Punção em Laje Cogumelo
Protendida com Armadura de Cisalhamento
FORTUNATO, P. A.
G.
Mestrando em Engenharia Civil
Universidade Federal de Goiás
e-mail: gfortun@ig.com.br
GOMES, R. B.
Orientador, Professor Doutor, Universidade Federal de
Goiás
e-mail: rgomes@eec.ufg.br
MELO, G. S.
Co-Orientador, Professor Doutor, Universidade de Brasília.
e-mail: guilherm@unb.br
Palavras-chave:
Laje cogumelo, punção, protensão, armadura de cisalhamento.
1. Introdução
O sistema estrutural estudado consiste em lajes sem vigas, apoiadas diretamente nos pilares. A ausência de vigas proporciona algumas vantagens tais como:
· Aumento do pé direito;
· Redução de formas e tempo de execução;
· Possibilita detalhamento da armadura mais simples;
· Possibilidade de adaptação da obra para outras finalidades.
Como desvantagens podemos citar:
· Redução da estabilidade global da estrutura;
· Possibilidade de punção (na junção laje-pilar), que é uma ruptura brusca, ocorrendo colapso progressivo.
Quando utilizamos armadura ativa em lajes cogumelo, aumentamos ainda mais os ganhos com economia, uma vez que a protensão possibilita redução na espessura da laje, maiores vãos e maior controle de fissuras e deformações.
Quanto a punção, podemos combater o seu efeito aumentado a resistência do concreto, utilizando armadura de cisalhamento ou aumentado a espessura da laje.
2. Objetivo
O objetivo do trabalho é verificar a resistência à punção deste tipo de laje, avaliando a contribuição do concreto, da armadura de cisalhamento e da armadura de protensão.
3. Material e Método (Metodologia)
Neste trabalho, são estudadas lajes cogumelo protendida com armadura de cisalhamento. As lajes são solicitadas por uma força aplicada no centro de baixo para cima e distribuída por chapa metálica quadrada de 200mm de lado, que simula a ação do pilar neste tipo de laje. As bordas eram fixadas à laje de reação por 4 tirantes de cada lado. As dimensões das lajes são de 3000 mm de lado e de espessura de 200mm.. A altura útil da armadura de flexão foi em torno de 150mm e a resistência do concreto em torno de 55MPa.
Na protensão foram utilizado monocordoalhas engraxadas de diâmetro de 12,7mm. As cordoalhas foram distribuídas da seguinte maneira: 12 cordoalhas de cada lado sendo que 10 concentradas no centro, na região do pilar, distante 100mm uma da outra e as outras duas a 525mm da borda. O traçado dos cabos é do tipo parabólico possuindo uma distancia de 90mm do fundo da laje nas borda e 150mm do fundo no centro.
A variável do trabalho foi a armadura de cisalhamento (número de camadas e diâmetro da armadura). A armadura foi do tipo Stud e a distribuição do tipo radial com oito linhas. A distância entre as camadas foi de 80mm. A Tabela 1 mostra as características da armadura de cisalhamento.
Tabela 1 – Distribuição da armadura de cisalhamento.
|
Laje |
Studs |
|
Nº Camadas |
Diâmetro (mm) |
||
L1 |
6 |
6,3 |
|
L2 |
3 |
10,0 |
|
L3 |
6 |
8,0 |
|
L4 |
4 |
6,3 |
|
L5 |
5 |
10,0 |
|
L6 |
4 |
12,5 |
|
L7 |
4 |
10,0 |
4. Resultados e Discussão
Os resultados obtidos de resistência à compressão do concreto, à tração da armadura de cisalhamento, altura útil da laje, força de protensão média dos cabos no ensaio e as resistências à punção das lajes ensaiadas estão descritas na Tabela 2.
Tabela 2
–Cargas de ruptura das lajes.
Laje |
fck (MPa) |
fy (MPa) |
d (mm) |
Ppf (kN) |
Pu (kN) |
L1 |
55 |
580 |
140 |
120 |
900 |
L2 |
56 |
570 |
135 |
142 |
1050 |
L3 |
52 |
590 |
146 |
138 |
1050 |
L4 |
65 |
580 |
144 |
140 |
1000 |
L5 |
59 |
590 |
152 |
134 |
1175 |
L6 |
57 |
560 |
148 |
134 |
1190 |
L7 |
56 |
590 |
152 |
128 |
1200 |
A Figura 1 mostra o gráfico da deformação da armadura de cisalhamento
(studs) da primeira camada de todas as lajes e mostra também o deslocamento
vertical das lajes em função da carga aplicada.
a) Deformação da armadura de cisalhamento b) Deslocamento vertical das lajes
Figura 1 – Deformação da armadura de cisalhamento da 1ª
camada e deslocamento das lajes
5. Conclusões
Foi verificado no trabalho em questão que a armadura de cisalhamento contribui com a resistência a punção e que podemos otimizar a área de aço e a distribuição desta armadura de modo a atingirmos um desempenho satisfatório da estrutura.
6. Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118:2003 – Projeto de Estruturas de Concreto. Rio de Janeiro, 2003.
COLLINS, M. P. ; MITCHELL, D. Prestressed
concrete structures. Prentice Hall, New Jersey, 1991.
GOMES,
R.B. Punching Resistence of Reinforced Concrete Flat Slabs with Shear
Reinforcement. 1991, 185 p. PhD Thesis – The Polytechnic of Central London,
1991.
7. Fonte de
financiamento
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior