TÍTULO:
Avaliação microscópica do grau de desadaptação de estruturas metálicas
de próteses fixas fundidas em ligas de Titânio, Paládio-Prata, Níquel-Cromo e
Níquel-Cromo-Titânio sobre pilares de implantes.
AUTORES:
PEREIRA, R.E.*; GUILHERME, A.S.**
INSTITUIÇÃO
DE VÍNCULO: * Aluno de Pós-graduação
(mestrado), com bolsa CAPES. ** Faculdade de Odontologia FO/UFG.
ENDEREÇO
ELETRÔNICO: dr.richard@globo.com,
adericguilherme@superig.com.br
PALAVRAS-CHAVE:
Implante, Prótese, Adaptação, Ligas
odontológicas.
INTRODUÇÃO:
A reabilitação protética corresponde à etapa final da
terapia com implantes osseointegrados, sendo parte integrante do seu sucesso.
Fatores relacionados à transmissão dos esforços oclusais para o osso,
distribuição das tensões sobre os componentes protéticos e adaptação passiva da
infra-estrutura da prótese sobre os implantes têm sido considerados essenciais
para a longevidade do tratamento (Brånemark,
1987).
Dentre os fatores que influenciam a adaptação da
prótese aos implantes estão a fabricação dos componentes e os passos clínicos e
laboratoriais envolvidos na reabilitação. Entre eles, o processo de fundição
envolve uma série de variáveis que podem alterar a adaptação da peça protética.
Este problema é particularmente importante em próteses implanto-suportadas
devido à inexistência do ligamento periodontal, originando uma união rígida. Os
implantes osseointegrados não possuem resiliência no osso, assim, a relativa
precisão entre a restauração implanto-suportada e seus “abutments” deve ser
maior (APARICIO, 1995; HELLDÉN & DÉRAND, 1998).
É essencial que a prótese assente com total
passividade aos implantes ou pilares, já que uma prótese mal adaptada produz
sobrecarga nos elementos mecânicos do sistema, que poderá resultar em perda ou
fratura dos parafusos de ouro, dos parafusos do intermediário, ou do próprio
implante, podendo afetar também os elementos biológicos, levando à perda da
osseointegração (APARICIO, 1994).
As fundições das infra-estruturas das próteses fixas
implanto-suportadas, de peça única que cruzam o arco, convencionalmente
realizadas pela técnica da cera perdida (TAGGART, 1907) são imprecisas quanto
ao assentamento passivo (JEMT & LINDEN, 1992). Desta forma, para se obter
um selamento satisfatório entre a prótese e os implantes e/ou seus componentes,
freqüentemente são confeccionadas estruturas maiores segmentadas, indexadas e
soldadas para se minimizar as distorções de fundição (RIEDY et al.,
1997).
Devido à série de informações citadas na literatura,
e a inexistência de trabalhos que atestem a liga odontológica ideal para
confecção das estruturas de próteses sobre implantes, este trabalho tem como
objetivo principal determinar os diferentes graus de desadaptação das
estruturas metálicas de próteses fixas sobre pilares de implantes
confeccionadas em 4 diferentes ligas metálicas: Titânio comercialmente puro (Ti
c.p.), Níquel-Cromo (Ni-Cr), Níquel-Cromo-Titânio (Ni-Cr-Ti) e Paládio-Prata
(Pd-Ag) e comparar os diferentes graus de desadaptação observados nas amostras
com o grupo controle.
OBJETIVOS:
Determinar os diferentes graus de desadaptação das
estruturas metálicas de próteses fixas sobre pilares de implantes (do tipo
“estheticone” e “multi-unit”) confeccionadas em 4 diferentes ligas metálicas:
Titânio comercialmente puro (Ti c.p.), Níquel-Cromo (Ni-Cr),
Níquel-Cromo-Titânio (Ni-Cr-Ti) e Paládio-Prata (Pd-Ag).
HIPÓTESE:
A obtenção de passividade no assentamento das estruturas metálicas de próteses fixas implanto-suportadas é fator determinante no sucesso dos tratamentos em Implantodontia. A utilização de componentes plásticos fundidos em ligas alternativas demonstram aceitação satisfatória, apesar de pesquisas comprovarem excelentes resultados utilizando componentes protéticos pré-fabricados. Além do tipo de liga odontológica escolhida para confecção das estruturas metálicas, os procedimentos de fundição, soldagem, acabamento e polimento podem determinar índices de desadaptação variados.
MATERIAIS
E MÉTODOS:
Neste estudo, foram confeccionadas duas matrizes em
alumínio representando uma situação clínica de mandíbulas humanas. Cada
mandíbula recebeu cinco implantes de conexão interna (Conect AR – Conexão
Sistemas de Próteses LTDA – São Paulo) eqüidistantes entre si na região
anterior correspondente ao espaço entre os foramens mentuais. As matrizes
idênticas foram identificadas como matrizes 1 e 2. Os implantes da matriz 1
receberam pilares do tipo “estheticone” e da matriz 2, pilares do tipo
“multi-Unit”, todos os pilares produzidos pelo mesmo fabricante dos implantes.
Em cada matriz os pilares foram identificados por letras de A, B, C, D, e E, da
esquerda para direita. As matrizes foram duplicadas a partir da confecção de
moldeiras individuais e moldagens com silicona de adição (Flexi-Time – Kulser).
Os modelos duplicados confeccionados com gesso pedra tipo IV, possuíam análogos
em aço inoxidável correspondentes aos pilares utilizados. Sobre cada modelo de
trabalho, foram confeccionadas três estruturas sobre coifas pré-fabricadas em
plástico calcinável, e uma estrutura sobre coifas pré-fabricadas em ouro,
totalizando 8 estruturas. As estruturas enceradas sobre coifas plásticas foram
fundidas em ligas de Titânio (Rematitan-Dentaurum), Níquel-Cromo
(Cromalit-Polidental) e Níquel-Cromo-Titânio (Tilite-Taladium do Brasil), e as
estruturas enceradas sobre as coifas de ouro foram sobre-fundidas em liga de
Prata-Paládio (Porson4-Degussa). Após desinclusão e acabamento das estruturas,
estas foram adaptadas aos pilares das respectivas matrizes e em seguida
utilizado o método de análise do assentamento passivo de parafuso único
(WASKEWICKZ, et al., 1994). Para as leituras dos valores de desadaptação
marginal entre estrutura e pilares, foi utilizado um microscópio mensurador
digital (UHL – Renishaw – UK) com precisão de 0,001 mm. Cada pilar recebeu
quatro marcações dimetralmente opostas para padronizar os pontos de leitura
(Mesial, distal, vestibular e lingual). Cada pilar foi avaliado três vezes em
cada ponto com o parafuso de fixação adaptado ao pilar A com torque de 10 N/cm2
e toda seqüência repetida com o parafuso adaptado ao pilar E. Após o registro
dos valores de todas as estruturas, estas foram segmentadas e submetidas ao
processo de soldagem a laser (Desktop – Dentaurum – Germany). Após o
procedimento de soldagem, todas as estruturas foram submetidas à análise
microscópica seguindo o mesmo método adotado com as peças em monobloco. Para a
realização da análise estatística as médias dos valores registrados serão
submetidos ao teste t para observações pareadas quando as análises forem
intra-grupos e ao teste t para observações independentes quando as
análises forem inter-grupos.
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