1. intodução

Em busca de barragens mais esbeltas, mais resistentes e de execução mais rápidas do que as de solo e de enrocamento surgiram as barragens em concreto. Conforme o surgimento das tecnologias pode–se citar como os cincos (05) principais: Pedra argamassada, Concreto ciclópico, Concreto convencional em Concreto convencional em camadas estendidas e Concreto Compactado com Rolo – CCR.

2. OBJETIVOS

Os objetivos deste trabalho visam analisar e acompanhar os processos construtivos em Concreto Compactado com Rolo "CCR", da Barragem do Ribeirão João Leite e comparar as vantagens e desvantagens da construção de uma Barragem em CCR, com relação a uma Barragem de Terra e enrocamento, com os processos construtivos tradicionais para barragens de Terra e enrocamento.

3. METODOLOGIA

Em nosso trabalho foi utilizado o acompanhamento em campo do processo construtivo da barragem do João Leite, e também fazendo correlações com os processos didáticos encontrados na literatura.

1. aNALISES COMPARATIVAS

Levando em conta os estudos existentes, desenvolvidos pela Geotécnica em 1982 e pela Hidroconsult em 1988/89 e considerando a experiência acumulada nos últimos anos na execução de barragens de concreto compactado com rolo (CCR) foram analisadas três concepções para o barramento em questão: Barragem de terra (maciço terroso zoneado) com vertedor tipo tulipa, barragem de concreto compactado com rolo (CRR) com vertedor livre central (cujo processo construtivo foi acompanhado em campo) e barragem de terra (aterro homogêneo) com vertedor livre lateral. A seguir são apresentadas as três alternativas analisadas:

• alternativa 1

O maciço da barragem é do tipo zoneado, constituído por compactação de solo com pedregulho (tipo "randon") nos espaldares de montante e jusante e solo argiloso na região central do maciço, formando um núcleo impermeável,

As águas infiltradas no maciço serão captadas por um sistema de drenagem interno, constituído por um dreno vertical de areia implantado na interface do núcleo com o material "randon" do espaldar de jusante, interligando a um tapete horizontal drenante assentado sobre o terreno de fundação regularizado do maciço.

Face às características de permeabilidade do terreno de fundação e ombreiras, onde se apoiará o maciço, foi adotada a solução de trincheira vedante ("cut off"), implantada sob o núcleo impermeável, escavado no solo residual/saprolito até o topo da rocha sã. Resultando em uma altura máxima de 52,5 m e Volume do maciço de 1.670.000 m³

• alternativa 2

A alternativa 2 representa a solução de execução da barragem em concreto compactado com rolo (CCR), técnica que se está consolidando nos últimos anos e que vem sendo utilizada de forma crescente em função das vantagens que apresenta em determinadas situações. Resultando em uma altura máxima de 55,5 m e Volume do maciço de 295.000 m³

• alternativa 3

A alternativa 3 representa a solução de um maciço de terra, tipo aterro compactado, homogêneo, com vertedor lateral na ombreira direita.

Em relação ao maciço, exceto pelo fato do material ser homogêneo, valem as considerações efetuadas na alternativa 1. Resultando em uma altura máxima de 52,9 m e Volume do maciço de 174.000 m³

1. aspectos construtivos

O CCR é um concreto que em estado fresco suporta o peso de um rolo compactador vibratório para obtenção do adensamento e da compacidade requerida do concreto (FURNAS, 2002).

O processo construtivo e critérios de projeto da Barragem João leite em CCR, são abordados com aspectos relevantes com relação:

• Seleção do local: uma das mais importantes condições para se construir uma barragem de concreto, tanto de CVC ou CCR, está no quesito da Fundação em Rocha que merece um programa de investigações onde cinco (05) propriedades merecem destaque: Tensões de compressão,Tensões cisalhantes, Módulos de deformações, Coeficiente de Poisson, Permeabilidade, etc.
• Traço do CCR: camadas de CCR estão sendo executadas com mistura no consumo de cimento que varia entre 90 a 110 kg por m³ de CCR;
• Controle de compactação das camadas: o peso unitário mínimo admitido do CCR é de 2,4 t/m³, sendo o Grau de Compactação mínimo de campo igual ou superior a 98 % (em relação ao peso unitário teórico do concreto);
• Tratamento da junta de construção: para o caso de juntas com tempo de exposição até 24 horas, a superfície será apenas soprada com jato úmido de ar comprimido. No caso de juntas expostas por mais de 24 horas será adotado o mesmo procedimento anterior devendo no entanto ser aplicada argamassa de selo em toda a extensão da camada exposta;
• Cura e Proteção: a cura é executada mediante água aplicada por nebulizadores. A condição a ser obtida é aproximadamente a de superfície saturada seca;
• Controle de Qualidade: na central de concreto todas as amostras de CCR serão representadas por pelo menos 01 amostra ensaiada na central de concreto, devendo ser verificadas as seguintes propriedades: trabalhabilidade VeBe, Peso unitário Pratico, Grau de Compactação e Umidade do CCR, Umidade em % para o material passante na malha 9,5 mm, Moldagem de corpos de prova para rupturas nas idades de 7, 28, 90 e 180 dias;
• Critérios de Carregamentos da Barragem João Leite: as estruturas serão analisadas quanto à estabilidade externa e interna para quatro classes de carregamento: Condições de Carregamento de Construção (CCC), Condições de Carregamento Normais (CCN), Condições de Carregamento Excepcionais (CCE) e Condições de Carregamento Limites (CCL);

CNPQ / UFG