PRAZERES SEXUAIS FEMININOS – REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MULHERES HETEROSSEXUAIS E HOMOSSEXUAIS EM GOIÁS

PAULA COUTINHO GONÇALVES

FCHF

 

paulamatarari@yahoo.com.br

luizmam@fchc.ufg.br

 

Palavras chaves: sexualidade, mulheres, lésbicas, prazeres

Introdução

Este subprojeto faz parte da pesquisa "Sexualidades de Estudantes Universitários - um estudo sobre valores, crenças e práticas sociais", na qual se propõe uma investigação acerca do que os estudantes universitários pensam sobre sexualidade, como eles vêem os tabus sociais, quais são seus comportamentos e práticas sexuais, quais são suas informações sobre estudos de sexualidade e, a partir, daí tentar vislumbrar práticas sexuais que não frustrem, castrem e oprimam as pessoas.

No âmbito deste subprojeto, o interesse principal localiza-se na busca de significados que as mulheres atribuem ao prazer sexual em suas vidas. Com vistas a delimitar ainda mais o campo da investigação a ser realizada, pretende-se comparar e analisar interpretativamente as representações sociais acerca do prazer sexuais entre mulheres hetero e homossexuais.

Quando se trata de compreender a felicidade individual e coletiva, a sexualidade tem assumido, cada vez mais, uma posição de relevância na vida das pessoas, visto que o mundo contemporâneo impõe quase como uma regra a necessidade de se manter uma vida sexual ativa (HITE, 1982). Porém, essa vida sexual estaria vinculada a padrões que a sociedade delimita, visto que comportamentos anticonvencionais, tais como a homossexualidade, a bissexualidade, o travestismo, a masturbação, a pornografia, entre outros, são parcialmente rechaçados e reprimidos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000; LIMA, 1978).

O universo feminino só é visto com respeito e admiração se for casto, virgem, religioso, dócil, frágil. À mulher é negado, ainda hoje, o direito ao prazer puramente físico, entendendo-se como característica que define e conceitua o que é ser feminino tudo o que é diferente do masculino (ALMEIDA, 1996). Se o homem separa amor de sexo, à mulher não cabe essa separação. Se o homem se masturba e fala disso sem maiores pudores, a mulher, geralmente, não pode fazê-lo. Em outras palavras, durante muitos séculos, e até recentemente, o prazer sexual tem sido visto, na maior parte das sociedades humanas, como um atributo exclusivo dos homens (VAINFAS, 1986)

Por outro lado, observa-se que a satisfação sexual feminina, embora seja considerada de importância no discurso das próprias mulheres e de seus parceiros afetivo-sexuais, não é um campo de investigação que tem recebido atenção significativa no âmbito dos estudos sobre sexualidade no Brasil, particularmente no que diz respeito às Ciências Humanas. Em especial, observa-se uma carência de pesquisas onde as diversas formas de satisfação sexual da mulher sejam identificadas e pensadas interpretativamente, notadamente no campo das especificidades potenciais que caracterizam os universos das sexualidades de mulheres hetero e homossexuais. Não restam dúvidas de que, no Estado de Goiás e também no segmento dos estudantes universitários, a referida lacuna também se faz presente.

Sem o conhecimento do próprio corpo e das formas de prazer sexual, as mulheres estão fadadas à ignorância e à culpa de sentir prazer (ROMERO, 1995). Se as mulheres entenderem que são livres para escolher seus próprios caminhos e métodos de chegar ao orgasmo, e que ninguém (pais, maridos, igrejas, sociedade) tem o direito de interferir nessas escolhas, sua relação com o mundo poderá ser outra, a partir de novos fundamentos morais, sociais, éticos e jurídicos (HITE, 1982).

Material e Método (Metodologia)

Resultados e Discussão

Um dos resultados deste sub-projeto é que a questão do prazer feminino é muito complexa, e muitas vezes, está intrinsecamente ligada a cultura e aos dogmas em que as mulheres foram criadas.

Outro fator de discussão é que as lésbicas, assim como todas as outras mulheres, têm suas representações sociais.

Conclusões

O resultado final deste sub-projeto participação na produção de um boneco de questionário de 26 folhas, composto de quatro partes.

Referências Bibliográficas

HITE, SHERE (1982). O RELATÓRIO HITE SOBRE SEXUALIDADE FEMININA. SÃO PAULO: DIFEL

ROMERO, ELAINE (1995). CORPO, MULHER E SOCIEDADE. CAMPINAS, SP: PAPIRUS.

VAINFAS, RONALDO (1986). CASAMENTO, AMOR E DESEJO NO OCIDENTE CRISTÃO. SÃO PAULO: ÁTICA.

rosaldo, michelle zimbaLIST & lAMPHERE,louise (orgs) (1979) a mULHER, A CULTURA E A SOCIEDADE. RIO DE JANEIRO: PAZ E TERRA.

BADITER, ELISABETH (1986). UM É O OUTRO: RELAÇÕES ENTRE HOMENS E MULHERES. RIO DE JANEIRO: NOVA FRONTEIRA.

ALMEIDA, MARIA ISABEL MENDES DE (1996). MASCULINO/FEMININO: TENSÃO INSOLÚVEL: SOCIEDADE BRASILEIRA E ORGANIZAÇÃO DA SUBJETIVIDADE. RIO DE JANEIRO: ROCCO.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. COORDENAÇÃO NACIONAL DE DST E AIDS (2000). COMPORTAMENTO SEXUAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E PERCEPÇÕES DO HIV/AIDS . BRASÍLIA: MINISTÉRIO DA SAÚDE.

Fonte de Financiamento: nenhuma