TÍTULO DO PROJETO: Publicidade e Propaganda em Goiás: História e Estórias

AUTORES: ROMANI, D. R. & SANTOS, G. F. C.

Universidade Federal de Goiás – Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia

O projeto Publicidade e Propaganda em Goiás: História e Estórias procura resgatar a memória da publicidade e da propaganda goiana, que, de outra forma, seria perdida. Para tanto o projeto apoiou-se nas contribuições da História, sobretudo a História Oral, para desenvolver uma metodologia capaz de atender às necessidades da pesquisa. Buscou-se então confirmar a total legitimidade de se utilizar a História Oral como meio de apreensão dos fatos passados. O material foi levantado por meio de entrevistas com os principais personagens que fizeram parte desta história, os publicitários goianos. Foram realizadas duas das doze entrevistas previstas para o projeto e analisadas importantes publicações da história da comunicação do estado, como o primeiro jornal: Matutina Meyapontense, e as revistas Oeste e Informação Goyana. Fez-se isso para se analisar a forma como a atividade publicitária deu início às suas atividades em Goiás e se institucionalizou. Para uma melhor contextualização foram estudadas obras a respeito da história do estado e de sua comunicação e a história da propaganda nacional, tendo-se a preocupação de não apenas contextualizar os avanços da atividade no estado em relação ao que ocorria no Brasil, mas ressaltar as particularidades da publicidade e da propaganda goiana.

PALAVRAS-CHAVE: Publicidade; Propaganda; História; História Oral.

INTRODUÇÃO

A publicidade, como um dos elementos constitutivos da comunicação social, já deu provas de sua importância através de contribuições diversas, não só no campo econômico, mas também nos campos cultural e social.

No estado de Goiás não é diferente. A publicidade participa de forma direta ou indireta do desenvolvimento deste estado desde que ela se instituiu no mesmo.

O projeto Publicidade e Propaganda em Goiás: História e Estórias procura resgatar a memória da publicidade e da propaganda goiana, que, de outra forma, seria perdida. Para tanto o projeto apoiou-se nas contribuições da História, sobretudo a História Oral, para desenvolver uma metodologia que fosse capaz de atender às necessidades da pesquisa.

METODOLOGIA

Buscou-se confirmar a total legitimidade de se utilizar a História Oral como meio de apreensão dos fatos passados. Como não existe nenhuma obra publicada a esse respeito, a forma encontrada de fazer o levantamento dos acontecimentos foi a entrevista com os personagens que ajudaram a construir esta história.

O projeto fez um levantamento da história do estado para contextualizar em que ambiente a publicidade goiana começou as suas atividades. Teve-se uma maior preocupação com os aspectos relativos à chegada e institucionalização da comunicação no estado, pois foi neste contexto mais restrito que a publicidade foi inserida no contexto goiano efetivamente.

Foram analisados materiais de valor inestimável para o contexto histórico da comunicação no estado, como todas as edições do jornal Matutina Meyapontense; e das revistas, a Informação Goyana e Oeste, para buscar os primeiros anúncios.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas duas entrevistas realizadas, com Hugo Brooks e Carlitos Verano, pode-se notar um grande saudosismo em relação à década de 80. Teria sido nesta década que os anunciantes teriam dado maior liberdade às agências. Temos então como quase certa a relação entre liberdade da agência e qualidade do trabalho, já que a propaganda goiana da época tinha projeção nacional.

Por isso mesmo é importante criar medidas paliativas para não permitir que a propaganda goiana se acomode com a baixa qualidade de suas peças, que é o que tem ocorrido segundo os dois entrevistados.

CONCLUSÕES

A volatilidade das campanhas publicitárias e as inovações sempre exigiram de Goiás uma reciclagem dos processos produtivos, e o estado tem se saído bem ao fazê-la. As particularidades da propaganda goiana partem do tipo de mercado que ela atende e da linguagem diversificada. É fato que a propaganda molda-se de acordo com a necessidade do cliente, mas a linguagem muitas vezes é obrigada a perpassar a cultura e os costumes locais para não ficar deslocada espaço-temporalmente. Já em relação ao tipo de mercado goiano, é notável o enorme predomínio de empresas de varejo. Nesse mercado varejista, a preocupação com a venda imediata é muito maior, e o curto espaço entre a solicitação da criação, a produção e a veiculação, faz com que o tempo para o planejamento de campanha e de mídia praticamente inexista. É nesse âmbito que a história da publicidade goiana começa a se desvincular do que se passou na propaganda nacional como um todo.

Apesar do clima de não muito otimismo vivenciado pela maioria dos profissionais da área, provavelmente devido à retração do mercado, este trabalho deve contribuir para apontar soluções de alguns problemas atuais que coincidem com problemas superados no passado, o que faz com que a publicidade otimize a grande influência econômica e política que ela possui nas sociedades capitalistas.

MORAES FERREIRA, Marieta de & AMADO, Janaína. Usos e abusos da história oral. s.l.: Fundação Getúlio Vargas, s.d.

CASTELO BRANCO, Renato, MARTENSEN, Rodolfo Lima & REIS Fernando. História da Propaganda no Brasil. São Paulo: IBRACO, 1990.

BURKE, Peter. A escrita da história – novas perspectivas. 2ª ed. Trad. Magda Lopes. São Paulo: UNESP, s.d.

GRACIOSO, Francisco & PENTEADO, José Whitaker. Cinqüenta Anos de Vida e Propaganda Brasileiras. São Paulo: Mauro Ivan Marketing Editorial LTDA, 2001.

PALACÍN, Luís & SANT`ANNA MORAES, Maria Augusta. História de Goiás. 6ª ed. Goiânia: UCG, s.d.

PINA, Braz de. Goiás: História da Imprensa. Goiânia: Irmãos Oriente LTDA, s.d.

RAMOS, Ricardo. Do Reclame à Comunicação. São Paulo: Atual Editora, 1985.