AVALIAÇÃO
DA QUALIDADE ÓSSEA NO PLANEJAMENTO EM IMPLANTODONTIA: A UTILIZAÇÃO DA
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Rubelisa Cândido Gomes de Oliveira – rubelisa@cultura.com.br (apresentadora)
Cláudio
Rodrigues Leles
Hiron
Andreaza da Cunha
Maria
Alves Garcia Silva dos Santos
Elismauro
Francisco de Mendonça
Leonardo
Normanha
Profa. Dra. Rejane Faria Ribeiro-Rotta
– ribe@ih.com.br
(orientadora)
Faculdade de Odontologia - Universidade
Federal de Goiás
Palavras-chave: tomografia
computadorizada, implante dentário, qualidade óssea, densidade óssea
Introdução
Os implantes dentários surgiram para revolucionar o
campo da reabilitação bucomaxilofacial. Vários são os fatores que influenciam o
sucesso clínico da terapêutica por meio de implantes dentários, sendo de
extrema importância a determinação da quantidade e qualidade ósseas.
O diagnóstico
por imagem é um dos exames complementares mais utilizados para o monitoramento
de todas as etapas da terapêutica com implantes.
Neste contexto, a tomografia computadorizada (TC) tem
se sobressaído tanto para avaliação óssea quantitativa quanto para a
qualitativa, especialmente, em casos de maior complexidade, oferecendo
segurança ao cirurgião para uma boa intervenção. A TC é uma técnica capaz de
fornecer essas informações sobre o osso cortical e trabecular de forma
separada, diferentemente das técnicas convencionais, em que a cortical externa
pode mascarar a qualidade de partes internas do osso, devido às sobreposições
das estruturas anatômicas. As medidas da densidade óssea utilizando as unidades
Hounsfield (UH) da TC têm sido uma importante alternativa para análise da
qualidade óssea.
·
Avaliar a qualidade
óssea de regiões edêntulas da maxila e mandíbula com indicação para implantes
dentários, utilizando a TC como exame complementar.
A
amostra deste estudo descritivo transversal constituiu-se de um banco de
imagens tomográficas computadorizadas da maxila (27) e da mandíbula (27) de 51
pacientes com indicação para colocação de implantes dentários, encaminhados ao
Instituto Goiano de Radiologia/ Fundação José Normanha no período de 1999 a
2004, após assinatura do termo de consentimento.
A avaliação da densidade óssea trabecular foi
realizada em 75 prováveis sítios de implante dentário (225 imagens seccionais),
utilizando-se como ferramentas dois softwares: 1- eFilm Workstation (Merge
eFilm, Milwaukee, WI, EUA) para as medições das imagens transferidas
eletronicamente para um computador IBM compatível; 2- DentaCT (Elscint CT,
Haifa, Israel) para as medidas das imagens originais realizadas em uma estação
de trabalho (workstation) Silicon
Graphics (SGI Company, Mountain View,CA, EUA).
Resultados
e Discussão
Os resultados mostraram forte correlação
positiva entre as medidas realizadas por meio do DentaCT e do e-Film (coeficiente de correlação de Pearson r=0.95;
p=0.00). Os valores médios variaram de 383.2 HU (mandíbula anterior) a 255.5 HU
(maxila posterior) com o DentaCT, e de 342.0 HU (mandíbula anterior) a 240.5 HU
(maxila posterior) com o e-Film (Quadro I). O teste não paramétrico de
Kruskal-Wallis mostrou diferenças entre as regiões. A região posterior da
maxila apresentou, entre todas as outras regiões, a menor densidade óssea
trabecular quando o DentaCT foi utilizado (p=0.029).
Variável |
N |
Mínima |
Máxima |
Média |
Desvio Padrão |
DCTMDA |
18 |
45 |
837 |
383,17 |
241,82 |
EFMDA |
18 |
32 |
812 |
342,00 |
225,67 |
DCTMXA |
18 |
65 |
591 |
370,28 |
174,93 |
EFMXA |
18 |
100 |
681 |
299,56 |
162,68 |
DCTMDP |
102 |
-7 |
1052 |
306,28 |
204,31 |
EFMDP |
102 |
-6 |
1058 |
294,87 |
203,83 |
DCTMXP |
87 |
-57 |
731 |
255,55 |
189,17 |
EFMXP |
87 |
-77 |
657 |
240,46 |
183,42 |
Quadro 1 – Análise descritiva dos dados obtidos nos
diferentes grupos por meio dos dois softwares: eFilm e Denta CT. DCTMDA –
mandíbula anterior, dados do Denta CT; EFMDA – Mandíbula anterior, dados do
eFilm; DCTMXA – maxila anterior, dados do Denta CT; EFMXA – Maxila anterior,
dados do eFilm; DCTMDP – mandíbula posterior, dados do Denta CT; EFMDP –
Mandíbula posterior, dados do eFilm; DCTMXP – mandíbula posterior, dados do
Denta CT; EFMXP – Maxila posterior, dados do eFilm; N – número de imagens.
Conclusão
Houve ampla variação da densidade óssea trabecular entre as
regiões da maxila e da mandíbula, e ambos os softwares são confiáveis e
aplicáveis para a avaliação da densidade óssea trabecular em prováveis sítios
de implante dentário.
Referências
Bibliográficas
1.
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3.
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4.
NORTON MR;
GAMBLE C. Bone classification: an objective scale of bone density using
computerized tomography scan. Clin Oral Impl Res v. 12, p. 79-84, 2001.
Fonte de
financiamento: CNPq