APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA EM EDIFÍCIOS EM GOIÂNIA
MACHADO, T. P.; OLIVEIRA, L.H.
thatianepales@hotmail.com; luhe@eec.ufg.br
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL/UFG
Palavras-chaves: aproveitamento de água de chuva; dimensionamento de reservatório.
1. INTRODUÇÃO
Atualmente existe uma grande preocupação com a escassez dos recursos hídricos. A falta de conscientização tem gerado desperdícios da água tratada e isto vem estimulando pesquisadores a propor tecnologias de sistemas e componentes economizadores de água. O aproveitamento de água de chuva é um tema bastante discutido, pois este é um sistema que gera economia de água potável e auxilia nos problemas de drenagem urbana. Esta pesquisa foi desenvolvida no LSP – laboratório de Sistemas Prediais da EEC/UFG e visa o estudo do aproveitamento de água da chuva em edifícios de Goiânia, onde estações climáticas são bem definidas.
2. OBJETIVOS
Os objetivos são: apresentar o aproveitamento de água de chuva como alternativa que reduzirá o volume de água tratada, dimensionar o reservatório para armazenamento da água de chuva, em função das condições locais, e, desta forma, preservar os recursos hídricos.
3. METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi inicialmente levantar as intensidades pluviométricas mensais dos últimos vinte e dois anos para a cidade de Goiânia, obtidas no site www.metorgo.com.br, e através da média anual desses anos, dimensionar um reservatório para armazenar a água de chuva que poderá ser utilizada nos edifícios. O sistema é operado da seguinte forma: a água é coletada através de calhas instaladas ao longo do telhado, inclinadas em relação aos condutores verticais que conduzem a água coletada para um filtro para a retirada de impurezas maiores tais como folhas. Em seguida, a água é armazenada em um reservatório enterrado. A água é transportada, através de um conjunto motor-bomba a um reservatório superior e em seguida pontos como a bacia sanitária é abastecido por tubulações independentes da que leva água potável a outros pontos de utilização. A figura 1 representa como funciona esse sistema.
FIGURA 1 – Sistema de captação de água de chuva do LSP
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O dimensionamento do reservatório enterrado para o armazenamento da água de chuva foi realizado determinando-se inicialmente o volume de chuva, através do estudo da intensidade pluviométrica de Goiânia, área de contribuição da cobertura do LSP e o coeficiente de runoff para telhados cerâmicos, ou seja, de 0,8.
Através do Método de Rippl estudou-se a capacidade requerida por um reservatório para regularizar o deflúvio médio afluente. Conforme a figura 2 o deflúvio médio afluente corresponde a 11,19m³.
FIGURA 2 -
Hidrógrafa da cidade de Goiânia, no período de 1982 à 2003No dimensionamento do reservatório considerou-se o fornecimento de água de chuva para a bacia sanitária do LSP, como uma demanda constante de 2,4m³ ao mês. Utilizando a lei de regularização das vazões foi possível dimensioná-lo, de forma a fortalecer o período de estiagem mais crítico dos anos estudados. Esse período corresponde aos meses de abril à outubro, mostrado na figura 2. O volume determinado para o reservatório foi de 4,3m3, dado pelo maior valor dos volumes acumulados, conforme a tabela 1. O valor é de um período de estiagem de 54 dias.
Tabela 1 - Dimensionamento do volume do reservatório para demanda constante de 2,4m3/mês.
|
Chuva Média Mensal (mm) |
Demanda Constante(m³) |
Área de Contribuição (m ²) |
Volume de chuva (m³) |
Demanda de Chuva (m³) |
Diferença Acumulada(m³) |
JAN |
216,80 |
2,40 |
115 |
19,9 |
-17,5 |
|
FEV |
196,90 |
2,40 |
115 |
18,1 |
-15,7 |
|
MAR |
209,80 |
2,40 |
115 |
19,3 |
-16,9 |
|
ABR |
105,10 |
2,40 |
115 |
9,7 |
-7,3 |
|
MAI |
27,80 |
2,40 |
115 |
2,6 |
-0,2 |
|
JUN |
7,90 |
2,40 |
115 |
0,7 |
1,7 |
1,7 |
JUL |
3,80 |
2,40 |
115 |
0,3 |
2,1 |
3,8 |
AGO |
20,40 |
2,40 |
115 |
1,9 |
0,5 |
4,3 |
SET |
60,70 |
2,40 |
115 |
5,6 |
-3,2 |
1,1 |
OUT |
142,20 |
2,40 |
115 |
13,1 |
-10,7 |
|
NOV |
216,10 |
2,40 |
115 |
19,9 |
-17,5 |
|
DEZ |
251,90 |
2,40 |
115 |
23,2 |
-20,8 |
|
TOTAL |
1459,4 |
29 |
|
134 |
|
|
5. CONCLUSÃO
Concluiu-se que o sistema de aproveitamento de água de chuva é uma ação que contribui para a economia do uso de água potável e solução de problemas de drenagem urbana. A pesquisa mostra que é viável a implantação dessa tecnologia em Goiânia, porém deve-se analisar a qualidade da água armazenada no período da chuva e utilizada, em geral, período da seca.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GONÇALVES,V.A. Precipitação Diária e Mensal. Sem data. Disponível em:
www.meteorgo.com.br. Acesso em: 18 de novembro de 2003.Agradecemos ao órgão de fomento CNPq, pelo fornecimento da bolsa de auxilio, através da qual foi possível a realização da pesquisa.