Níveis de lisina e treonina para poedeiras comerciais sobre o desempenho e qualidade de ovo
Matos, M. S.; Carvalho, F. B.; Stringhini, J. H.; Leandro, N. S. M.
Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária, Departamento de Produção Animal, Goiânia, Goiás. E-mail: mairazoo@yahoo.com.br
RESUMO
– O objetivo deste trabalho é de avaliar diferentes níveis de lisina e treonina digestível na ração sobre o desempenho e qualidade de ovos em poedeiras comerciais de linhagem leve durante o primeiro ciclo de produção. Serão utilizadas 320 poedeiras da linhagem comercial Lohmann LSL, os tratamentos estudados serão combinações de lisina (Lys) e treonina (Thr) digestível (0,6% Lys dig.: 0,3; 0,4; 0,5 e 0,6% de Thr dig. e 0,8% de Lys dig.: 0,3; 0,4; 0,5 e 0,6% de Thr dig.). As rações serão formuladas de acordo com ROSTAGNO et al. (2000), para conter 17% de PB. O delineamento experimental será inteiramente ao acaso em esquema fatorial 2x4 (dois níveis de lisina digestível e quatro de treonina digestível), totalizando oito tratamentos , com quatro repetições de dez aves cada. Espera-se que as rações balanceadas com níveis maiores de lisina e treonina digestível apresentem melhores resultados no desempenho produtivo e na qualidade de ovos de poedeiras leves. Encontrando assim uma melhor relação entre os níveis de lisina e treonina digestível.Palavras chave: poedeira leve, lisina, treonina, aminoácido digestível
Introdução
A disponibilidade de aminoácidos sintéticos possibilitou ao nutricionista uma nova perspectiva quanto ao uso da proteína. As dietas podem ser formuladas com base nos níveis de aminoácidos e desta maneira oferecer rações mais ajustadas com relação às exigências das aves (PENZ Jr. 1996).
Os aminoácidos desempenham várias funções no organismo animal, dentre elas a síntese protéica. Para que a proteína animal seja sintetizada é necessário, entre outros fatores, que todos os aminoácidos essenciais estejam presentes na dieta, em quantidades adequadas. Já que na falta de um único aminoácido a síntese protéica é cessada e os demais aminoácidos em excesso deaminado e oxidado, para fornecimento de energia (NUNES, 1998).
Nos últimos anos, na avicultura industrial, tem se observado um maior interesse com respeito às dietas formuladas com base no conceito de aminoácidos digestíveis. Sendo que esse procedimento representa um avanço em relação aos aminoácidos totais (SILVA et al., 2000). Sendo assim aminoácido digestível é conceituado por PENZ Jr., (1996) como a diferença entre a quantidade de aminoácidos ingeridos e excretados.
Poucos trabalhos têm sido conduzidos com poedeiras comerciais leves utilizando dietas formuladas com base em aminoácidos digestíveis. Deste modo, surge a necessidade de estudos de níveis e combinações dos principais aminoácidos em rações para poedeiras, com base em aminoácidos digestíveis.
Material e Métodos
O experimento será conduzido no Aviário Experimental do Departamento de Produção Animal da Escola de Veterinária - UFG (Goiânia Go), no período de dezembro de 2004 a junho de 2005. Serão alojadas 320 frangas leves da linhagem comercial Lohmann LSL com 18 semanas de idade. As aves serão mantidas em condições semelhantes até 18ª semana de vida, quando se realizará a pesagem e a redistribuição das poedeiras nas gaiolas de acordo com os tratamentos. Em seguida, as aves serão submetidas a um período de adaptação de duas semanas. O experimento iniciará quando as aves atingirem 10% de produção. Será observado o desempenho das poedeiras durante seis períodos de 28 dias cada. Durante todo o período experimental, as aves receberam ração ad libitum distribuída manualmente duas vezes ao dia (08h00min e 16h00min). A água estará disponível em bebedouros tipo nipple (um nipple/ 4 aves). Os ovos serão colhidos duas vezes ao dia, sendo anotada em fichas apropriada à freqüência de postura de cada parcela. A temperatura e umidade relativa serão registradas diariamente, com um termôhigrometro. Serão estudados dois níveis de lisina combinados com quatro níveis de treonina digestíveis, na ração de postura: T1 – ração com 0,6% de lisina e 0,3% de treonina; T2 - ração com 0,6% de lisina e 0,4% de treonina; T3 - ração com 0,6% de lisina e 0,5% de treonina; T4 - ração com 0,6% de lisina e 0,6% de treonina; T5 - ração com 0,8% de lisina e 0,3% de treonina; T6 - ração com 0,8% de lisina e 0,4% de treonina; T7 - ração com 0,8% de lisina e 0,5% de treonina; T8 - ração com 0,8% de lisina e 0,6% de treonina. O delineamento experimental adotado será o inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x4 (dois níveis de lisina digestível e quatro níveis de treonina digestível).com oito tratamentos e quatro repetições, sendo as umidades experimentais compostas de dez aves. Os resultados obtidos serão analisados pela análise de variância, com auxílio do sistema de análises estatísticas e genéticas - SAEG (UFV, 2000) e as médias, quando necessário, comparadas pelo teste de Tukey (5% de probabilidade). As rações experimentais serão formuladas de acordo com a Tabela de Composição Química e Valores Energéticos de Alimentos (Rostagno et al., 2000). Sendo as rações elaboradas à base de ingredientes vegetais, de acordo com os tratamentos. As variáveis estudadas serão: consumo de ração, produção; peso e massa de ovos; conversão Alimentar; peso e percentagem de casca dos ovos; densidade aparente dos ovos; peso da gema e do albume dos ovos; percentagem de gema e do albume dos ovos; espessura da casca; índice de clara; índice de gema; sólidos totais; balanço de nitrogênio das aves.
Resultados e Discussão
Os resultados esperados são que rações balanceadas com níveis de maiores de lisina e treonina digestível apresentem melhores resultados no desempenho produtivo e na qualidade dos ovos de poedeiras leves. Utilizando níveis de aminoácidos digestíveis pretende-se diminuir a quantidade de nitrogênio nas excretas e também estabelecer uma relação em estes aminoácidos.
Referências Bibliográficas
NUNES, I. J. Nutrição animal básica. Proteínas. 2 ed. Belo Horizonte: FEP – MVZ, p. 99 – 119, 1998.
ROSTAGNO, H. S.; ALBINO, L. F. T.; DONZELLE, J. F. GOMES, P. C.; FERREIRA, A. S.; OLIVEIRA, R. F. D.; LOPES, D. C. Tabelas brasileiras para aves e suínos. Composição de alimentos e exigências nutricionais. 1.ed. Viçosa: UFV, 2000, 141 p.
PENZ JUNIOR, A. M. O conceito de proteína ideal para monogástricos. In: REUNIÃO TECNICA, Campinas. Anais... Campinas: NUTRON ALIMENTOS LTDA, 1996.
SILVA, J. H. D.; MUKAMI, F.; ALBINO, L. F. T. Use of digestible amino acids based diets for laying hens. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 29, n. 5, p. 1446-1451, 2000.