O MERCADO DE TRABALHO PARA OS PROFISSIONAIS DA INFORMAÇÃO NAS REGIÕES NORTE, NORDESTE E CENTRO-OESTE DO BRASIL.

 

AZEVEDO, L. J. (bolsista de IC)

GOMES, S. H. de A. (Orientadora)

 

(FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E BIBLIOTECONOMIA, CURSO DE BIBLIOTECONOMIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS/ www.facomb.ufg.br)

 

 

E-mail (bolsista): julili2002@bol.com.br

 

E-mail (orientadora): suely@facomb.ufg.br

 

 

As mudanças ocorridas nos campos científicos, tecnológicos, econômicos e político-social impõem as organizações a necessidade de movimentos constantes para garantir sua sobrevivência. Muller (1995 Apud Valentim, 2000, p.42) confirma essa necessidade ao afirmar que neste mutável mundo de hoje, sé resta aos indivíduos e organizações ousar/mudar.

Os riscos envolvidos nas decisões organizacionais que as levem a novos patamares de competitividade e garantam sua permanência no mercado serão minimizados caso essa organização disponha e saiba trabalhar a informação como elemento estratégico.

Neste contexto, constata-se a crescente exaltação da importância dos profissionais da informação no exercício das atividades estrategicamente úteis para a organização diante de um mercado altamente competitivo onde a única certeza refere-se às constantes mudanças. Tais estratégias, fundamentadas em informações de diversa natureza e fontes, constituem em um processo chamado de Inteligência Competitiva.

A Inteligência Competitiva vem funcionando como ferramenta que orienta as mudanças, ou seja, dentro de uma situação em que as empresas estão se tornando cada vez mais inovadoras, surge a necessidade de se estruturar uma equipe que seja responsável pela orientação das atividades estratégicas através do manuseio do conhecimento e da informação.

Para Cubillo (1997), o trabalho de Inteligência Competitiva segue duas vertentes: a inteligência em captar o conhecimento e a informação através do mercado (público), onde é encontrado a maior parte de informações e conhecimento que uma certa empresa pode precisar; a empresa é vista como um ator político, ou seja, capaz de captar sinais e também, além disso, criar e transmitir ao seu público uma imagem desejada, afim de atingir não somente se “público-alvo”, mas toda a sociedade para garantir um boa imagem da empresa perante as outras corporações.  Na concepção de Battaglia (1999), a Inteligência Competitiva é sinônimo da capacidade de adiantar as ameaças e novas oportunidades através da informação validada para a tomada de decisão, em um processo decisório da empresa, cujo resultado final é na verdade “informação com valor agregado”.

Assim, o exercício da análise e uso de determinada informação deve ser tratada por diferentes especialistas capazes de agregar valores ao processo informacional. Tais especialistas são denominados genericamente de profissionais da informação, pessoas capazes de gerenciar informações através de suas habilidades em gestão da informação. Desempenham um papel de suprir todas as necessidades informacionais de uma empresa.

Davenport (1998, p.146), afirma que assim como os bibliotecários são essenciais para complementar qualquer equipe de informação, profissionais como programadores, analistas de sistemas, administradores de banco de dados, dentre outros, são também considerados os vários tipo de fornecedores de informação.

Foi partido dessa visão que considerou-se nesta pesquisa os seguintes profissionais como integrantes do setor da informação: Profissionais da área de Informática (Administradores de banco de dados, administradores de redes e sistemas, analistas de sistemas e programadores); Profissionais da área de Administração (Administrador de empresas, analistas gerenciais, analistas de negócio de mercado ou financeiros, gerentes individuais e funcionários, gerentes de recursos de informação e gerentes de registros); Área da Comunicação/Informação (Bibliotecários/arquivistas/documentalistas, jornalistas/radialistas, publicitários e relações públicas).

A atuação destes profissionais requer habilidades necessárias para um melhor aproveitamento das informações existentes em cada unidade organizacional. Vargas e Souza (2001), identificam as seguintes categorias de atividades a serem desenvolvidas pelo profissional:

a) atividades estratégicas: correspondentes a ações de análise concorrencial, de estudo de mercados e de determinação;

b) atividades gerenciais: ações solicitadas dos profissionais relacionadas com a direção, tomada de decisões, supervisão, etc;

c) atividades técnicas: ações que incluem uso de métodos de tecnologias da informação e processos específicos de trabalho;

d) atividades humanas: ações que envolvem o trato com pessoas na função de IC, a  motivação, a comunicação eficaz com as pessoas.

Assim, este trabalho discute a demanda dos profissionais da informação no contexto das empresas brasileiras, tomando como referência as regiões norte, nordeste e centro - oeste do Brasil. É uma pesquisa de natureza exploratória em que a população foi constituída por anúncios de empregos veiculados via on-line em site de recrutamento de recursos humanos. A análise dos dados aponta quem são esses profissionais, as habilidades e os pré – requisitos solicitados. Foram encontradas 578 ofertas para esses profissionais, sendo que 39% corresponde à ofertas da região centro - oeste, 37% da região nordeste e 24% da região norte. Observou-se que para os profissionais da área da comunicação e para os bibliotecários não foram encontradas muitas ofertas de emprego. Os profissionais de informática e administração apresentam um campo maior para atuação. Os resultados mostram com clareza a concentração de ofertas para determinados profissionais e a absoluta escassez para outras.

Conclui-se que as empresas ainda recrutam esses profissionais dentro de uma perspectiva tradicionalista sem uma concepção de análise estratégica da informação, sendo as habilidades desses profissionais (estratégicas, gerenciais, técnicas e humanas) desconhecidas pelas organizações empresariais.

 

 

 

 

 

APOIO: CNPq/PIBIC

 

PALAVRAS – CHAVE: 1) Profissionais da Informação; 2) Competitividade; 3) Mercado de Trabalho

 

 

REFERÊNCIAS:

 

 

BATTAGLIA, Maria da Glória Botelho. A Inteligência Competitiva modelando o sistema de informação de clientes – Finep. Ci-Inf, Brasília, v.29, n.2. p. 200-214, maio/ago. 1999.

 

CUBILLO, Júlio. La inteligência empresarial en las pequeñas y medianas empresas competitivas de América Latina: algunas reflexiones. Ci-Inf, Brasília, v.26, n.3, p. 260-267, sept./dec. 1997.

 

 

DAVENPORT, Thomas H. A. A ecologia da informação: porque só a tecnologia não basta na era da informação. Tradução de: Bernadette Siqueira: São Paulo: Futura, 1998.

 

VALENTIM, Marta Lígia Pomim. O moderno profissional da informação: formação e perspectiva profissional. Enc. Bibli, Florianópolis, n.9, jun. 2000. Disponível em: <http:/ www.encontros-bibli.ufsc/edicao-9/marta.html>. Acesso em: 03 set. 2003.

 

VARGAS, Lília Maria; Souza, Renata Ferraz de. O ator de inteligência competitiva (IC) nas empresas: habilidades profissionais e exigências do mercado. Revista Eletrônica de Administração, Edição 24, v.7, n.6, dez. 2001.