Amor íntimo na educação para o amor

Numero de cadastro: CAJ-139

Palavras chave: Sexualidade, Amor, Educação

Área de conhecimento: Ciências da Saúde

 

Justificativa:

 

A sexualidade desenvolve ao longo da vida, influenciada pela cultura, família, afetos e sentimentos, expressão singular da pessoa humana. Discutir a sexualidade e seus aspectos deve ser preocupação dos educadores em diversas áreas profissionais. A implantação deste projeto visou aos acadêmicos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do CCAB/UFG, a formação de bons educadores no que diz respeito à sexualidade humana e aos setores da comunidade espaço de discussão sobre uma educação sexual informativa preventiva nos conceitos múltiplos relacionados à sexualidade, como o autoconhecimento corporal, personalidade de acordo com o defendido por Martínes e Pascual (1998) “baseado no respeito mútuo, em que a educação sexual seja acolhida e respeitada, e não em conceitos de luta de uns contra outros que não beneficiam ninguém e da qual todos saem perdendo”. A postura conscientizadora tenta resgatar uma visão de educação sexual multidisciplinar e não apenas preventiva. O projeto visa proporcionar conhecimentos estimulados por conteúdos e reflexões sobre o discernimento das escolhas sexuais individuais e comunitárias guiados pelo princípio de organização do ser humano homem e mulher colocando o amor no centro das relações, das ações e iniciativas sexuais.

 

Objetivos

 

- Proporcionar encontros  que abordem a sexualidade na visão integral do ser humanos com grupos interessados;

- Discutir a sexualidade como  integradora dos elementos somáticos, emocionais, intelectuais, sociais e culturais do ser humano;

- Empreender ações sistemáticas, planejadas de educação sexual á crianças, jovens, adultos e idosos baseado nos conceitos de amor;

- Desenvolver os temas acerca da sexualidade de forma ordenadas entre si, numa seqüência lógica e pedagógica assentados na pessoa humana;

- Cuidar para que a educação sexual seja pautada numa educação para os tipos de relações amorosas presentes na cultura da vida humana;

 

Metodologia

Este projeto desenvolve-se numa abordagem qualitativa. Esta metodologia permite  analisar e desenvolver os critérios da sexualidade numa tentativa integral  influenciada por elementos culturais, sociais e econômicos. Pôr permitir técnicas criativas e interativas através da metodologia qualitativa (teoria da problematização) integramos os participantes nas ações e na visão da relação das pessoas sobre o projeto e do projeto sobre as pessoas, proporcionando uma auto-avaliação como seres humanos e como avaliadores do projeto em que se inserem. Nos encontros buscamos articular as opiniões, crenças, história de vida, meio sócio-econômico-cultural vivenciado pêlos acadêmicos de Ciências Biológicas e comunidade informando as influências desses setores na sexualidade. Os encontros são realizados sob a perspectiva de debates, oficinas e palestras onde discutimos a sexualidade humana na presença de um moderador e um observador que investigando os problemas, discutem e propõem soluções baseadas na construção do amor  próprio, do amor pelo outro. A equipe atua em  setores educacionais como escolas, creches, asilos e igrejas, associações beneficentes e de recuperação, postos de saúde. Os assuntos abordados são: 1- O amor; 2- ser que ama; 3- o homem e a mulher – como desenvolvendo sua sexualidade; 4- a personalidade de cada um; 5- a afetividade; 6- a racionalidade; 7- o corpo físico; 8- o transcendental; 9- o namoro – uma complementação; 10- o viver em dedicação; 11- o casamento; 12- a reprodução sexual; 13- A sexualidade e os órgãos do sentido; 14- Virgindade; 15- Masturbação; 16- Influência sobre a sexualidade; 17- Os jovens diante da sexualidade (autoconhecimento); 18-preservativos femininos e masculinos e métodos contraceptivos; 19- Amor e sexo, fidelidade e casamento; 20-tipos de amor; 21- As dimensões do corpo humano; Cada encontro foi organizado em seqüência lógica e pedagógica de introdução, desenvolvimento e conclusão dos temas.

 

População Alvo

Até o momento foram atendidos 280 pessoas, que estão entre jovens, adultos e crianças que freqüentem instituições de amparo à saúde e à educação.

 

Locais de execução

Entidades de serviços públicos ligados á saúde e a educação como creches, escolas, universidade, postos de saúde, paróquias, assistência ao idoso.

 

Resultados

 

Durante a aplicação do projeto observamos várias dúvidas dos participantes, relacionadas à ausência de conhecimento, falta de alguém para dialogar, vivências sexuais por idéias do modismo atual, ausência de autoconhecimento e de grupos que dialoguem sobre o assunto. Estas observações justificam o comportamento dos jovens expressado por Garcia & Marchi (2001) que exemplifica "Os jovens levam uma vida sexual excessivamente ativa, o que eleva os índices de DSTs, devido a intensa troca de parceiro, a falta de maturidade e conhecimento do próprio corpo" não tendo tempo suficiente para o aprendizado sexual. Observamos a importância destas discussões para um direcionamento imparcial, defendido por  Braga (2003) onde educação sexual  “acaba passando por valores de quem os discute, mas há necessidade de saber discernir, buscar uma postura ética, uma atuação diferenciada”. O projeto amor intimo é uma possibilidade consciente de uma orientação sexual pautada na conscientização corporal, evitando os conceitos repressores que segundo Tiba (2000) “constitui pretensas formas de verdade, ritualizadas pela vida social, onde permanecem até que sejam substituídos”. Foram realizados encontros nos quais se discutiram e prepararam práticas para educação sexual nos níveis fundamental e médio, dentro de condições para elucidar dúvidas levantadas na primeira fase do projeto (2003), aplicada aos acadêmicos de ciências biológicas, que prepararam brincadeiras, jogos e atividades corporais que envolviam raciocínio e preparo físico, teatro informativo e teatro interativo. Na segunda fase do projeto (2004) aplicada a setores da comunidade temos cartazes, panfletos e vários questionamentos que são retirados dos encontros ministrado. Temos que desenvolver uma educação sexual personalizadora, justificada por Brasileiro (1999) “como imprescindível no estudo da sexualidade, para que tenham bases consistentes na edificação de uma consciência capaz de suportar, de evitar problemas sexuais e afetivos que retardem o equilíbrio pisico-emocional levando o ser humano a estágios transitórios, dolorosos de desajustes mentais, orgânicos e afetivos”. Na realização deste projeto mantivemos contato entre os participantes com o orientador, dos monitores, com várias opiniões e histórias de vida em ambiente participativo reflexivo das escolhas e práticas que dinamizam a vivencia da nossa sexualidade. Os acadêmicos levantarão questões e problemas nas quais mostraram os ângulos de diversas situações. Na comunidade temos a oportunidade de um contato direto com os problemas e possíveis dúvidas surgidas. Precisamos educar para sexualidade profunda, satisfatória que lentamente irá substituir o padrão imposto, de liberdade sexual que tudo pode desde que se use preservativo. Devemos estar dispostos a examinar-nos primeiro como pessoa humana que possui uma esfera sexual e que queremos viver conforme o proposto pela organização mundial de saúde (OMS) que define a  sexualidade como um dos indicadores que avaliam a qualidade de vida de uma pessoa.