INFLUÊNCIA DOS NÍVEIS DE LISINA SOBRE O
DESEMPENHO DE POEDEIRAS COMERCIAIS HY-LINE W-36
Roberto de Moraes Jardim
Filho, José Henrique Stringhini, Adriana Nascimento, Nadja Susana Mogyca
Leandro, Tiago Silva, Priscylla Moraes Santos
Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária,
Departamento de Produção Animal, Goiânia, Goiás. E-mail: robertomjf@hotmail.com / henrique@vet.ufg.br
RESUMO - O
experimento avaliou diferentes suplementações de lisina sintética para
poedeiras comerciais com 24 até 48 semanas de idade. O delineamento adotado foi
inteiramente casualizado com quatro tratamentos e quatro repetições,
totalizando 160 aves. Foi avaliado a produção de ovos (%),
consumo de ração (gramas/ave/dia), conversão alimentar (kg/kg e kg/dz). O
melhor resultado para conversão alimentar na 28ª semana (P<0,05) foi obtido
para os tratamentos com maiores níveis de suplementação de lisina. Entretanto, a
produção de ovos no decorrer do experimento não foi influenciada com baixa
suplementação de lisina.
Palavras
chave: desempenho, galinha, lisina
Introdução
A utilização de aminoácidos sintéticos nas dietas de
poedeiras comerciais tem como ênfase facilitar o balanceamento e de melhorar o
desempenho, assim como trazer benefícios econômicos. A utilização de lisina
nessas dietas é uma prática comum, pois é o segundo aminoácido limitante nas
rações de poedeiras. Bouyeh et al. (2002), ao avaliarem o desempenho de
poedeiras Hy-Line submetidas a diferentes níveis de proteína e lisina,
concluíram que as reduções nos níveis de proteína bruta com suplementação de
lisina não pioraram o desempenho. Koelkebeck et al. (1991) indicaram que muitas
vezes níveis de aminoácidos em excesso não resultam em melhoras no desempenho.
O objetivo deste experimento foi avaliar o desempenho de poedeiras com a
suplementação de lisina de 24 a 48 semanas de idade criadas em condição de
clima quente.
Material e Métodos
O experimento foi realizado no aviário experimental da Escola de
Veterinária da UFG com 160 poedeiras Hy-Line W-36 alojadas num galpão
convencional de postura e submetidas a seis ciclos de 28 dias de 24 a 48
semanas de idade. A ração basal continha 16% PB, 2851 kcal EM/kg, 3,7% cálcio,
0,380% de fósforo disponível, 0,67% metionina + cistina e 0,6% de lisina, sendo
calculados com base em aminoácidos digestíveis. As aves foram distribuídas em
um delineamento inteiramente casualizados com 4 tratamentos e 4 repetições de
10 aves cada. Os níveis utilizados de lisina digestível: 0,6%, 0,7%, 0,8 e 0,9%. As variáveis
percentagem de postura (PO), consumo de ração (CR, g), conversão alimentar (CA
kg/kg e kg/dz) foram estudadas. Após
análise de variância pelo programa SAEG (1998), a análise de regressão
polinomial (5%) foi adotada.
Resultados e Discussão
Os índices de produção de ovos não apresentaram
diferenças (p>0,05), entretanto, durante a fase de pico de produção (Tabela
1 e 2), o tratamento com menor nível de lisina apresentou um menor consumo de
ração, porém, posteriormente essa variável não apresentou diferença. Para os
índices de conversão alimentar, foi observado um melhor valor na 28ª semana
para os tratamentos com maiores níveis de lisina (p<0,05), e nota-se que com
o avançar da idade das poedeiras, os tratamentos com maiores níveis de lisina
permaneciam com melhores resultados de conversão, mesmo não diferentes
estatisticamente. Os resultados obtidos de desempenho, exceto para consumo de
ração, concordam com os obtidos por Bertechini et al. (1995). Já Andrade et al. (2003) ao utilizarem 16% e proteína
bruta com suplementação de lisina, obtiveram resultados satisfatórios para
desempenho.
Conclusões
Com base neste estudo, pode-se dizer que 0,9% de
lisina digestível nas dietas de poedeiras Hy-Line W 36 podem melhorar os
índices de conversão.
Referências
Bibliográficas
Andrade L, Jardim Filho RM, Stringhini JH, Leandro NSM, Oliveira ASC. In:
Conferência APINCO 2003, Prêmio José Maria Lamas da Silva. p. 65.
Bertechini AG, Teixera AS, Cerezer
CE. In: Conferência
APINCO 1995. p. 75-76.
Bouyeh M, Pourreza J, Samie AH. Journal of Science and Technology of Agriculture and
Natural Resources 2002; 5(4): 151-163.
Koelkebeck
KW, Baker DH, Han Y, Parsons CM. Poultry Science 1991; 70(7): 1651-1653.
UFV – SAEG Sistema de análises
estatísticas e genéticas. Versão 7.1. Viçosa: UFV, 1998. 150p. Manual usuário.
Tabela 1 – Influência dos níveis de lisina
sobre a produção de ovos (PO), consumo de ração (CR), conversão alimentar (CA)
de poedeiras. Goiânia, 2003.
Lys (%) |
PO (%) |
CR (g/ave/dia) |
CA kg/kg |
CA kg/dz |
28 Semanas |
||||
0,6 |
90,44 |
78,27 |
1,57 |
1,03 |
0,7 |
92,86 |
78,34 |
1,52 |
1,01 |
0,8 |
94,01 |
79,39 |
1,55 |
1,01 |
0,9 |
92,59 |
73,77 |
1,45 |
0,95 |
CV (%) |
2,007 |
2,638 |
2,625 |
2,701 |
36 Semanas |
||||
0,6 |
86,00 |
79,08 |
1,58 |
1,10 |
0,7 |
87,42 |
79,55 |
1,60 |
1,09 |
0,8 |
90,18 |
82,56 |
1,61 |
1,09 |
0,9 |
86,61 |
76,36 |
1,55 |
1,06 |
CV (%) |
2,491 |
4,391 |
5,698 |
4,499 |
44 Semanas |
||||
0,6 |
80,10 |
87,96 |
1,92 |
1,32 |
0,7 |
84,02 |
86,85 |
1,82 |
1,24 |
0,8 |
86,07 |
88,85 |
1,82 |
1,24 |
0,9 |
85,53 |
85,74 |
1,79 |
1,20 |
CV (%) |
5,104 |
2,556 |
4,418 |
4,323 |
Tabela
2 – Equações de regressão polinomial
para consumo de ração (g), conversão alimentar (kg/kg e kg/dz) de poedeiras.
Goiânia, 2003.
Idade |
Variáveis |
Equação |
R2 |
28 sem |
CR |
Y= 8,36+201,41 x - 0,142
x2 |
0,84 |
CA (kg/kg) |
Y= 1,76 – 0,3146 x |
0,64 |
|
CA (kg/dz) |
Y= 1,189 – 0,245 x |
0,83 |