Título:
Título
Auto-percepção de fatores relacionados àa necessidade de tratamento protético de pacientes desdentados parciais em doisno momentos associados àda perda dentária.
Autores: Linéia Tavares Teófilo, Cláudio Rodrigues Leles, Juliana Paula Martins, Sandra Cíntia da Silva Barros
Unidade acadêmica: Faculdade de Odontologia da UFG
E-mail: lineiateofilo@hotmail.com; crleles@odonto.ufg.br
Palavras-chave: necessidade percebida, extração dentária, tratamento protético
2. Resumo
O objetivo deste trabalho é avaliar e comparar a percepção de pacientes adultos desdentados parciais quanto a necessidade de prótese dentária após um período mínimo de 3 meses decorrido do momento da(s) exodontia(s). Portanto, serão realizadas duas etapas de coleta dos dados. Será definida uma amostra de conveniência, formada por pacientes que serão atendidos na Clínica de Cirurgia da F.O./UFG, no primeiro período de avaliação. Previamente à exodontia, os pacientes que atenderem aos critérios de inclusão, serão submetidos a um exame clínico simplicado e responderão a um questionário com perguntas relacionadas a auto-percepção de possíveis prejuízos que decorreramão das perdas dentárias e necessidade de tratamento protético. Após no mínimo 3 meses da intervenção cirúrgica, os pacientes serão novamente contactados e reavaliados clinicamente. Nessa segunda etapa, um novo questionário será direcionado para verificar a necessidade percebida de reposição protética, a demanda por tratamento, bem como os predifatores relacionados. Os resultados parciais obtidos mostraram
23. Introdução/Justificativa
O tratamento protético, em Odontologia, visa essencialmente a reposição de estruturas anatômicas bucais perdidas, dentes e tecidos adjacentes. Quando a prótese dentária é bem indicada, há uma melhora considerável no estado de saúde bucal, devido aos benefícios funcionais, estéticos e de conforto, os quais têm influência direta na melhoria da qualidade de vida da maioria dos indivíduos (McGrath e Bedi, 2001).
Entretanto, nNeem todas as pessoas com perdas dentárias necessitam de tratamento protético para que percebam seu estado de saúde bucal como satisfatório (Elias e Sheiham, 1998). Nesses casos, a demanda por tratamento não se justifica unicamente pela ausência de dentes, mas também por uma série de aspectos individuais relacionados ao paciente. Dessa forma, fatores como o número e a localização das ausências dentárias, a idade do paciente, presença ou não de restrições funcionais bem como características sócio–demográficas e culturais são fatores importantes na demanda por tratamento protético e nas decisões associadas ao tratamento (Elias e Sheiham, 1998; Haugejorden e Klock, 2002, Trovik et al., 2002; Heft et al., 2003; Omar et al.,2003).
Um dos aspectos mais relevantes no processo de tomada de decisões por tratamento é a forma pela qual o indivíduo percebe sua condição de saúde bucal. A presença de dor, desconforto, limitação funcional, insatisfação com a aparência (auto-estima), dificuldades de comunicação estão relacionadas com a percepção subjetiva do paciente com relação à necessidade de tratamento protético (Cushing et al., 1986; Berkey et al., 1996; Arrighi, 1998, Heft et al., 2003).
A auto-percepção do paciente com relação à necessidade de prótese dentária é de fundamental importância no processo de tomada de decisão clínica, porque revela o seu comportamento com relação a saúde, suas expectativas e seus anseios. O julgamento do paciente está intimamente relacionado com o seu grau de satisfação em relação aos resultados do tratamento realizado (Nedefors, 1998; Locker, 2002; Heft et al., 2003; Omar, 2003).
Entretanto, as decisões associadas ao tratamento protético muitas vezes são baseadas no modelo tradicional de prestação de serviços. Esse modelo caracteriza uma abordagem normativa, centrada no profissional, que superestima a importância de conceitos mecânicos e morfológicos. Como conseqüência, atribui pouca importância a questões como a etiologia da doença, fatores de risco do paciente, adoção de medidas preventivas e a relação custo-benefício das intervenções profissionais (Cushing et al., 1986). Uma das principais críticas à conduta tradicional em prótese é a excessiva preocupação com a restauração completa dos arcos dentários (Witter et al., 1999; Sheiham, 2001).
Tendo em vista as limitações da abordagem normativa, o paradigma atual para a tomada de decisão em prótese dentária tem como referencial um modelo mais abrangente, originado da tentativa de englobar aspectos multidimensionais, voltados para atender as necessidades reais do paciente. Essa abordagem enfoca questões individuais do paciente como suas expectativas e preferências, o custo-benefício do tratamento, a severidade do problema, a viabilidade de alternativas de tratamento e o impacto da intervenção na qualidade de vida do paciente (Berkey et al., 1996; Rich e Goldstein, 2002). Além disso, a valorização da percepção do paciente em relação às suas necessidades, resulta em sua participação ativa, em parceria com o profissional, nas decisões relacionadas ao tratamento (Berkey et al., 1996; Witter et al., 1999; Sheiham, 2001; Rich e Goldstein, 2002).
Essa referida abordagem tem como fundamento a preservação de arcos dentários funcionais (Witter et al., 1999), tornando relativa a necessidade de restabelecimento de uma arcada dentária completa e estabelecendo diferentes níveis de intervenção com base nas necessidades percebidas pelo paciente em adição às suas necessidades normativas (Berkey et al., 1996; Witter et al., 1999; Lyka et al., 2001). Estudos com pacientes com arcos dentários encurtados, em que estão presentes dentes anteriores e pré-molares, têm demonstrado que a perda de dentes não necessariamente resulta em problemas significativos. A presença de 20 dentes ou menos bem distribuídos na cavidade bucal não é um fator de risco para a disfunção craniomandibular nem provoca o colapso da mordida de forma rápida e severa (Rich e Goldstein, 2002; Omar, 2003). Uma dentição reduzida pode oferecer conforto, capacidade mastigatória e estabilidade oclusal (Elias e Sheiham, 1998; Witter et al., 1999; Shugars et al., 2000; Sarita et al., 2003).
Pacientes com ausência de dentes na região anterior são mais prováveis de demonstrarem a necessidade de reabilitação do que aqueles com perdas dentárias posteriores, pois o comprometimento da estética do indivíduo está muito relacionado com o seu fator psicológico e, conseqüentemente, influencia negativamente suas relações sociais (Elias e Sheiham, 1998). Se não existe o envolvimento estético, muitas vezes o impacto da condição bucal é pouco significativo e, conseqüentemente, o individuo pode não considerar a reposição do dente ausente uma necessidade imperativa (Elias e Sheiham, 1999).
Quando os dentes perdidos não são substituídos, podem ocorrer alterações da posição dos dentes remanescentes no arco dentário. A migração dentária para o espaço desdentado ou extrusão de dentes sem antagonistas são possíveis conseqüências da não reposição dos dentes perdidos (Elias e Sheiham, 1998). No entanto, estudos clínicos têm demonstrado que a extensão da migração dentária é aceitável do ponto de vista estrutural (Witter et al., 1987; Shugars et al., 2000; Gragg et al.,2001), e que a falta de dentes antagonistas em adultos não implica necessariamente em extrusão dentária. Ao contrário, a perda de molares tem sido associada a um nível muito reduzido de extrusão (Kiliaridis et al., 2000; Lyka et al., 2001).
Um outro aspecto a ser considerado é que a reposição dentária pode comprometer a longevidade dos dentes vizinhos a espaços desdentados, principalmente quando tratados com modalidades de tratamento tradicionais como a prótese parcial fixa e removível (Aquilino et al., 2001). No caso de espaço desdentado posterior de pequena extensão, a reposição não é um fator crítico e há uma boa expectativa de longevidade de dentes adjacentes a espaços desdentados não tratados a longo prazo (Shugars et al, 1998; Shugars et al., 2000; Aquilino et al., 2001). Nesses casos, uma abordagem de tratamento viável é a indicação de próteses suportadas por implantes, as quais apresentam baixo índice de insucessos, reduzido risco de falhas e longevidade comprovadamente superior à maioria dos tratamentos protéticos convencionais (Henry, 2000). Entretanto, vários fatores clínicos individuais ou relacionados à prestação de serviços podem inviabilizar o uso de implantes para uma parte significativa dos pacientes.
Mesmo que haja uma boa indicação para a realização de determinado tipo de tratamento protético, possíveis complicações podem decorrer do tratamento. Todas as modalidades de próteses dentárias possuem um caráter limitado com relação ao seu tempo de duração (Scurria et al., 1998), que pode ser devido ao tipo de material utilizado em sua confecção, ao planejamento inadequado do tratamento e a fatores relacionados ao paciente (Palmqvist e Soderfeldt, 1994; Libby et al., 1997). A colocação de próteses dentárias pode resultar em recidivas de cárie, comprometimento ósseo, fraturas dentárias e perdas de dentes pilares, o que geralmente determina o fracasso do tratamento e a necessidade de substituição da prótese.
Quando o paciente deseja a reposição dentária seja no momento imediato à extração ou após ter decorrido algum tempo, ele deve ser conscientizado pelo profissional dos riscos e benefícios do tratamento protético, para que possa expressar sua real necessidade de reabilitação, sendo isso muito importante na decisão pelo tratamento.
Pelo fato de a perda dentária ser um tipo de impacto psicossocial, muitos pacientes escandinavos expressaram, no momento da extração dentária, a necessidade imediata de reposição do dente perdido (Trovik, et al., 2002). Normalmente, nem todos os pacientes demandam por tratamento protético imediatamente após as perdas dentárias, pois precisam de um tempo subseqüente para mostrarem o seu real desejo sobre a colocação da prótese dentária. Esse tempo decorrido dependerá da extensão dos impactos a nível estético, funcional, psicológico e social (Locker, 2002). As deficiências morfológicas apenas têm um peso muito limitado na determinação da necessidade de tratamento pelo paciente e as conseqüências das perdas dentárias posteriores variam muito de indivíduo para indivíduo (Omar, 2003). Deve ser considerada a substancial capacidade humana de adaptação física e psicológica a alterações na cavidade bucal e de enfrentamento a impactos, na ausência de sintomatologia (Mojon e MacEntee, 1992; Trovik et al, 2002; Locker 2002).
Portanto, a relevância deste trabalho se deve a importância da necessidade percebida do paciente sobre o tratamento protético, o que influencia diretamente nos resultados do tratamento. No entanto, a auto-percepção do paciente relacionada à necessidade de reposição dentária no momento da extração pode ser modificada com o decorrer do tempo (Trovik et al., 2002), pois fatores biológicos e externos como meio ambiente e contexto social, podem influenciar direta ou indiretamente a necessidade percebida do paciente pelo tratamento.
34. Objetivo
O objetivo deste trabalho éfoi avaliar e comparar a auto-percepção de pacientes adultos desdentados parciais em relação aos possíveis prejuízos resultantes das perdas dentárias e quanto a necessidade de prótese dentáriaquanto à necessidade percebida de prótese dentária no momento da(s) exodontia(s). após um período mínimo de 3 meses decorrido do momento da(s) exodontia(s).
45. Material e MétodoProcedimentos metodológicos
A coleta de dados para avaliação e comparação da auto-percepção de pacientes desdentados parciais sobre a necessidade de reposição protética será realizada em duas fases: no momento da exodontia e decorridos no mínimo 3 meses da intervenção. O estudo foi delineado do tipo observacional coorte prospectivo.
Essas duas etapas de coleta de dados serão descritas a seguir:
Etapa I:
1.Foram Sseleçãocionados de pacientes eletivos da Clínica de Cirurgia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás, de ambos os sexos, com idade a partir de 16 anos, sem limite de idade, com indicação de exodontia. Como critérios de exclusão, não participarãoam da pesquisa pacientes com dentição completa que serãoiam submetidos à exodontia de terceiros molares ou pacientes com indicação de exodontia com finalidade ortodôntica. A presença de espaços protéticos adjacentes aos terceiros molares é um dos critérios de inclusão.
Definição de uUma amostra de conveniência ou consecutiva, formaconstituídada por indivíduos que seriamserão atendidos na Clínica de Cirurgia do Curso de Graduação da FO/UFG, foi definida num período determinado de 4 meses. Portanto, nos primeiros 4 meses, os componentes da amostra serão selecionados, não sendo possível prever o número total de indivíduos que participarão da pesquisa, considerando que a amostra consecutiva é delimitada pelo período de coleta de dados, sendo arrolados consecutivamente todos os indivíduos acessíveis
. Essa abordagem para obtenção da amostra foi proposta porque minimiza o voluntarismo e outros tipos de vieses de seleção.
3. Os pacientes serão identificados, selecionados de acordo com os critérios de inclusão e convidados a participarem do estudo. Os pacientes serão esclarecidos individualmente sobre os procedimentos da pesquisa e avisados de que serão contactados novamente após um período de no mínimo 3 meses. Após concordarem em participar da pesquisa, um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo I) será entregue aos pacientes, os quais deverão ler e assinar o documento.
4. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e o Protocolo de Pesquisa serão submetidos à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás.
5. Os pacientes que concordaremram em participar do estudo, serão foram submetidos a uma avaliação clínica. Dados relativos à identificação do paciente e caracterização da situação clínica inicial serãforam coletados em ficha clínica específica. (Anexo II- Etapa I). Em seguida, um questionário estruturado seráera administrado pelo pesquisador (Anexo II- Etapa I), no qual serão abordadosndo os seguintes aspectos:
a) o julgamento do paciente sobre os possíveis prejuízos funcionais, estéticos, psicológicos e sociais decorrentes da(s) perda(s) dentária(s);
b) a percepção do paciente em relação à importância da manutenção da dentição completa;
c)b) a percepção do paciente quanto à necessidade de reposição protética no momento da(s) exodontia(s).
6. O questionário estruturado (Anexo II), que compreenderá os dois períodos de avaliação, seráfoi previamente testado com 10 pacientes eletivos da Clínica de Cirurgia da F.O./U.F.G.. As questões incluídas nesse questionário foram extraídas e adaptadas de um instrumento de avaliação previamente proposto por Slade & Spencer em 1993 (Oral Health Impact Profile).
7. A Etapa I será realizada no momento da exodontia, previamente ao procedimento, sendo definida como primeiro período de avaliação.
Etapa II
1. A obtenção da coleta de dados na Etapa II, definida como segundo período de avaliação será realizada dentro de 5 meses, após terem decorrido um período mínimo de 3 meses do procedimento cirúrgico de cada participante. Portanto, o período total de coleta de dados do estudo será de 8 meses.
2. Os pacientes que constituem a amostra desse estudo serão contactados via telefone ou correio e convidados a comparecerem a uma consulta odontológica na Faculdade de Odontologia da UFG. Os pacientes serão avisados de que serão submetidos a uma avaliação odontológica para verificação de suas necessidades prioritárias e, em seguida, perguntas do questionário específico da segunda etapa serão direcionadas a eles. Se concordarem com o retorno à F.O., os pacientes serão agendados.
3. O pesquisador e seus auxiliares dispensará uma atenção odontológica especial aos pacientes que retornarem para o segundo período de avaliação. Eles serão examinados clinicamente e orientados sobre cuidados que precisam ter com a saúde bucal. As necessidades odontológicas prioritárias desses pacientes serão anotadas em fichas clínicas. Será verificada a possibilidade de atendimento desses pacientes na F.O./UFG.
4. Após a realização do exame físico, será preenchida a ficha clínica específica do estudo (Anexo II- EtapaII). Em seguida, um questionário será administrado pelo pesquisador (Anexo II- Etapa I) para verificação dos seguintes aspectos:
a) realização ou não do tratamento protético;
b) limitações físicas, psicológicas e sociais encontradas após a(s) perda(s) dentária(s);
c) auto-percepção da necessidade de tratamento protético;
d) julgamento do paciente quanto a possibilidade de manter os dentes naturais remanescentes por toda a vida;
e) fatores que interferiram na ausência deausência de demanda por tratamento protético.
Os resultados obtidos nas duas etapas de coleta dos dados serão transferidos para um banco de dados eletrônicos para posterior tabulação e análise quantitativa. Será realizada análise descritiva dos dados na forma de medidas de resumo das freqüências obtidas. Análise inferencial será realizada por meio de comparação entre os diferentes períodos de avaliação e medidas de associação entre as variáveis analisadas. Para a análise estatística dos dados será utilizado o pacote computacional SPSS, versão 11.0.
.
56. Situação atual do projetoConsiderações parciais
6.1. Síntese das atividades realizadas:
De acordo com o cronograma das atividades apresentado no projeto e que foram descritas acima no presente relatório, será apresentado o andamento de cada etapa da pesquisa:
Levantamento bibliográfico:
O levantamento bibliográfico Está sendofoi realizado utilutilizando-se a fonte de catalogação bibliográfica Medline (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Pubmed), com os seguintes descritores: needs assessment, prosthodontics, tooth extraction, self-perceived need. Para refinamento da busca, foram utilizadas ferramentas de busca que permitiram delimitar o período, selecionar os tipos de estudos, periódicos da área de interesse bem como o idioma. No caso desse estudo, foram selecionados estudos clínicos e revisões sistemáticas publicados no idioma inglês em periódicos odontológicos nos últimos 10 anos.
Para a seleção de referências relevantes, foram citadas na busca nomes de autores, verificadas as referências encontradas no link de artigos relacionados, sendo também utilizada a consulta de referências bibliográficas citadas em trabalhos já previamente consultados.
A avaliação preliminar dos resumos e a leitura crítica dos estudos obtidos permitiu a seleção daqueles considerados relevantes e pertinentes à presente investigação. É importante ressaltar que a revisão bibliográfica continua sendo constantemente atualizada para inclusão de novos trabalhos importantes que surgirem no decorrer do estudo.
.
Revisão de Literatura: Capítulo da dissertação que objetiva a obtenção de um referencial teórico que serve como justificativa para a realização do estudo, como fonte eminente de variáveis e de instrumentos que possam ser utilizados, de técnicas de coleta de dados e de informações que vão auxiliar na interpretação dos resultados (Anexo III).
Comitê de Ética: O protocolo de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás em 26/04/2004, Protocolo 016/2004 (Anexo IV).
Instrumento de pesquisa e estudo piloto: As questões incluídas no questionário estruturado foram extraídas e adaptadas de um instrumento de avaliação proposto por Slade & Spencer (1993). Na segunda quinzena do mês de março de 2004, o pré-teste foi realizado para melhor adequação do instrumento de pesquisa.
Coleta de dados: A Etapa I de coleta dos dados foi iniciada no mês de abril de 2004 e, dentro do previsto, vai se estenderia até o mês de setembro de 2004, porém a Faculdade de Odontologia encontra-se num período de greve. Nesse primeiro período de avaliação, foram obtidos até o presente momento dados de 172200 pacientes. A Etapa II para obtenção dos dados foi iniciada no mês de agosto de 2004, com previsão de término em dezembro de 2004.
6.2. Resultados e Discussãos parciais: (Anexo V)
Foram selecionados 200 pacientes no período de 4 meses, considerando que a amostra consecutiva é delimitada pelo período de coleta de dados, sendo arrolados consecutivamente todos os indivíduos acessíveis.
Foi realizadafeita uma análise descritiva dos dados parciais utilizando-se o pacote computacional SPSS, versão 11.0 . A análise inferencial será concluída assim que forem totalizados os dados.
(Tabelas 1 e 2).
Tabela 1. Análise de freqüência das variáveis clínicas (n= 200). |
|||
n |
% |
||
Motivo das perdas dentárias |
Cárie |
157 |
78,5 |
Doença periodontal |
35 |
17,5 |
|
Traumatismo |
3 |
1,5 |
|
Localização dos dentes indicados para exodontia |
Anterior |
42 |
21,0 |
Posterior |
141 |
70,5 |
|
Ambos |
17 |
8,5 |
|
Superior |
115 |
57,5 |
|
Inferior |
79 |
39,5 |
|
Ambos |
6 |
3,0 |
6.3.
Dificuldades encontradas (relacionadas abaixo):
c) Dificuldade de encaminhamento dos pacientes para resolução de suas necessidades odontológicas.
Tabela 2. Freqüência de respostas positivas relacionadas à autopercepção do paciente (n=200) |
||
n |
% |
|
1. Você acha que a falta deste(s) dente(s), após a cicatrização do local da cirurgia, trará para você dificuldades de mastigar algum tipo de alimento? |
144 |
72,0 |
2. Você acha que a perda deste(s) dente(s) poderá dificultar sua digestão? |
105 |
52,5 |
3. Você acha que sua saúde geral poderá piorar por causa desta(s) perda(s) dentárias? |
38 |
19,0 |
4. Você acha que sua aparência será prejudicada após a perda deste(s) dente(s)? |
117 |
58,5 |
5. Você acha que esta(s) perda(s) dentária(s) podem influenciar seu convívio social? |
76 |
38,0 |
6. Você acha que a falta deste(s) dente(s) lhe causará algum tipo de constrangimento? |
101 |
50,5 |
7. Esta(s) perda(s) dentária(s) trazem algum tipo de preocupação para você? |
99 |
49,5 |
8. Você considera importante a colocação imediata de uma prótese para substituir este(s) dente(s) que serão perdidos? |
195 |
97,5 |
9. Você pretende colocar prótese dentária logo após a(s) extração(ões) deste(s) dente(s)? |
155 |
77,5 |
10. Na sua opinião, o tratamento protético pode resolver o seu problema? |
187 |
93,5 |
Foi observado que a principal causa das perdas dentárias foi a cárie (78,5%). Dos pacientes avaliados, 141 perderam dentes posteriores (70,5%), sendo que 57,5% deles perderam dentes no arco superior e 4039,5% no inferior.
Foi observado que a principal causa das perdas dentárias foi a cárie (78,5%). Dos pacientes avaliados, 141 perderam dentes posteriores (70,5%), sendo que 57,5% deles perderam dentes no arco superior e 40% no inferior. A maioria dos participantes relatou acreditar que as perdas dentárias resultariam principalmente no comprometimento mastigatório (72,0%), seguido pelo prejuízo na aparência (58,5%). Foi verificado que 77,5% dos pacientes expressaram o desejo imediato de colocação de prótese.
7.
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ANEXOS
ANEXO I-TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
ANEXO II- FICHA CLÍNICA
ANEXO III- PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
ANEXO IV- REVISÃO DE LITERATURA
ANEXO V- RESULTADOS PARCIAIS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você, paciente da Clínica de Cirurgia da FO/UFG, está sendo convidado(a) a participar, como voluntário, de uma pesquisa. Após ser esclarecido(a) sobre as informações abaixo, se você concordar em participar da pesquisa, assine ao final deste documento.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA AO SUJEITO:
Título do Projeto: Avaliação da Auto-Percepção dae Necessidade de Tratamento Protético de Pacientes Desdentados Parciais em Diferentes Momentos após a Perda de Dentes.
Pesquisador Responsável: Lineia Tavares Teófilo
Pesquisador Participante (Orientador): Prof. Dr. Cláudio Rodrigues Leles
Telefones para contato : 210-6293/ 209-6250
O objetivo deste trabalho é avaliar aspectos da auto-percepção do paciente quanto à necessidade de tratamento protético, a partir de questionários com perguntas às quais o paciente vai responder de acordo com a sua realidade. A justificativa deste estudo é a importância do julgamento do paciente quanto as suas necessidades de tratamento odontológico, que deve ser consideradas pelo profissional no momento da tomada de decisão clínica.
O pesquisador, antes de realizar as perguntas, fará um breve exame clínico, a fim de documentar sua situação clínica bucal. Você será contactado novamente, daqui a 3 ou 4 meses, para contribuir com a segunda fase da realização da pesquisa.
Esta pesquisa não lhe causará qualquer tipo de risco, dano ou desconforto. Ao contrário, a nossa intenção é que você seja beneficiado, melhorando sua saúde bucal. Eu, pesquisadora, estarei disponível para qualquer tipo de orientação e esclarecimento de dúvidas relacionadas a saúde bucal. Diante de sua situação clínica bucal e manifestação do desejo de melhorar suas condições bucais, você será encaminhado(a) para outras unidades clínicas desta instituição.
Caso você não concorde em participar da pesquisa, isso não resultará em prejuízo a você. Se concordar em participar da mesma, fica-lhe assegurado o sigilo de todas as informações prestadas por você, também o direito de retirar seu consentimento de participação a qualquer momento.
Os resultados desta pesquisa serão divulgados, sem nenhuma identificação dos sujeitos (pacientes), nesta instituição de ensino, em eventos de interesse científico e revistas científicas, com o objetivo único de contribuir com o conhecimento na área odontológica.
________________________________
Pesquisador responsável
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO
Eu, _____________________________________, RG/ CPF/ n.º de prontuário/ n.º de matrícula ______________________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo "Avaliação da Auto-Percepção da Necessidade de Tratamento Protético de Pacientes Desdentados Parciais em Diferentes Momentos após a Perda de Dentes" como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pela pesquisadora Lineia Tavares Teófilo sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade ou interrupção de tratamento.
Local e data _______________________________________________________________
Nome e Assinatura do sujeito ou responsável: ____________________________________
Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do paciente em participar - Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):
Nome: ________________________________ Assinatura: _________________________
Nome: ________________________________ Assinatura: _________________________
AVALIAÇÃO DA AUTO-PERCEPÇÃO DA NECESSIDADE DE TRATAMENTO PROTÉTICO DE PACIENTES DESDENTADOS PARCIAIS EM DIFERENTES MOMENTOS APÓS A PERDA DE DENTES
Mestranda: Linéia Tavares Teófilo Orientador: Prof. Dr. Cláudio Rodrigues Leles
DATA ____ / ____ / ________
FICHA CLÍNICA
Nome: __________________________________________ Sexo: Masc Fem Idade: ______ anos
Endereço: ______________________________________________________________________
Fone(s) para contato:_____________________________________________________________
Escolaridade: 1o Grau incompl. 1o Grau compl. 2o Grau compl. 3o Grau compl.
ETAPA I
EXAME CLÍNICO
Perdas dentárias prévias
Possui espaços protéticos? sim não
Dentes ausentes (exceto terceiros molares): __________________________________________
Espaço Protético: Curto Médio Longo Único Múltiplo
Localização: Anterior Posterior Ambos Superior Inferior Ambos
Uso de prótese dentária: sim não
Tipo de prótese fixa removível
Localização da reposição protética
Anterior Posterior Ambos
Superior Inferior Ambos
Condição de higiene bucal: Boa Regular Ruim
Perdas dentárias iminentes
Dente(s) indicado(s) para exodontia: _____________
Motivo(s) da(s) perda(s) dentária(s): Cárie dentária Doença periodontal Traumatismo
Localização do(s) dente(s) indicado(s) para exodontia
Anterior Posterior Ambos Superior Inferior Ambos
Espaço Protético: Curto Médio Longo Único Múltiplo
QUESTIONÁRIO
SIM NÃO
1. Você acha que a falta deste(s) dente(s), após a cicatrização do local da cirurgia, trará para você dificuldades de mastigar algum tipo de alimento? |
||
2. Você acha que a perda deste(s) dente(s) poderá dificultar sua digestão? |
||
3. Você acha que sua saúde geral poderá piorar por causa desta(s) perda(s) dentárias? |
||
4. Você acha que sua aparência será prejudicada após a perda deste(s) dente(s)? |
||
5. Você acha que esta(s) perda(s) dentária(s) podem influenciar seu convívio social? |
||
6. Você acha que a falta deste(s) dente(s) lhe causará algum tipo de constrangimento? |
||
7. Esta(s) perda(s) dentária(s) trazem algum tipo de preocupação para você? |
||
8. Você considera importante a colocação imediata de uma prótese para substituir este(s) dente(s) que serão perdidos? |
||
9. Você pretende colocar prótese dentária logo após a(s) extração(ões) deste(s) dente(s)? |
||
10. Na sua opinião, o tratamento protético pode resolver o seu problema? |
11. Quais benefícios o uso de uma prótese dentária poderia trazer para você?
12. Você acha que o tratamento protético pode lhe oferecer riscos?
sim não não sei
13. Segundo o que você sabe, que possíveis riscos podem advir do tratamento protético?
14. Se você possui perdas dentárias, por que não buscou tratamento protético?
não achou necessário não tenho como custear o tratamento falta de interesse
falta de motivação experiência odontológica anterior negativa falta de conhecimento
outros (falta de tempo, etc.)
A cirurgia foi realizada? sim não
Dentes extraídos?_________________
DATA ____ / ____ / _____
ETAPA II
EXAME CLÍNICO
Presença de perdas dentárias posteriores ao PERÍODO I
Ocorreram perdas dentárias adicionais? sim não
Dentes perdidos:_______________________________________________________________
Motivo(s) da(s) perda(s) dentária(s) Cárie dentária Doença periodontal Traumatismo
Uso de prótese dentária sim não
Tipo de prótese fixa removível
Localização da reposição protética
Anterior Posterior Ambos
Superior Inferior Ambos
Condição de higiene bucal Boa Regular Ruim
QUESTIONÁRIO
SIM NÃO
1. Você colocou prótese dentária após ter sido atendido na clínica de cirurgia? |
||
2. Você encontrou dificuldades para mastigar após a(s) perda(s) do(s) dente(s)? |
||
3. Você teve de evitar algum tipo de alimento por causa do(s) dente(s) perdido(s)? |
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4. Você acha que sua saúde geral ficou mais prejudicada após a(s) perda(s) dentária(s)? |
||
5. Com a perda do(s) dente(s), você sentiu que sua aparência foi prejudicada? |
||
6. Essa piora na aparência te incomodou de alguma maneira? |
||
7. Em algum momento, a perda do(s) dente(s) lhe causou algum tipo de constrangimento, vergonha, por exemplo? |
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8. Você acha que a perda de dentes interferiu no seu relacionamento com outras pessoas? |
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9. Você sentiu necessidade de colocação de uma prótese para substituir o(s) dente(s) perdido(s)? |
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10. Você acredita que pode manter seus dentes naturais por toda a vida? |
Fonte de financiamento: CNPQ
11. Se você sentiu necessidade de colocação de prótese, porque você ainda não buscou tratamento?
não tive como custear o tratamento falta de tempo falta de motivação
outros _________________________
REVISÃO DE LITERATURA
Cushing AM, Sheiham A, Maizels J. Developing socio-dental indicators-the social impact of dental disease. Community Dental Health 1986; 3: 3-17.
Cushing et al. (1986) relataram problemas bucais detectados por uma população de adultos e a relação com a sua condição clínica e cuidados odontológicos. A amostra randomizada foi constituída de 414 trabalhadores de indústrias do Norte da Inglaterra, entre 16 e 60 anos. Os trabalhadores eram convidados a responderem um breve questionário e a seguir eram examinados clinicamente. A medida de impacto social e psicológico associada a doença bucal utilizada no questionário foi baseada em cinco categorias de impactos: dificuldades de mastigação, dificuldades de comunicação, dor, disconforto e insatisfação estética. Existiu uma prevalência relativamente alta de impactos sociais e psicológicos relacionados a problemas bucais descritos pela população de estudo. O tipo de impacto mais comum era o desconforto. Medidas tradicionais, como o CPOD e índices periodontais, não tiveram boa correlação com medidas de impacto. A presença de cárie e o uso de próteses estiveram associados com grande número e níveis de impactos. A avaliação clínica sugerindo a necessidade de reparo da prótese ou reposição protética foi muito superior à auto-percepção da necessidade de tratamento protético pelos usuários que julgavam suas próteses como adequadas. Não existiram diferenças marcantes relacionadas aos impactos bucais entre as pessoas que visitavam o dentista regularmente e aquelas que procuravam atendimento somente quando detectavam problemas. Os autores sugerem que impactos sociais e psicológicos da doença bucal devem ser considerados no planejamento do tratamento.
Tervonen T. Condition of prosthetic constructions and subjective needs for replacing missing teeth in a Finish adult population. J Oral Rehabil 1988; 15: 505-13.
Tervonen (1988) realizou um estudo para avaliar o estado das próteses dentárias segundo o julgamento dos dentistas (examinadores) e dos pacientes e a necessidade subjetiva para a reposição dentária. Participaram do estudo 1275 adultos, escolhidos aleatoriamente, divididos em 4 grupos etários: 25 anos, 35 anos, 50 anos e 65 anos, sendo no total 584 homens e 691 mulheres. Os indivíduos foram entrevistados e avaliados clinicamente. A avaliação dos dentistas e pacientes sobre a qualidade das próteses removíveis foi concordante em 76% dos casos. Os pacientes julgaram aceitáveis 66% das próteses totais superiores e 59% das inferiores, entretanto a aceitabilidade segundo avaliação do profissional foi 47% e 39%, respectivamente. Dos 721 pacientes que não usavam próteses totais, 41% apresentavam 1 ou mais dentes anteriores ou pré-molares ausentes na maxila e 44% na mandíbula. Dos 41%, 24% deles expressaram necessidade de reposição dentária. Dos 44%, 29% dos indivíduos expressaram necessidade de reposição dentária. A presença de 4 ou mais molares superiores foi observada em 62% desse grupo de 721 indivíduos, enquanto na mandíbula, a presença de 4 ou mais molares foi detectada em 42% de 962 indivíduos. Somente 1/5 dos indivíduos com nenhum ou no máximo dois molares superiores e ¼ daqueles com nenhum ou no máximo dois molares inferiores expressaram a necessidade de reposição de 1 ou mais molares. Na região de molares, somente 42% daqueles com molares superiores ausentes e 38% daqueles com ausência de molares inferiores expressaram o desejo de reposição dentária. A freqüência dos indivíduos que perceberam a necessidade de tratamento protético aumentou consideravelmente com o aumento da idade, o que foi observado no grupo de indivíduos de 50 anos.
Mojon P, MacEntee MI. Discrepancy between need for prosthodontic treatment and complaints in an elderly population. Spec Care Dentist 1992; 20: 48-52.
Mojon e McEntee (1992) realizaram um estudo para estimar a necessidade de tratamento protético sob condições teóricas, clínicas e práticas de uma população de idosos institucionalizados residentes em Vancouver e, identificar fatores que poderiam influenciar suas queixas, necessidade de tratamento e uso de próteses dentárias. Foram selecionados aleatoriamente 269 edêntulos com idade acima de 60 anos, para participarem de uma entrevista e serem examinados clinicamente. Perguntas foram feitas para que fossem detectadas queixas relacionadas à saúde bucal e informações sobre o uso de serviços odontológicos. A idade, o gênero, o nível educacional e o tempo de permanência na instituição foram investigados. Os fatores considerados na estimativa foram a qualidade da prótese (necessidade teórica), anatomia do rebordo residual (necessidade clínica) e queixa do paciente (necessidade prática). Cerca de 50% da amostra identificaram problema bucal. O número de queixas foi significativamente maior entre os indivíduos educados e aqueles que tinham tido acesso ao dentista mais recentemente. Muitos dos que se queixavam relataram que seu problema persistia há mais de um ano. Não existiu associação significante entre os relatos e as necessidades teóricas ou clínicas. As queixas mais freqüentes daqueles que não usavam prótese eram o comprometimento da aparência e da fala. A idade, o gênero, o nível educacional e o desajuste das próteses pareceram não ter influência na procura pelo tratamento. Os autores concluíram, após estimativa final, que somente um terço da população de edêntulos buscaria e se beneficiaria do tratamento protético, o que contrasta com a larga proporção que seria indicada para tratamento, se a avaliação da necessidade fosse baseada somente em observações clínicas, subestimando as queixas dos indivíduos.
Rosenoer LM, Sheiham A. Dental impacts on daily life and satisfaction with teeth in relation to dental status in adults. J Oral Rehabil 1995; 22: 469:80.
Rosenoer e Sheiham (1995) fizeram um estudo na Inglaterra com o objetivo de investigarem se indivíduos com ausências dentárias posteriores sofriam poucos impactos e se eles consideravam seus dentes e sua boca aceitáveis. Esses autores avaliaram a relação entre a satisfação com os dentes e cavidade bucal e o número, a localização e a condição dentária. A amostra foi constituída de 195 adultos empregados, na faixa etária entre 35 e 64 anos, sendo 13,8% homens e 86,2% mulheres. Como critérios de inclusão, os indivíduos deveriam possuir dentição completa ou incompleta, mas com os sextantes anteriores intactos (dentes naturais ou prótese). Os participantes responderam a um questionário e foram avaliados clinicamente. Foram relatados impactos na função mastigatória, na fala, na estética, no convívio social e no bem-estar, além da história de dor ou desconforto em relação aos dentes e articulação têmporo-mandibular. Os indivíduos foram questionados sobre o uso e as razões para o não uso de próteses parciais removíveis. Os resultados mostraram que o grau de satisfação com a boca não esteve relacionado com o número de dentes presentes e sim com o número de pares oclusais posteriores. Um grau de satisfação ligeiramente maior com os dentes foi observado no grupo de indivíduos com mais de 4 pares oclusais posteriores. O número de impactos foi significantemente maior (P<0,05) nos indivíduos com 4 ou menos pares oclusais posteriores e teve alta correlação com o número de dentes naturais. Foi encontrada correlação significante entre problemas mastigatórios e dor, desconforto e comunicação (p<0,001), entre dor, desconforto e estética e entre comunicação e estética (p<0,01). Pareceu existir uma forte correlação entre disfunção e condição/localização dentária. A satisfação com os dentes e boca diminuiu com o aumento do CPOD. O uso de próteses parciais foi encontrado em 27,7% dos participantes, mas eles usavam muito mais as próteses superiores que as inferiores. Daqueles que usavam próteses inferiores, 43,0% estavam muito insatisfeitos, comparados aos 13,3% dos que usavam próteses superiores. Os motivos relatados para a não reposição protética foram: a falha dentária não incomodou, a não reposição tinha sido sugerida, maior conforto sem o uso da prótese, não desejo pelo tratamento e falta de recursos financeiros. As pessoas mais velhas (com mais de 55 anos) mostraram mais satisfeitas que as mais jovens. Em termos sociais e econômicos, a satisfação do indivíduo com a mesa oclusal e comprimento do arco dentário, bem como a condição e localização dos dentes são fatores de grande importância.
Hakestam U, Söderfeldt B, Rydén O, Glantz P-O. Personality factors versus expectations and self-reported symptoms among patients awaiting advanced prosthodontic treatment. Eur. J. Prosthodont. Rest. Dent. 1997; 5(3): 105-110.
Hakestam et al. (1997) avaliaram um grupo de pacientes na Suécia, que aguardava reabilitação protética extensa, utilizando perguntas que poderiam identificar aspectos de relevância clínica associados à personalidade. Investigaram relações entre personalidade e atributos socioeconômicos, atitudes dos pacientes com os dentes e cuidados odontológicos, percepção de problemas dentários, experiências e expectativas relacionadas aos cuidados e auto-relato de sintomas. Questionários foram enviados a 489 pacientes, selecionados consecutivamente, sendo que 84,2% responderam. Os participantes foram enquadrados de acordo com suas respostas em diferentes traços da personalidade: 1. fearful-depressed: ansioso, depressivo, desanimado, mal humorado; 2. open-minded: otimista, confiante, com grandes expectativas e poucos sintomas; 3. control-minded: autônomo, que não revela expectativas e preocupações. Os resultados mostraram que as mulheres, sendo também as mais jovens, tiveram maior representatividade na personalidade fearful-depressed, por consumirem mais tranqüilizantes, serem mais pessimistas com relação ao tratamento e relatarem com maior freqüencia a presença de sintomas. A personalidade frágil e apreensiva revelou a necessidade de uma relação positiva e segura entre paciente-dentista. O perfil open-minded demostrou facilidade de relacionamento, de expressar sentimentos, valorizava mais seus dentes e sua aparência que os demais, apesar de não estar tão ligado à questão do trabalho. Todas os traços de personalidade apresentaram sentimentos negativos a respeito dos cuidados odontológicos. Concluíram que os fatores de personalidade estão relacionados a fatores de relevância clínica. A personalidade afeta a auto-percepção do paciente quanto à saliência do dente e à presença de sintomas, aos padrões de atendimento odontológico e as suas expectativas quanto aos resultados do tratamento.
Steele JG, Ayatollahi SMT, Walls AWG, Murray JJ. Clinical factors related to reported satisfaction with oral function amongst dentate older adults in England. Community Dent Oral Epidemiol 1997; 25: 143-49.
Steele et al. (1997) realizaram uma pesquisa em uma população de idosos dentados para identificar e quantificar fatores clinicos, especialmente aqueles relacionados ao número e localização dos dentes, que podem contribuir com o grau de satisfação com a boca. A amostra do tipo randomizada foi constituída de 2280 adultos com idade de 60 anos ou mais, sendo 60% deles dentados, provenientes de três áreas distintas da Inglaterra. Esses indivíduos foram entrevistados e examinados clinicamente em suas respectivas residências. Foram investigados o nível de satisfação geral do indivíduo e relacionado à saúde bucal, atitudes com relação ao tratamento odontológico e edentulismo e acesso aos serviços. A idade, o gênero e o grupo social dos participantes foram registrados. O exame clínico incluiu o estado da dentição, o número e a localização dos espaços protéticos e de contatos oclusais posteriores, o uso e a condição da prótese. Somente 5% dos dentados relataram insatisfação com a capacidade funcional. Os mais importantes preditores para a satisfação com a capacidade de morder e mastigar foram: a presença de 21 dentes ou mais e o não uso de prótese parcial removível, a presença de 2 ou mais contatos oclusais posteriores e somente um espaço protético anterior restaurado. As ausências dentárias anteriores causaram grande impacto. Foi observado que o aumento da idade e o baixo nível educacional resultaram em maior satisfação e menor expectativa com a estética. A percepção de dificuldade com a fala foi atribuída aos problemas dentários ou ao uso de próteses. A presença de dor ou desconforto teve forte influência no grau de satisfação.
Tickle M, Worthington HV. Factors influencing perceived treatment need and the dental attendance patterns of older adults. Br Dent J 1997; 182: 96-100.
O objetivo do trabalho realizado por Tickle e Warthington (1997) foi explorar a relação entre necessidade de tratamento subjetivo e outros fatores que influenciam o atendimento odontológico em idosos e identificar os preditores que influenciam a auto-percepção da necessidade de tratamento e as variáveis que determinam os padrões de atendimento. Dois distritos eleitorais da cidade de Liverpool foram escolhidos para a seleção dos participantes: Vauxhall, o distrito mais pobre, e Woolton, o mais rico. Amostras randomizadas de 250 indivíduos com idade entre 60 e 65 anos foram obtidas de cada distrito. O instrumento utilizado foi um questionário com indicadores da condição subjetiva de saúde bucal (SOHSI), criado por Locker (1992), que medem os impactos bucais na vida diária do indivíduo. Um total de 500 questionários foram enviados via correio. A freqüência de resposta foi 68,4%. Foi verificado que um número significantemente maior (p<0,001) de indivíduos pobres e de baixo nível educacional relataram visitas irregulares ao dentista, atendimentos sintomáticos e num intervalo de tempo superior a 2 anos, sendo esses indivíduos os mais prováveis de perceberem sua saúde geral como regular ou pobre. Indivíduos com atendimentos regulares e assintomáticos foram os mais prováveis de perceberem necessidade de tratamento, comparados àqueles que procuravam atendimento somente na presença de dor ou problema. Os indivíduos dentados foram mais prováveis de perceberem necessidade de tratamento que os edêntulos e aqueles que usavam próteses parciais. A condição de edentulismo foi preditor significante para a baixa demanda de serviços odontológicos, com relatos de visitas somente por motivos de dor. O percentual de necessidade subjetiva foi muito similar nos dois distritos, em média 33%. Somente a dor e a preocupação com a aparência foram preditores da necessidade subjetiva de tratamento. A identificação e a quantificação das variáveis, que influenciam a necessidade subjetiva e os padrões de atendimento, é necessária para a promoção de atendimento regular, assintomático e planejamento futuro de serviços odontológicos para idosos.
Arrighi P. Actitud del paciente frente al tratamento protesico que acude a la Facultad de Odontologia de la Universidad Central de Venezuela. Acta Odontol Venez 1998; 36: 62-9.
O objetivo do estudo de Arrighi (1998) foi avaliar a atitude dos pacientes atendidos na Faculdade de Odontologia da Venezuela da Universidade Central da Venezuela em relação ao tratamento protético: os principais fatores que interferem nas necessidades protéticas do paciente e o grau de satisfação dos pacientes com o tratamento realizado. Entrevistas foram feitas com 60 pacientes, sendo 48 mulheres e 12 homens, com idade entre 18 e 70 anos de idade. Os dados foram obtidos em duas etapas, na consulta inicial e logo após a instalação das próteses removíveis. Durante a consulta inicial, foram registrados dados sócio-econômicos do paciente, motivo da consulta, experiência de tratamento protético anterior e motivação para a colocação de próteses. Os resultados mostraram que o grupo etário de 31 a 50 anos foi o mais interessado em realizar o tratamento. Foi concluído que os principais motivos pelos quais os pacientes sentem necessidade de colocação de prótese foram: recuperação da saúde bucal, eliminação de dor nas mucosas, melhora de problemas digestivos e estética. As causas pelas quais alguns pacientes não manifestaram o desejo de colocação de prótese foram: ansiedade, medo do tratamento, falta de informação, relato inadequado de outras pessoas. Foi verificado que a maior satisfação do paciente com o tratamento é obtida na medida em que suas expectativas iniciais são atendidas.
Elias AC, Sheiham A. The relationship between satisfaction with mouth and number and position of teeth. J Oral Rehabil 1998; 25: 649-61.
Elias e Sheiham (1998) realizaram revisão de literatura com o objetivo de estabelecer relação entre o número, a localização e o estado da dentição com a satisfação do indivíduo com sua cavidade bucal. Concluíram que as perdas dentárias podem afetar a mastigação, a fala e a aparência, tendo como possível conseqüência também o comprometimento das atividades sociais. Segundo esses autores, o número e a localização das ausências dentárias são fatores que podem afetar a auto-percepção quanto à necessidade de tratamento protético.
Fiske J, Davis DM, Frances C, Gelbier S. The emotional effects of tooth loss in edentulous people. Br Dent J 1998; 184: 90-93.
Fiske et al. (1998) fizeram um estudo qualitativo para explorarem as reações e os sentimentos resultantes da perda dentária em indivíduos edêntulos. A amostra foi constituída de 50 pacientes que estavam sob cuidados protéticos de rotina no Departamento de Prótese de uma Escola de Ensino de Londres, sendo considerados usuários de próteses totais bem sucedidos. A amostra foi constituída de 36 mulheres e 14 homens, na faixa etária entre 51 e 86 anos. O tempo médio de edentulismo era 18.4 anos. Dados foram coletados de cada participante por meio de entrevistas não-estruturadas (baseadas numa lista de tópicos). Os temas abordados relacionados à perda dentária foram: privação (desolação), auto-confiança, aparência, auto-estima, taboo, discrição, privacidade protética, mudança de comportamento, relação com o envelhecimento, falta de preparo para as perdas dentárias. A perda de dentes desencadeia problemas na personalidade ou psicológico. As reações emocionais expressas foram privação, raiva, depressão, tristeza. As pessoas não estão preparadas para a perda dentária e os conseqüentes impactos na vida diária. Foi notado, em geral, o sentimento de que o edentulismo está associado ao envelhecimento. Os autores concluíram que a perda dentária tem um profundo impacto na vida de algumas pessoas, tornando-as incapazes ou deficientes. Os pesquisadores ficaram surpresos com a profundidade dos sentimentos de pessoas que eram aparentemente capazes de enfrentar bem o uso das próteses totais. A identidade das pessoas pode ser deteriorada pela perda dentária.
Elias AC, Sheiham A. The relationship between satisfaction with mouth and number and position and condition of teeth: studies in Brazilian adults. J Oral Rehabil 1999; 26: 53-71.
Elias e Sheiham (1999) realizaram um estudo longitudinal e transversal em Brasília (Brasil) com o objetivo de determinar a relação entre condição dentária (número e posição dos dentes) e percepção subjetiva de satisfação com a boca e dentes e, investigar as mudanças relacionadas à satisfação e condição dentária ocorridas ao longo do estudo longitudinal. Três tipos de dados foram coletados: socioeconômicos, medidas de satisfação e dados clínicos. O estudo longitudinal teve início em 1990. Participaram desse estudo 227 dentados, trabalhadores de fábricas selecionados ao acaso, com idade entre 45-54 anos, de duas classes sociais. Desses, 126 participantes foram novamente entrevistados e examinados clinicamente após terem decorridos três anos (1993/1994). No estudo transversal foi utilizada amostra do tipo de conveniência, sendo constituída por 657 homens dentados com idade entre 35 a 54 anos, que trabalhavam no setor de transporte, os quais foram examinados e entrevistados. Em ambos os estudos foram direcionados questionários com 141 questões, divididos em duas partes: a primeira relacionada com medidas de satisfação com a função oral e a segunda com o uso de próteses parciais removíveis. Os participantes foram divididos em dois grupos: usuários e não usuários de próteses. A localização dos dentes remanescentes foi um importante preditor da satisfação com a boca. A posição da falha teve implicações importantes na procura pelo tratamento protético. Os dentes anteriores tem um importante papel nas relações sociais. O número de dentes anteriores foi a variável clínica que mais influenciou a satisfação. Foi encontrado que a comunicação e a função tem grande influência na satisfação com a saúde bucal. A estética foi o fator mais importante quando associada com a comunicação. O mesmo nível de satisfação foi observado entre as pessoas com dentição completa e aquelas com 3 ou 4 pares de pré-molares ocluindo sem reposição. Apenas 50% das pessoas com nenhum pré-molar ou molar eram satisfeitas com sua boca. A tendência foi o maior número de dentes posteriores resultar em maior nível de satisfação. A reposição de falhas dentárias somente aumentou a satisfação em pessoas que não tinham dentes anteriores ou pré-molares. No estudo transversal não foram encontradas diferenças na capacidade mastigatória entre pessoas com falhas posteriores e aquelas que usavam prótese. Foi encontrado 75% de satisfação com a capacidade mastigatória no estudo transversal e 64% no longitudinal. O grande número de dentes cariados reduziu muito a probabilidade de satisfação nos dois estudos. A idade e a classe social provavelmente afetaram a satisfação.
Mc Grath C, Bedi R, Gilthorpe M. Oral health related quality of life-views of the public in the United Kingdom. Community Dent Health 2000; 17: 3-7.
Mc Grath et al. (2000) realizaram um estudo qualitativo cuja população alvo era o público, com o objetivo de determinar a percepção sobre como a saúde bucal afeta a qualidade de vida, e a influência de fatores sócio-demográficos nessa percepção. Foram selecionados ao acaso 2668 endereços do Arquivo de Endereços Postais da Inglaterra. Entrevistas do tipo estruturada foram realizadas com um adulto de cada residência, a partir de 16 anos. Participaram do estudo 1778 indivíduos, sendo que 75% deles perceberam que a saúde bucal afeta a qualidade de vida de forma positiva e/ou negativa. Sintomas como dor/disconforto, problemas funcionais e psicológicos foram relacionados com a percepção de piora na qualidade de vida. A melhora na aparência, na mastigação e no bem-estar geral foram considerados sinais e sintomas de melhora na qualidade de vida. Indivíduos de nível socioeconômico mais alto eram mais prováveis de perceberem a influencia positiva da saúde bucal na qualidade de vida que aqueles de classe social baixa. As mulheres e o grupo mais jovem (na faixa etária entre 16 e 64 anos) perceberam impacto mais forte da saúde bucal na qualidade de vida que os homens e idosos (a partir de 65 anos). O grupo mais jovem era mais o provável de acreditar na melhora da vida, apesar de relatar com mais freqüência piora na qualidade de vida relacionada à saúde bucal em um ou outro aspecto.
McGrath C, Bedi R. Can dentures improve the quality of life of those who have experienced considerable tooth loss? Journal of Dentistry 2001; 29: 243-46.
Mc Grath e Bedi (2001) realizaram um estudo para identificar variações no impacto da saúde bucal associado à qualidade de vida combinado à influência de fatores sociodemográficos e, para identificar disparidades na saúde bucal relacionada à qualidade de vida entre pessoas que respondessem ter considerável perda dentária (menos que 20 dentes) com ou sem o uso da prótese removível. Foram selecionados ao acaso 2667 endereços residenciais e realizadas entrevistas face-a face com um adulto, com idade a partir de 16 anos, de cada residência. Os participantes faziam o auto-relato sobre sua condição de saúde bucal, o número de dentes que eles possuíam e o tipo de prótese que usavam. O impacto da saúde bucal na qualidade de vida foi avaliado utilizando a medida OHQoL-UK(W). A análise dos dados foi feita com 68% dos adultos respondentes, sendo que 70% deles relataram que tinham mais que 20 dentes e 31% que usavam prótese removível ou total. Seis por cento responderam que tinham menos que 20 dentes, mas não usavam prótese. O uso da prótese emergiu como um importante preditor na qualidade de vida relacionada à saúde.
Indivíduos jovens e aqueles inseridos em alto nível social eram os mais prováveis de melhorar sua saúde bucal relacionada à qualidade de vida comparados a idosos e aqueles de baixo nível social. Os autores concluíram que os indivíduos que responderam ter consideráveis perdas dentárias que não usavam prótese foram aqueles que apresentaram a mais pobre saúde bucal relacionada à qualidade de vida, tendo sido controlado fatores sociodemográficos.
Walter MH, Wolf BH, Rieger C, Boening KW. Prosthetic treatment need in a representative German sample. J Oral Rehabil 2001; 28: 708-16.
Walter et al. (2001) avaliaram, na população alemã, a necessidade normativa e subjetiva de tratamento protético. A amostra randomizada foi constituída de 714 indivíduos com idade a partir de 15 anos, residentes em sítios urbanos, periurbanos e rurais. Os participantes completaram um questionário estruturado com enfoque de interesse protético e foram submetidos ao exame clínico. Um guia foi desenvolvido como parâmetro para a determinação da necessidade normativa de tratamento protético. As perguntas do questionário eram voltadas para a auto-percepção explorando atitudes, comportamento, características sócio-demográficas e necessidade de tratamento protético. Dos 714 indivíduos, 81% apresentaram necessidade normativa de tratamento e 13% necessidade subjetiva. Cerca de 34% do grupo na faixa etária de 15-24 anos apresentavam necessidade normativa de tratamento protético, mas esse percentual aumentou para 75% no grupo de 25-34 anos e para 98% no grupo com mais de 74 anos. A necessidade normativa mostrou relação significante com a idade (p<0,01) e não com o gênero, sendo significantemente mais alta que a necessidade subjetiva. A necessidade normativa encontrada na mandíbula foi superior em relação àquela encontrada na maxila. Em ambos os maxilares, o mais alto nível de necessidade normativa era relacionado às ausências de primeiros molares e o mais baixo nível à não reposição de dentes anteriores. Existiram associações entre a necessidade subjetiva e os seguintes fatores: pobre percepção de problemas bucais, presença de sintomas e de próteses. Mas, foi encontrada importante associação entre a necessidade subjetiva e a recomendação de tratamento feita pelo profissional. Os autores concluíram que, sendo considerados duvidosos os resultados do tratamento protético em termos de efetividade, o ganho em saúde deve ser discutido criticamente. Os guias baseados em evidências são considerados instrumentos valorosos para promover cuidados baseados na relação custo-efetividade e necessidade de tratamento. Pesquisa futura é necessária para serem encontradas opções de tratamento que incorporem as preferências dos pacientes na tomada de decisão sobre a necessidade de tratamento protético.
Adegbembo AO, Leake JL, Main PA, Lawrence HL, Chipman ML. The effect of dental insurance on the ranking of dental treatment needs in older residents of durham region’s homes for the aged. J Can Dent Assoc 2002; 68(7): 412.
Adegbembo et al. (2002) examinaram os efeitos do seguro odontológico e de outros fatores na utilização dos serviços por idosos. Entrevistas face-a-face ou por telefone foram realizadas com 504 idosos a partir de 65 anos institucionalizados e residentes na Região de Durham (Ontário), dentre os quais 275 participaram do exame clínico. A análise foi feita com 252 participantes, sendo que 31,7% deles disponibilizam do seguro continuamente. A necessidade de tratamento era registrada somente quando o participante concordava com a necessidade clínica verificada. Não existiu associação entre a condição de segurado e o número de dentes remanescentes entre os dentados. Os participantes que possuíam as maiores necessidades foram significantemente os mais prováveis de perceberem suas necessidades, serem dentados e cognitivamente competentes. O sexo feminino e aqueles capazes de realizar atividades da vida diária foram os que mais apresentaram necessidades de tratamento. Embora altos níveis de necessidade de tratamento tenham sido encontrados nesse estudo, não houve diferença entre os participantes continuamente segurados e aqueles nunca segurados. O único fator que explicou a necessidade de tratamento odontológico foi a condição de ser dentado.
Haugejorden O, Klock KS. Expectation of retaining natural teeth for a lifetime and its predictors among Norwegian adults. 2002; 19: 73-78.
Haugejorden e Klock (2002) realizaram um estudo para determinar a expectativa de adultos noruegueses quanto à possibilidade de reter os dentes naturais ao longo da vida e identificar os preditores que poderiam influenciar nessa expectativa. A amostra foi constituída de 1154 indivíduos noruegueses com idade entre 16-79 anos, escolhidos aleatoriamente, que foram entrevistados sobre particularidades demográficas, número de dentes naturais presentes, necessidade percebida para a reposição de dentes perdidos, expectativa de permanência de dentes naturais ao longo da vida, demanda de atendimento odontológico nos últimos cinco anos e número de dentes extraídos nos últimos 12 meses. Os autores concluíram que cerca de 2 de cada 5 noruegueses acreditavam definitivamente na manutenção de 20 ou mais dentes naturais ao longo da vida, sendo que 88% dos respondentes afirmaram ou relataram acreditar nessa possibilidade. O gênero (sexo feminino), a satisfação com a aparência dos dentes e a ausência de problemas mastigatórios foram preditores significantes (p<0,05) na expectativa de manter os dentes naturais ao longo da vida, entretanto os outros preditores não tiveram efeito significante.
McGrath C, Bedi R. Severe tooth loss among UK adults – who goes for oral rehabilitation? J Oral Rehabil 2002; 29: 240-44.
McGrath e Bedi (2002) documentaram relatos do uso de dentaduras pelos ingleses que apresentaram perda considerável de dentes (presença de menos de 20 dentes) e identificaram fatores sócio-demográficos e o tipo de serviço odontológico utilizado associados ao uso de dentaduras. Participaram do estudo uma amostra de 1855 indivíduos adultos escolhidos aleatoriamente, que foram entrevistados sobre sua condição de saúde bucal, número de dentes presentes e uso de dentaduras, idade, gênero, renda, classe social e tipo de serviço odontológico utilizado por último. Os resultados desse estudo sugeriram que fatores sócio-demográficos são importantes no processo de tomada de decisão relacionado à reabilitação oral, sendo a classe social o mais importante preditor. Os autores sugeriram que outros fatores são também prováveis de serem envolvidos na decisão pelo uso da dentadura, como fatores próprios de saúde e experiência prévia de reabilitação oral. Mais que um em 20 indivíduos da amostra tem experiência considerável de perda dentária (menos que 20 dentes), mas não usavam dentaduras. O uso de dentaduras está mais relacionado a fatores sócio-demográficos que ao tipo de serviço.
Sondell K, Söderfeldt B, Palmqvist S. Dentist-patient communication and patient satisfaction in prosthetic dentistry. Int J Prosthodont 2002; 15: 28-37.
Sondell et al. (2002) investigaram por meio de uma análise multivariada a influência das várias dimensões da comunicação dentista-paciente nas diferentes concepções de satisfação do paciente com o tratamento protético. Realizou-se o acompanhamento das fases do tratamento protético em três clinicas especializadas em prótese dentária. Participaram do estudo pacientes com 18 anos ou mais que falavam a língua sueca cujo plano de tratamento envolvia prótese fixa ou coroas unitárias ou implantes envolvendo pelo menos um dente anterior. Sessenta e um pares dentista-paciente foram incluídos na análise dos dados. O grau de ansiedade dos pacientes foi medido através de uma Escala de Ansiedade Odontológica. Foram aplicados quatro questionários aos pacientes durante o tratamento e um questionário foi enviado três meses após o tratamento ter sido completado. Os aspectos avaliados foram as expectativas e anseios do paciente, satisfação do paciente com os resultados do tratamento, auto-percepção de saúde bucal, bem-estar na vida diária, sua opinião sobre a duração do tratamento, informações a respeito do tratamento inclusive relacionadas ao custo. Foi usada uma medida de comunicação para medir as dimensões da comunicação dentista-paciente. Os resultados mostraram que a troca de informações do dentista com o paciente influenciou positivamente os resultados intermediários (3 meses após o término do tratamento). Entretanto, o conceito de satisfação dos pacientes a curto prazo não foi influenciado pela comunicação verbal. Os achados sugeriram que pacientes submetidos a extensa reabilitação são mais prováveis de expressarem satisfação com o tratamento que aqueles submetidos à reabilitação menos extensa. A idade e o gênero dos pacientes não influenciaram sua percepção acerca dos resultados do tratamento. Os autores concluíram que pacientes atendidos por dentistas mulheres mostraram-se mais satisfeitos comparados àqueles atendidos por dentistas homens, decorridos três meses do tratamento. É importante que os pacientes submetidos à reabilitação protética tenham a oportunidade de discutir sobre sua saúde. Os dentistas devem escutar mais do que falar durante o tratamento.
Trovik TA, Klock KS, Haugejorden O. Predictors of Norwegian adult pacient’ perceived need for replacement of teeth at the time of extraction. Community Dental Health 2002; 19: 79-85.
Trovik et al. (2002) realizaram um trabalho com o objetivo de estudarem a necessidade percebida de pacientes adultos de reposição dentária no momento da exodontia e os preditores dessa auto-percepção para o tratamento. Dentistas noruegueses, escolhidos aleatoriamente, receberam via correio um questionário estruturado, dividido em duas partes. A primeira parte do questionário deveria ser respondida pelo dentista, a qual continha informações sobre a posição e o número de dentes extraídos por paciente bem como o número de dentes remanescentes, enquanto que a segunda parte do questionário era direcionada aos pacientes e englobavam aspectos sócio-demográficos e preditores da necessidade de reposição protética. A amostra foi constituída de 438 pacientes, na faixa etária de 16-92 anos, que perderam no total 599 dentes permanentes, atendidos por 248 dentistas. Quase metade dos pacientes (47%) expressaram necessidade de tratamento protético, 37% deles acreditaram ser o tratamento desnecessário. Dentre os pacientes que ficaram indecisos (16%), 79% preferiram adiar a decisão pelo tratamento. O desejo pela reposição protética esteve relacionado significantemente com o aumento da idade, sendo que no grupo de pacientes de 16 a 39 anos, apenas 15% deles expressaram a necessidade de tratamento, o que aumentou para 40% nos grupos com idade superior a 40 anos. Os autores concluíram que o tipo de dente, número de dentes extraídos e o fato de o paciente não acreditar na manutenção de dentes pela vida aumentaram a probabilidade desses pacientes expressarem o desejo de reposição dos dentes perdidos.
Akeel R. Attitudes of Saudi male patients toward the replacement of teeth. J Prosthet Dent 2003; 90: 571-7.
Akeel (2003) realizou um estudo com os seguintes objetivos: 1. documentar a necessidade de tratamento protético percebida por pacientes sauditas do sexo masculino e os fatores que influenciaram a auto-percepção; 2. comparar a necessidade percebida pelo paciente com a necessidade clínica avaliada pelo profissional. A amostra foi constituída de 238 pacientes do sexo masculino, com ao menos uma falha dentária (excluindo 30 molar), divididos em 4 grupos etários: 16-25, 26-35, 36-45, 45-77 anos e categorizados segundo três níveis educacionais. Foi realizado exame clínico e direcionado questionário para averiguar a percepção do paciente sobre a perda dentária e suas conseqüências. A média de dentes perdidos era 4.2±4.9. Indivíduos que não expressaram necessidade de tratamento protético apresentavam região de canino-a-canino intacta. Não foram encontradas diferenças significantes quanto à necessidade percebida entre profissional/paciente em relação à necessidade de tratamento estético. Os autores concluíram que a auto-percepção da necessidade para tratamento protético foi associada positivamente com o número de falhas dentárias, exceto no grupo mais jovem (16-25 anos) e que a avaliação clínica da necessidade funcional foi significantemente diferente da necessidade funcional percebida pelo paciente.
Heft MW, Gilbert GH, Shelton BJ, Duncan RP. Relationship of dental status, sociodemografic status, and oral symtoms to perceived need for dental care. Community Dent Oral Epidemiol 2003; 31: 351-60.
Heft et al. (2003) realizaram um estudo longitudinal coorte prospectivo para relacionarem a necessidade percebida do paciente frente a cuidados odontológicos e a hierarquia de fatores de saúde bucal que contribuem potencialmente na percepção: a presença de sinais e sintomas, impactos funcionais, impactos bucais na qualidade de vida, avaliação própria do nível e satisfação com a saúde bucal, paralelo à contribuição de fatores sócio-demográficos. Os dados foram obtidos por meio de exame clínico e entrevista estruturada realizada com 873 indivíduos adultos e com os Black residentes na Flórida, com idade média de 61,5 anos. A média de dentes remanescentes foi 22 elementos, sendo que 10% dos participantes tinham dentes em apenas um dos arcos dentários. Os indivíduos mais prováveis de terem relatado problemas bucais no momento do exame foram os Black com idade entre 45 e 54 anos de idade, que buscavam atendimento direcionado, com baixo nível de escolaridade e inseridos economicamente abaixo do nível de pobreza. Os achados clínicos aparentes como raízes remanescentes, ausências dentárias e dor estão associados com a necessidade percebida de tratamento. A insatisfação com a capacidade de mastigar e aparência dos dentes ou próteses foram os preditores mais fortes na percepção da necessidade de tratamento. Os autores sugeriram que o julgamento do paciente pode estar relacionado ao seu comportamento de demanda por cuidados de saúde.
. *Omar R, Tashkandi E, Abduljabbar T, Abdullah MA, Akeel RF. Sentiments expressed in relation to tooth loss: a qualitative study among edentulous saudis. Int J Prosthodont 2003; 16: 515-520.
Omar et al. (2003) realizou uma pesquisa qualitativa para investigar sentimentos resultantes da perda dentária em um grupo de edêntulos sauditas. A amostra foi constituída por 44 pacientes atendidos na Faculdade de Odontologia da Arabia Saudita, que receberam próteses totais no período entre 2001 e 2002, dentre os quais 25 eram mulheres e 19 eram homens, com idade variando entre 35 e 72 anos e tempo de edentulismo entre 3 meses até 22 anos. Foram arrolados consecutivamente os pacientes que concordaram em participar da pesquisa e, entrevistados oportunamente durante e após o tratamento. As perguntas foram baseadas em aspectos como: percepção das razões para a perda dentária, sentimentos no momento da perda dentária e mudança dos sentimentos com o decorrer do tempo, efeitos do despreparo para esse evento, influência da perda dentária na auto-confiança, aparência, mastigação e comportamento, percepção dos benefícios da prótese antes da perda dentária e satisfação com a prótese. Quase todos os participantes relataram que o estado de edentulismo deles era a vontade de Deus a qual não se podia questionar. Os pacientes acreditavam que a perda dentária era inevitável com o aumento da idade e que isso não poderia ser prevenido. Eles atribuíram as mudanças na aparência mais ao aumento da idade do que às perdas dentárias. A ausência de dor e o desconforto foram relatados como benefícios percebidos em relação às perdas dentárias. O impacto mais significante relatado foram os prejuízos nas atividades diárias, especialmente a mastigação. Em conseqüência disso, os pacientes expressaram o desejo de que aspectos como mastigação, aparência e convívio social fossem restabelecidos. Suas expectativas em relação ao tratamento protético foram grandes, mas os níveis de satisfação com as próteses foram muito variados. A natureza religiosa dos sauditas sugere que a crença pode ajudar muito no alívio de grandes impactos causados pelos eventos da vida.
Sarita PTN, Witter DJ, Kreulen CM, Van’t Hof MA, Creugers NHJ. Chewing ability of subjects with shortened dental arches. Community Dent Oral Epidemiol 2003; 31: 328-34.
Sarita et al. (2003) investigaram a capacidade mastigatória de adultos da região urbana e rural da Tanzânia (país em desenvolvimento/não industrializado), que apresentavam arcos dentários encurtados (ADE). Foi utilizada amostra do tipo randomizada. Oito tipos de ADE foram identificados baseados no tipo e simetria do arco dentário. Foram incluídos no estudo 725 indivíduos com ADE e 125 com arcos dentários completos, distribuídos eqüitativamente segundo 4 locais de residência (2 cidades e 2 distritos), gênero e grupos etários (> ou = 20 e < 40 anos; > ou = 40 anos). Foi direcionada aos participantes entrevista estruturada sobre capacidade mastigatória, dificuldade de mastigar certos tipos de alimentos (moles e duros) e lado preferencial para mastigação. O estudo mostrou que: - ADE com todos os pré-molares e ao menos um par de molares ocluindo dos dois lados fornece capacidade mastigatória suficiente; - ADE com 3 ou 4 pré-molares e arcos dentários assimétricos (que se estende em um dos lados para a região de molar) prejudicam a mastigação de alimentos duros; - arcos dentários extremos (que compreendem até um par de pré-molares ocluindo) resulta em prejuízo severo à capacidade mastigatória; - ADE que compreendem até 20 dentes (região anterior intacta e 4 pares de dentes posteriores ocluindo) podem fornecer capacidade mastigatória satisfatória para alimentos moles, mas não para alimentos duros. Indivíduos com dentição completa ou quase completa (ao menos um par de molar dos dois lados) relataram não ter lado preferencial para mastigação, o que não foi observado em indivíduos que apresentavam arcos dentários com pares de pré-molares ou molares ocluindo em apenas um dos lados. A maioria dos indivíduos com até 2 pares de pré-molares (74-86%) relataram mastigar preferencialmente com dentes anteriores. A idade, o gênero ou residência não influenciou estatisticamente os resultados.
John MT, Koepsell TD, Hujoel P, Miglioretti DL, LeResche L, Micheelis W. Demografic factors, denture status and oral health-related quality of life. Community Dent Oral Epidemiol 2004; 32:125-32.
John et al.(2004) investigaram a relação entre fatores sócio-demográficos, condição dentária/uso de prótese e o prejuízo no instrumento de medida subjetiva OHRQoL, que mede os impactos bucais associados à qualidade de vida. Participaram do estudo indivíduos com idade entre 16-79 anos residentes na Alemanha, selecionados pela técnica da amostragem de multiestágios. Os indivíduos foram entrevistados sobre a freqüência de impactos bucais nos últimos meses e quanto ao uso e tipo de prótese. A influência de variáveis sócio-demográficas (idade, gênero, nível educacional e local de residência) e o tipo de prótese utilizada foram analisados para obtenção dos valores do OHRQoL. O número de dentes perdidos e, conseqüentemente, o tipo de prótese foi o preditor mais forte que influenciou os resultados obtidos. O escore mediano aumentou muito no grupo de indivíduos que usava prótese total (PT) comparado ao grupo que usava prótese removível (PR) e àquele não usuário de prótese (parâmetro), mas o grupo da PR apresentou escore mediano significantemente superior em relação ao grupo não usuário de prótese. O nível educacional mais elevado esteve relacionado com melhor OHRQoL. Os participantes mais jovens que usavam próteses perceberam maior comprometimento de sua saúde bucal que os idosos na mesma condição.
Steele JG, Sanders AE, Slade GD et al. How do age and tooth loss affect oral health impacts and quality of life? A study comparing two national samples. Community Dent Oral Epidemiol 2004; 32: 107-14.
Steele et al. (2004) realizaram um estudo com o objetivo de explicar como a idade e a perda dentária estão relacionadas com o impacto bucal na vida diária e, avaliar se variações culturais influenciavam a relação perda dentária e qualidade de vida. Participaram da pesquisa indivíduos adultos dentados do Reino Unido (RU)/Irlanda e Austrália, que constituíram amostra do tipo estratificada randomizada. No RU, adultos a partir de 16 anos foram entrevistados e uma parte deles selecionada para exame clínico. Os participantes da Austrália foram entrevistados primeiramente por telefone, e contactados posteriormente pelo envio de questionários por correio. A análise dos dados foi feita a partir de 3406 indivíduos da Austrália e 3662 do RU. Em ambas as amostras foi utilizada a escala OHIP-14, uma medida de qualidade de vida, que avalia a freqüência dos impactos bucais em 14 aspectos da vida diária. A idade e perda dentária estão fortemente associadas, mas tem efeitos independentes nos impactos bucais relacionados à qualidade de vida, bem como no uso de prótese dentária. A perda dentária, que está associada com o aumento da idade, está associada com muitos impactos negativos, enquanto que o aumento da idade independentemente resulta em poucos. Nos indivíduos com idade inferior a 50 anos, foi observado maior comprometimento da qualidade de vida relacionada à saúde bucal em comparação aos idosos. Em ambas as populações, uma completa ou quase completa dentição natural foi associada com melhor qualidade de vida. A relação entre o local de nascimento e domicílio é uma consideração importante quando usado o OHIP.
ANEXO IV
ANEXO IV