RISCO DE MALIGNIDADE EM NÓDULOS SÓLIDOS DA MAMA, DE
ACORDO COM SUAS CARACTERÍSTICAS SONOGRÁFICAS
Régis Resende Paulinelli, MD*
Ruffo de Freitas Júnior, MD, PhD*
Marise Amaral Rebouças Moreira, PhD**
Vardeli Alves de Moraes, MD, PhD*
Júlio Roberto M. Bernardes Júnior, MD, PhD*
Célio da Silva Rocha Vidal, MD*
Alessandro Naldi
Ruiz, MD*
Miliana Tostes Lucato, MD*
1. Programa de Mastologia
do Hospital das Clínicas do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás.
2. Departamento de
Patologia e Imaginologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de
Goiás.
INTRODUÇÃO: A diferenciação de nódulos
sólidos e císticos é relativamente fácil à ultra-sonografia. Por outro lado, a
diferenciação de lesões sólidas benignas e malignas não é universalmente aceita
e necessita de melhor caracterização e comprovação científica. OBJETIVO: Avaliar o risco de
malignidade para cada uma das características ultra-sonográficas nos nódulos
sólidos da mama, isoladamente e em conjunto, relacionando suas
interdependências. METODOLOGIA: Foram incluídas no estudo 304 pacientes com
nódulos sólidos da mama. A ultra-sonografia mamária foi realizada pelo médico
estagiário da Mastologia, acompanhado do preceptor. As características foram
anotadas em ficha própria. Cada característica ultra-sonográfica foi analisada
e comparada, após a exérese da lesão, com o resultado do exame
anatomopatológico. RESULTADOS: Dentre as 304 pacientes incluídas no estudo, 292
(96%) tiveram diagnóstico definitivo. Dentre essas, 216 (74%) pacientes
apresentaram tumores benignos e 76 (26%) de tumores malignos. A odds ratio de malignidade nos
nódulos mamários, calculada através da análise multivariada, foi a seguinte:
nódulos com contornos irregulares, 17,02 (5,28-54,90); com ecos internos
heterogêneos, 7,70 (2,99-19,84); com ligamentos de Cooper espessados, 15,61
(1,08-225,10); com maior diâmetro ântero-posterior, em relação ao
látero-lateral, 3,29 (1,09-9,96); com halo ecogênico anterior, 2,59
(0,80-8,40); com sombra acústica posterior, 1,57 (0,62-4,01). Três
nódulos (2,3%), dentre os 133 que apresentaram todas as características
sonográficas sugestivas de benignidade, tiveram diagnóstico de malignidade. CONCLUSÃO: A ultra-sonografia é um método diagnóstico que
pode ajudar na diferenciação de tumores sólidos benignos e malignos. A presença
de contornos irregulares, ecos internos heterogêneos, ligamentos de Cooper
espessados e aumento do diâmetro ântero-posterior podem indicar maior probabilidade
de malignidade nos nódulos sólidos da mama.
Palavras-chave: mama, câncer de mama, diagnóstico,
ultra-sonografia.
Financiamento: Recursos
próprios dos pesquisadores.
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