose através de explicação de fatores de risco, medidas para uma vida saudável e distribuição de folhetos explicativos;
· Realização de pesquisas e apresentação das mesmas em congressos supra-citados, possuindo inclusive trabalhos premiados como: “Levantamento dos meios utilizados na tentativa de auto-exterminio em idosos em uma regiao metropolitana” (III Congresso Centro-Oeste de Geriatria e Gerontologia) e Levantamento e Comparação das Tentativas de Auto-Extermínio entre a Idosos e a População Geral na região metropolitana de Goiânia (16°ECAM)
· Publicação de artigo “Envelhecimento populacional brasileiro e o aprendizado de geriatria e gerontologia”na Revista UFG: Extensão – Cultura – Ensino – Pesquisa (Melhor Idade), anoV, n2, Dez2003.
O financiamento para a realização das atividades provém da receita arrecadada com os Cursos Básicos de Geriatria e Gerontologia, patrocínios, a bolsa do PROBEX e recursos financeiros pessoais.