ANÁLISE NUMÉRICA DAS VIBRAÇOES DE CASCAS TOROIDAIS

 

SOARES, R. M;
renatajl@cultura.com.br
ALMEIDA, S. R. M.;

sylvia@eec.ufg.br;

DEL PRADO, Z. J. G. N.

zenon@eec.ufg.br

Curso de Mestrado em Engenharia Civil, Escola de Engenharia Civil - EEC-UFG.

 

Palavras chave: Cascas toroidais, vibrações livres.

 

1.    INTRODUÇÃO

       Cascas toroidais e cascas cilíndricas são elementos estruturais amplamente utilizados em diversas áreas da engenharia tais como mecânica, naval, off-shore, nuclear, etc. Assim, o comportamento destas cascas tem sido estudado usando-se uma variedade de métodos numéricos e um aspecto importante no projeto destas estruturas, é a determinação de suas freqüências naturais, modos de vibração e respostas no tempo. O comportamento dessas cascas tem sido estudado por diversos pesquisadores, usando métodos baseados em teorias lineares para cascas finas, tais como Leung e Kwok (1994), Bert et al (1996) e Ming et al (2002).

 

2.       OBJETIVOS

       Como objetivo geral deste trabalho, têm-se os estudos do comportamento das vibrações livres e forçadas de cascas toroidais, realizando uma análise paramétrica das cascas, variando as condições de contorno e os comprimentos na direção meridional da casca. Além disso, realizar uma comparação entre os diversos métodos utilizados na análise de vibrações e estudar a resposta no tempo da estrutura. A solução do problema é desenvolvida através das teorias lineares de cascas de DMV e Sanders. São apresentados as freqüências naturais e os respectivos modos de vibração para cascas incompletas com diversas geometrias, calculados através do método analítico e do Método da Quadratura Diferencial (DQM) Os resultados numéricos calculados são validados pela comparação com resultados obtidos da solução pelo Método de Elementos Finitos (FEM).

 

3.      METODOLOGIA

       Considera-se uma casca toroidal elástica, homogênea e isotrópica, com módulo de elasticidade E e coeficiente de Poisson n. A geometria da casca é descrita por um raio meridional R, por um raio r da sua seção transversal circular, espessura h (com h << R), e ângulo interno total f. As coordenadas meridional, circunferencial e radial são, respectivamente, h, q e W e os deslocamentos correspondentes são u, v e w como se mostra na Figura (1).

       Usando as teorias de cascas Donnell-Mushtari-Vlasov (DMV) e Sanders, partindo do funcional de energia da casca, com o uso do cálculo variacional obtêm-se as equações diferenciais da casca. Escrevendo as equações de equilíbrio em função das resultantes dos esforços internos temos o sistema de equações com base na teoria linear DMV:

                                                   (1)

onde t é a coordenada temporal e Ñ é o operador de Laplace.

Figura 1 - Geometria da casca e sistema de coordenadas

       Para resolver o sistema de equações diferenciais, utilizamos o método de Galerkin aproximando o campo de deslocamento por séries de Fourier nas direções circunferencial e meridional. Reduz-se o problema de estabilidade em um problema de autovalor e da sua solução, obtêm-se o parâmetro crítico e o modo crítico. Na análise através do DQM, o domínio é dividido em uma malha de pontos e, em cada ponto, de uma determinada direção, um somatório de coeficientes de peso substitui os diferenciais. Os coeficientes de peso são determinados pela função de teste. Aplicando as regras da quadratura para as derivadas, encontram-se as equações na forma do método da quadratura diferencial (Bert e Malik, 1996). A união do domínio com as equações de contorno produz um sistema de equações lineares, onde estão associadas as condições de contorno e as equações da quadratura diferencial. Novamente, tem-se um problema de autovalor que fornece as freqüências naturais e os respectivos modos de vibração.

 

4.    RESULTADOS NUMÉRICOS

       Foi adotada uma casca com: h = 0,01 m; r = 1 m; R = 2,5465 m; E = 2,07 x 108 kN/m2; n = 0,3; r = 7800 kg/m3. Foram analisadas as vibrações livres de cascas toroidais e cilíndricas, engastadas e apoiadas em ambas extremidades. As cascas toroidais foram analisadas com comprimentos meridionais (Ry) variados.

       O programa comercial ANSYS foi usado para validar os resultados obtidos através do método da quadratura diferencial e do método analítico. Nas modelagens por elementos finitos e através do método da quadratura diferencial, foram utilizadas diversas malhas dependendo do valor do ângulo y. Nas Figuras 2 e 3 são apresentados os diversos resultados encontrados na análise.

(a)

(b)

(c)

Figura 2 – Freqüências da casca cilíndrica (a) Apoiada (b) Engastada. (c) 1ºModo de vibração

(a)

(b)

 (c)

Figura 3 Freqüências da casca Toroidal (a) Apoiada (b) Engastada. (c) 1ºModo de vibração da casca biapoiada com y = 900º

 

4.         CONCLUSÕES

       Observou-se que a teoria DMV apresenta boa precisão de resultados quando comparada com a teoria de Sanders. Os resultados encontrados pelo método da quadratura diferencial, validados através do uso do programa de elementos finitos ANSYS, mostram excelente convergência para o caso de condições de contorno engastada; enquanto que para cascas apoiadas sua precisão é muito grosseira. O método da quadratura diferencial é ferramenta na análise de cascas de geometria complexa com condições de contorno engastada, sendo limitado na aplicação para alguns tipos especiais de condições de contorno em problemas multidimensionais.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERT, C. W. e MALIK, M., , Differential quadrature method in computational mechanics: A review. ASME Applied Mechanics Review, vol. 49, pp. 01-27. 1996

LEUNG, A Y. T. e KWOK, N. T. C., Free vibration of a toroidal Shell. Thin-walled structures, vol. 18, pp.317-332, 1994

MING, R.S.; PAN, J.; NORTON, M.P., Free vibrations of elastic circular toroidal shells. Applied acoustics, vol. 63, pp. 513-528, 2002.

NOVOZHILOV, V. V., Thin shell theory. 2. ed. Groningen: P. Noordhoff Ltda, 1964

ZHANG, F.; MIRFAKHRAEI, P.; XU, B.; REDEKOP, D., A computer program for the elastostatics of a toroidal shell using the differential quadrature method. International Journal of Pressure Vessels and Piping, vol. 75, pp. 919-929, 1998.

 

Agradecimentos

Esta pesquisa foi desenvolvida graças ao apoio do CNPq através da concessão de uma bolsa de mestrado.