AVALIAÇÃO DE SISTEMA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA NA CIDADE DE GOIÂNIA
PAULA, H.M.; OLIVEIRA, L.H.
Escola de Engenharia Civil/ Curso de Mestrado em Engenharia Civil
heberdepaula2003@yahoo.com.br; luhe@cultura.com.br
Palavras-chave: aproveitamento de água de chuva; captação de água de chuva; qualidade da água de chuva.
1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
O crescimento populacional e industrial tem aumentado a demanda e o consumo urbano de água e, desta forma, acelerando a necessidade de ampliação dos sistemas provedores de água e de tratamento de esgotos sanitários. Além desses fatos, Zaizen (1999) afirma que a urbanização também trouxe uma mudança do ciclo hidrológico nas áreas urbanas, provocada pelo aumento das áreas impermeabilizadas, que impede a infiltração e o armazenamento da água de chuva no subsolo.
Uma avaliação detalhada dos recursos hídricos realizada pela ONU em 1997 indicou que a demanda da água cresce em velocidade duas vezes maior do que o crescimento da população, fato este que é considerado por muitos um dos motivos que levarão a guerras. O crescimento populacional e industrial, aliados à escassez e a má distribuição dos recursos hídricos, vêm estimulando o aumento de pesquisas relacionadas à conservação de água.
Com esta motivação é que está sendo desenvolvida esta pesquisa para avaliar um sistema de aproveitamento de água de chuva, quanto a sua qualidade, em função do tempo de armazenagem, ao longo do período de seca. O sistema foi construído no Laboratório de Sistemas Prediais da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás.
2 OBJETIVOS
Tem-se como objetivo geral a conservação da água e também, contribuir para a geração de edificações sustentáveis. Os objetivos específicos são:
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
A metodologia utilizada no estudo do sistema de aproveitamento de água de chuva, na cidade de Goiânia está descrita a seguir.
Nesta etapa, com duração de quatro meses, foram realizadas as seguintes ações:
3.2 COLETA DA ÁGUA DE CHUVA
Nesta etapa, também, foi avaliada a qualidade da água de chuva do sistema a montante e a jusante do filtro 3P Technik, que retém partículas grosserias e, também, do filtro lento de areia.
3.3 ARMAZENAGEM DA ÁGUA DA CHUVA
Nesta etapa, com duração de cinco meses, a água de chuva coletada nos meses de fevereiro a junho, foi armazenada e analisada.
3.4 TESTES DE QUALIDADE DA ÁGUA ARMAZENADA E ANÁLISE DE DADOS
Esta etapa, com duração de sete meses têm como objetivo avaliar a influência do tempo de armazenagem na qualidade da água e, também, definir a necessidade e os tipos de tratamento para os diferentes usos. Foram analisados parâmetros físicos, químicos e biológicos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O sistema de aproveitamento de água de chuva, construído no Laboratório de Sistemas Prediais da Escola de Engenharia Civil/UFG, é apresentado na Figura 4.1.
Figura 4.1 – Esquema do sistema de aproveitamento de água de chuva. |
Os pontos de análise da qualidade da água de chuva são as caixas de passagem, o reservatório enterrado e os reservatórios de PVC com filtro e reservatório de PVC sem filtro. Estes últimos são comparados para que se possa verificar a eficiência do filtro lento de areia. O filtro 3P Technik trata-se de um separador de partículas grosseiras e sistema de descarte das primeiras águas de chuva. Este filtro não auxiliou na melhoria da qualidade dos parâmetros físicos, químicos e biológicos.
Dentre os parâmetros analisados pode-se destacar dureza, alcalinidade total, pH e coliformes fecais e totais, conforme mostra a Figura 4.2. Os resultados dos demais parâmetros analisados mantiveram-se dentro das faixas permissíveis pelas resoluções do CONAMA no 20 e Portaria no 518 do MS (2004).
Figura 4.2 – Resultados obtidos para dureza, alcalinidade total, pH e coliformes.
5 CONCLUSÃO
Os resultados alcançados na implantação do sistema de aproveitamento da água de chuva no LSP/EEC, de um modo geral foram bons. Verificou-se a influência do filtro lento de areia na qualidade da água, melhorando algumas propriedades como, por exemplo, a alcalinidade total e a presença de coliformes fecais. Recomenda-se que, ao adotar o sistema de aproveitamento de água pluvial, seja aplicado em conjunto um sistema de tratamento, mediante uma avaliação prévia da qualidade da água de chuva.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ZAIZEN, M. et al. The collection of rainwater from dome stadiums in Japan. Urban Water, 1999, p. 355-359. Disponível em <http://www.periodicos.capes.com.br>. Acesso em 16/09/02.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Resolução CONAMA no 20, de 18 de junho de 1986. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res2086.html.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria no 518 de 25 de março de 2004. Disponível em: www.wasser.com.br/download.php?p=arquivos& tr=1&fl=PortariaMS%20518.pdf.
7 ÓRGÃO DE FOMENTO
Agradecimento a Capes, pelo auxílio financeiro e a Universidade Federal de Goiás.