Titulo: A dinâmica da cadeia dos produtos orgânicos em Goiânia – Go

Nome dos autores: Cláudia Araújo Moreira

Unidade Acadêmica: Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás

E-mail (do aluno e do orientador): claudiamoreira23@yahoo.com.br e pmarta@terra.com.br

Palavras-Chave (no máximo 4): agroecologia, agricultura orgânica, cadeia.

Introdução:

A partir de 1960, com o advento da Revolução Verde, e a adoção de práticas agrícolas convencionais, através do chamado "pacote tecnológico", vem se observando o aumento do esgotamento dos recursos naturais, devido ao uso excessivo e inadequado destas práticas; sem contudo perceber-se a resolução do problema que justificava a adoção do pacote: o de aumentar a oferta de alimentos para suprir as necessidades alimentares da população. Junta-se a isto a crescente descredibilidade do setor alimentício, a busca e o resgate de formas de produção coerentes com a responsabilidade social e ambiental necessárias ao desenvolvimento sustentável. Partiu-se então para a construção de um modelo de desenvolvimento baseado na agroecologia, que assume como uma das formas de produção, a agricultura orgânica. Hoje, existe um mercado crescente de produtos orgânicos, originário da descredibilidade sobre a qualidade dos alimentos e das preocupações com o ambiente; que se mostra como possibilidade de produção de valor agregado e renda, principalmente para a agricultura familiar. Segundo Schultz (2003), " O contexto atual da agricultura convencional e a falta de adaptabilidade do pequeno agricultor a esta realidade não contribuem para o desenvolvimento deste setor. Tendo-se, portanto, possibilidades e oportunidades para a agricultura familiar investir em agregação de valor aos produtos e em segmentações de mercado dentro do agronegócio... Esta forma de agregação de valor se dá através do investimento em sistemas orgânicos/ecológicos de produção... É necessário contribuir com a análise do ambiente de mercado em que estão inseridos os alimentos orgânicos, buscando levantar os principais aspectos que são importantes quando do fornecimento destes produtos aos consumidores finais; discutir o ambiente competitivo, contexto atual e oportunidades de mercado com a produção orgânica; evolução das práticas agrícolas, surgimento e reconhecimento deste modelo de agricultura; perspectivas e mercado atual dos alimentos orgânicos; perfil e atributos valorizados pelos consumidores dos produtos agroecológicos; canais de comercialização para produtos orgânicos; certificação de produtos orgânicos; margens, custos e preços para os alimentos orgânicos; e fatores restritivos e ameaças na adoção e desenvolvimento da agricultura orgânica." Diante do exposto, deseja-se estudar as relações e contradições existentes em todo o processo produtivo da agricultura orgânica; caracterizando a capacidade da base produtiva de hortaliças orgânicas existente no entorno de Goiânia - GO, bem como o mercado consumidor dessa capital e o perfil do consumidor de produtos orgânicos.

Material e Método (Metodologia)

A população alvo se define no universo da cadeia produtiva de hortaliças orgânicas da região metropolitana de Goiânia-GO. Esta população alvo será dividida em três categorias, sendo que para cada uma delas far-se-á um trabalho de coleta de dados. São elas: agricultores familiares, comerciantes e consumidores.

A metodologia usada para a coleta e análise dos dados da pesquisa será baseada em duas abordagens de pesquisa: a qualitativa e a quantitativa; pois objetiva-se entender a percepção dos agentes da cadeia produtiva (consumidores, produtores e intermediários) acerca dos aspectos relativos à produção orgânica; como também saber do perfil deste consumidor e do seu papel na dinâmica de produção em Goiânia. Para tanto, usar-se-á no levantamento dos dados, as técnicas previstas na pesquisa qualitativa, como as: entrevistas semi-estruturadas e a observação livre. Estas técnicas estão descritas no Manual de Técnicas do Diagnóstico (Participativo) Rápido Rural. De acordo com os levantamentos obtidos, na fase de elaboração e sistematização dos dados, usar-se-á a estatística descritiva como mais uma ferramenta para a interpretação destes dados, trabalhando com as informações de forma a detalhar quantitativamente a realidade observada.

Através da pesquisa qualitativa pretende-se: "descrever os fenômenos, as causas da sua existência, procurando explicar a sua origem e se esforçando por intuir as conseqüências que terão para a vida humana... A pesquisa qualitativa não segue seqüência tão rígida das etapas assinaladas para o desenvolvimento; as hipóteses colocadas podem ser deixadas de lado e surgir outras, no achado de novas informações que solicitam encontrar outros caminhos...o denominado relatório final vai se constituindo através do desenvolvimento de todo o estudo e não é exclusivamente resultado de uma análise de dados." (Triviños, 1994)

Os dados são então, descrição de eventos e fenômenos e serão sistematizados de acordo com os indicadores selecionados. Já para a organização dos dados ou de parte deles, serão aplicadas técnicas de estatística descritiva e de análise exploratória de dados. As variáveis envolvidas, estão em parte definidas, mas devem continuar a aparecer à medida que se levantam os dados qualitativos. As amostras serão definidas em função da contribuição de informações que cada população dará e de um entendimento mínimo de tamanho de amostra direcionado pela pesquisadora, em função da análise estatística dos dados e da funcionalidade da execução das técnicas de pesquisa. Serão amostrados, para a coleta dessas informações: consumidores – perfil do consumidor, conhece produtos orgânicos, gostaria de consumi-los, preço que está disposto a pagar, etc; agricultores – por que produzem de forma orgânica, como estão organizados, para quem vendem, quais os problemas enfrentados atualmente, etc; intermediários – qual a relação de comercialização com os produtores e com os consumidores, etc.

Apesar de já definido o público alvo e de não se usar amostragens aleatórias; o tamanho das amostras não está definido. Segundo Barbeta (2001), "esta parte do tratamento consiste em introduzir técnicas que permitam organizar, resumir e apresentar estes dados de tal forma que possamos interpretá-los à luz dos objetivos da pesquisa. Com os dados adequadamente resumidos e apresentados em tabelas e gráficos, poderemos observar determinados aspectos relevantes e começarmos a delinear hipóteses a respeito da estrutura do fenômeno em estudo. É a chamada Análise Exploratória de Dados". Estes dados serão organizados em distribuições de freqüências, em que se poderá ver como uma variável se distribui, em termos dos elementos observados. Como a análise exploratória servirá como um instrumento adicional para o entendimento dos resultados da pesquisa, pois estes não se esgotam com a análise e avaliação dos dados coletados, a interpretação dos resultados também será feita baseada na avaliação não estatística dessas informações.

Resultados e Discussão:

O presente trabalho encontra-se em fase de execução, sem portanto, ter resultados a apresentar.

Conclusões:

As conclusões serão apresentadas no final da execução e sistematização dos trabalhos.

Referências Bibliográficas:

ALMEIDA, J. A construção social de uma nova agricultura: tecnologia agrícola e movimentos sociais no sul do Brasil. Porto Alegre: Ed. Universidade/ UFRGS, 1999. 214p.

ALTIERI, M. Agroecologia – A dinâmica produtiva da agricultura sustentável. 2. ed. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2000. 110p.

BARBETA, P.A. Estatística aplicada às Ciências Sociais. 4.ed. Florianópolis. Ed.UFSC, 2001. 338p.

COMISSÃO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Diagnóstico (Participativo) Rápido Rural: manual de técnicas. Maputo, Moçambique, 1994.

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS SÓCIO-ECONÔMICOS RURAIS. A agricultura brasileira moderniza-se e cresce, mas os agricultores familiares são os que menos vêem o ganho. Boletim 129, p. 32, maio 2003.

JONES, A. da S.; BRESSAN, M. Produção familiar, pós-modernidade e capitalismo possibilidades da agricultura independente. In: Agroecologia e desenvolvimento sustentável, Porto Alegre. 1(1): 16-37. jan./mar. 2000.

SCHMIDT, H.C. Produtos da agricultura familiar: desafios para a integração no mercado. In: Sociedade sustentável, Belo Horizonte. Rede – agricultura alternativa, 1996. 43p.

SCHULTZ, G. Alimentos orgânicos: estratégias, desafios e perspectivas. 2003. 258 f. Tese (Mestrado em Agronegócios) Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócios, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.

SOUZA, M.C.M. Certificação de produtos orgânicos. Disponível em <http: www.iea.sp.gov.br/artigos/agroecologia> Acesso em: mar 2004.

TRIVIÑOS, A.N.S. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo. Atlas, 1987. 175p.

Fonte de financiamento:

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