PREVALENCE AND RISK FACTORS ASSOCIATED TO BOVINE HERPESVIRUS TYPE 1 IN CATTLE IN GOIAS, BRAZIL.
Barbosa, ACVC1; Alfaia, BT3; Faria, BO3; Silva, LA3; Rocha, WV2; Brito, WMED3.
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Palavras-Chave
: bovinos, BHV-1, prevalência, fatores de riscoINTRODUÇÃO
O herpesvírus bovino 1 (BHV-1), pertencente ao gênero Varicellovírus, família Herpesviridae, subfamília Alphaherpesvirinae (ICTV, 2002), é o agente etiológico da rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR), da vulvovaginite pustular infecciosa (IPV) e da balanopostite pustular infecciosa (IPB) (MELO et al., 2002). Como todos os herpesvírus, após infecção aguda, o BHV-1, permanece em estado de latência e pode ser reativado quando os animais são expostos a fatores predisponentes estressantes que diminuem a resistência imunológica, ser excretado e infectar outros animais susceptíveis no rebanho (JONES, 2003).
A prevalência do BHV-1 em rebanhos bovinos atinge coeficientes variados em diferentes regiões dependendo do tamanho do rebanho e de condições de manejo (STRAUB 2001), o que tem sido alvo de constantes pesquisas que tentam estabelecer associações entre a ocorrência da infecção e fatores de risco, tais como a introdução no rebanho de animais em período de incubação, em fase aguda da infecção ou latentemente infectados pelo vírus, contato direto entre animais de rebanhos diferentes através de pastagem comum ou participação em exposições agropecuárias e rodeios (VAN SCHAIK et al 2002).
Em Goiás, os raros estudos realizados englobam poucos municípios ou populações específicas, mas relatam altas prevalências (ANUNCIAÇÃO et al., 1989; FARIA et al., 2003 VIEIRA et al.,2003;). Tanto em Goiás como no Brasil há uma deficiência de pesquisas que abordem fatores de risco para esta infecção.
Os objetivos deste estudo foram estimar a soroprevalência de anticorpos contra o herpesvírus bovino tipo 1 em animais não vacinados em rebanhos bovinos no Estado de Goiás e determinar os potenciais fatores de risco associados à infecção
MATERIAIS E MÉTODOS
Para estabelecer a prevalência, foram coletadas 6932 amostras de soro bovino em 894 propriedades de 232 municípios do Estado de Goiás no período de março a setembro de 2002. Os animais foram estratificados em três faixas etárias, seis e 12 meses (n= 861), 13 a 24 meses (n=2527) e acima de 24 meses(n=3544).
Além dos soros, foram preenchidos questionários padronizados, contemplando dados referentes à propriedade e ao animal coletados. Destes foram retiradas as variáveis selecionadas para a análise dos fatores de risco associados à infecção pelo BHV-1.
Para detecção de anticorpos contra o BHV-1, foi utilizada a soroneutralização (SN) em duas diluições (1:2, 1:4) (HOUSE e BAKER, 1971; BITSCH, 1978; OIE, 2002), células de linhagem contínua de rim de bovino "Madin Darby Bovine Kidney" (MDBK) cultivadas em meio essencial mínimo (MEM) suplementado com soro fetal bovino (SFB) e antibióticos. Como antígeno foi utilizada a amostra viral padrão Cooper do BHV-1 com 100 TCID50. Todas as amostras foram testadas em placas de poliestireno de 96 cavidades com fundo chato (Coning/Costar 3595), onde foram adicionados os soros testes diluídos em MEM com 6% de SFB, e acrescidos de igual volume do vírus contendo 100TCID50 e incubados em ambiente de CO2 durante 24 horas a 37ºC.
Para evitar resultados falsos foram feitos controles de célula, de vírus e de citotoxicidade dos soros. As amostras foram consideradas positivas para a presença de anticorpos contra o BHV-1 quando havia inibição de lise celular na diluição 1:4. As amostras que apresentaram citotoxicidade foram retiradas do estudo. Os resultados obtidos foram analisados através do Programa Epi Info Versão 6.04.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esse foi o primeiro estudo descritivo e transversal a observar a soropositividade global do BHV-1 no Estado de Goiás e um dos primeiros realizados no Brasil a analisar de forma mais ampla fatores de risco para essa infecção.
A prevalência encontrada foi de 51,9% (50,7 – 53,1) para animais, 98,5% (97,5 – 99,2) para propriedades e 100% para os municípios analisados. Resultados semelhantes foram observados em outros países (BOELART et al., 2000; CALDERÓN et al. 2003) e mesmo no Brasil (MÉDICI et al. 1996) apontando, desta forma, a difusão do vírus em nível mundial. Diferenças nos coeficientes de prevalência (MELO et al. 1997; FARIA et al. 2003; VIEIRA et al. 2003) têm sido apontadas por alguns autores como sendo conseqüência do tipo de população bovina estudada, faixa etária, condições de manejo, técnicas de amostragem e de diagnóstico utilizadas, além das heterogeneidades regionais de cada estudo (PITUCO & DEL FAVA, 1998; STRAUB, 2001). Considerando a idade, o coeficiente encontrado dentro de cada faixa etária foi de 24,7% para animais de seis a 12 meses, 31,4% entre 13 e 24 meses e 73,1% (n=2589) acima de 24 meses.
Quando foram analisados os resultados obtidos no estudo dos possíveis fatores de risco para animais, constatou-se que a idade foi fator de risco, na medida que a soroprevalência aumentou em relação à elevação da idade.
CONCLUSÕES
| Os dados obtidos nas condições do presente trabalho permitiram concluir que a prevalência da infecção pelo BHV-1 em bovinos de Goiás encontra-se dentro dos coeficientes relatados em outros Estados do País. A infecção está disseminada no Estado de Goiás considerando-se que quase todas as propriedades e todos os municípios estudados apresentaram rebanhos com animais soropositivos.Em relação aos fatores de risco, apenas a idade foi considerada como tal para animais, no entanto, para propriedades, provavelmente devido à elevada prevalência observada (98,5%) nenhuma das variáveis analisadas foi considerada de risco para a infecção na população estudada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Apoio Financeiro: CNPq, FUNAPE.