TÍTULO: - Menina, que saia curta! - um estudo sobre a transformação de valores associados ao feminino

AUTORES: Ana Cecília dos Santos Gumerato e Dra. Marta Rovery de Souza

UNIdade academica: UFG / FCHF / DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

E-MAIL: ceciliagumerato@yahoo.com.br , martasouza@brturbo.com.br.

RESUMO

O seguinte projeto tem como tema as mudanças ocorridas nos valores, crenças e comportamentos femininos que questionam a tradição patriarcal, ou seja, no sentido atribuído a prática sexuais, às teias de relações e ao contexto no qual a sexualidade se desenrola. Se o comportamento dos jovens de décadas anteriores pode ser comparado ao atual, o mesmo não pode ser dito das mulheres, cujo comportamento vem mostrando grandes diferenças desde então. As mulheres parecem apresentar posturas e práticas sexuais mais inovadoras que os homens. A liberdade, a autonomia e o estabelecimento de um patamar de igualdade maior pelas mulheres em relação aos homens são bem aceitos nos "discursos" masculinos modernos. Porém, na prática, eles mostram um desconforto evidente em relação à postura feminina. Ao especializar os papéis, o mundo tradicional negou à mulher um papel histórico, destinando-o exclusivamente ao homem. A mulher ainda se encontra pressa à alguns estereótipos que determinam sua submissão ao homem. Seus valores são postos para a manutenção desse tipo de conduta que a sociedade espera dela. Mas os caminhos sociais pré-traçados para as mulheres começaram a ser abandonados. Diante dessa perspectiva, procura-se interpretar a existencia de contrastes entre os valores/padrões antigos e os atuais de vivência da sexualidade, assim como refletir acerca dos potenciais conflitos entre sujeitos sociais envolvidos na conservação/transformação de determinados valores socialmente "legítimos" e moralmente "corretos".

PALAVRAS-CHAVE

Transformação, valores, comportamento, feminino.

INTRODUÇÃO

A sexualidade se faz presente em todas as etapas do desenvolvimento humano, embora se trate de uma questão quase sempre silenciada. Para a maioria das pessoas, falar de sexualidade remete imediatamente ao ato sexual e à reprodução. Mas a sexualidade é muito mais abrangente. Por um lado, é fonte de prazer e por outro, o alvo predileto para ataques e censuras de toda ordem. Falar sobre sexualidade significa falar de concepções cristalizadas no homem moderno que foram produzidas como verdades nos últimos séculos na sociedade ocidental.

Hoje é comum escutarmos em conversas informais que os tempos mudaram, que homens e mulheres têm os mesmos direitos e que as mulheres fazem o que querem, estabelecendo como patamar de igualdade de gênero o quadro atual das mulheres na nossa sociedade. Porém, setores da sociedade ainda têm se mostrado bastante resistentes aos discursos e às vivências que afirmam o direito à liberdade sexual e a legitimidade dos comportamentos femininos, valores e crenças que questionam a tradição patriarcal, a qual define lugares sociais diferenciados e restritivos para as diferentes formas de expressão da sexualidade.

Apesar de vivermos numa sociedade dita contemporânea, alguns aspectos do comportamento feminino continuam rígidos. Ainda hoje as mulheres são classificadas de acordo com seu comportamento, como "mulher para casar" e "mulher perdida". Os homens, ao contrário, são considerados como tendo necessidade de variedade sexual para sua saúde física. As mudanças no comportamento e nas atitudes sexuais das garotas têm sido muito mais pronunciadas do que entre os rapazes. Só em tempos bem modernos é que se deu uma verdadeira emancipação da mulher, mas este é um processo que ainda não foi completado. Através de um acesso maior às informações, as mulheres puderam conhecer melhor suas necessidades, reivindicar direitos e influenciar políticas públicas no campo da reprodução, questionando dessa forma o discurso da Igreja Católica.

Contudo, desenvolvendo suas aptidões, a mulher não está se masculinizando, e sim desenvolvendo-se como ser humano. É claro que os papéis tradicionais dos dois sexos foram grandemente modificados, e serão ainda mais, uma vez que não existe nada de fixo e invariável neles, já que grande parte do que se toma como "masculino" e "feminino" não passa de estereótipos sociais.

MATERIAL E MÉTODO

A partir do levantamento bibliográfico que já se encontra em curso, os temas objeto dos questionários e entrevistas serão definidos e reunidos em instrumentos que serão sistematicamente pré-testados. O interesse por investigar tal tema implicará, também, a definição de amostras estatisticamente significativas. Os questionários e as entrevistas serão analisadas a partir de uma compreensão interpretativa que valorize, concomitantemente, as dimensões quantitativa e qualitativa do universo pesquisado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A produção no período a que se refere este trabalho foi toda baseada em leituras, resumos, sistematizações, comparação dos principais autores e investigação de conceitos e categorias. O trabalho não apresenta a parte de confecção e teste de questionários porque, devido a motivos pessoais, não pude participar desta etapa de produção do grupo de pesquisa. Fato este justificado pela orientadora em um termo entregue pela mesma à PRPPG. Contudo, mesmo estando afastada, continuei o levantamento bibliográfico, enriquecendo a fundamentação teórica.

CONCLUSÕES

Diante do que foi esclarecido acima, no primeiro e segundo semestres foi feito levantamento bibliográfico que seria a base para a confecção de questionários. O projeto terá continuidade neste segundo ano de atividades, porém sem minha participação na confecção dos mesmos. Pretendo colaborar ainda, mais adiante, como agente de pesquisa no momento das entrevistas.

Referencias bibliograficas

ARILHA, Margareth e CALAZANS, Gabriela. Sexualidade na adolescência. O que há de novo? In:__ Jovens acontecendo na trilha das políticas públicas. Brasília: CNPD, 1998.

FAZENDO GÊNERO. Desigualdades de gênero: o que vamos fazer sobre isso?, 2003, Ano VII, n.º 16, março a junho.

GIDDENS, Anthoy. A transformação da intimidade: sexualidade, amor e erotismo nas sociedades modernas. São Paulo: Editora da USP, 1993.

MORAIS, Vamberto. A emancipação da mulher. Gráfica e editora Cital. 2.ed., 1968.

MURARO, Rose Marie. Libertação Sexual da Mulher. Petrópolis, Vozes, 2.ed., 1970.

SUPER INTERESSANTE. Que mulher é essa? Comportamento. 2004, Janeiro/ nº 196

FONTE DE FINANCIAMENTO

Sem fonte de financiamento.