AVALIAÇÃO DA BIOQUÍMICA CLÍNICA E DO
PROTEINOGRAMA SÉRICO DE CÃES DA RAÇA DOGUE ALEMÃO SUBMETIDOS À SUPERALIMENTAÇÃO
MIGUEL, M. P., CARNEIRO,
S.C.M.C., BARINI, A. C., Santos,V.F. , FERREIRA, R. P., STRIGHINI, J. H. ,FIORAVANTI,
M. C. S.
Escola de Veterinária da UFG
mapa_mi@hotmail.com
Palavras-chave: filhote, Dogue Alemão, bioquímica,
superalimentação
A composição bioquímica do plasma sangüíneo reflete de
modo fiel a situação metabólica dos tecidos animais, de forma a poder avaliar
lesões teciduais, transtornos no funcionamento de órgãos, adaptação do animal
diante de desafios nutricionais e fisiológicos e desequilíbrios metabólicos
específicos ou de origem nutricional. A interpretação do perfil metabólico é
complexa, devido aos mecanismos que controlam o nível sangüíneo de vários
metabólitos e, também, a grande variação desses níveis em função de fatores
como raça, idade, estresse, dieta, nível de produção, manejo, clima e estado
fisiológico (GONZÁLEZ & SCHEFFER, 2002).
O objetivo do trabalho foi avaliar por meio da bioquímica clínica e do
proteinograma sérico os efeitos da superalimentação em cães da raça Dogue
Alemão, no período de crescimento, analisando uréia, creatinina, alanina
aminotransferase (ALT), fosfatase alcalina (FA), proteína total e albumina.
O experimento foi realizado no Hospital Veterinário da Escola de
Veterinária da Universidade Federal de Goiás. Foram utilizados 14 cães da raça
Dogue Alemão, machos e sadios, com idades iniciais de 70 dias os quais foram
distribuídos em dois tratamentos, com sete repetições cada, partindo-se de um
delineamento inteiramente casualizado. Os animais foram alimentados com ração
comercial seca extrusada (Ossobuco large size filhotes, super premium - Nutron
Alimentos, Campinas, SP). O tratamento 1 recebeu ração à vontade e o tratamento
2 conforme as quantidades estabelecidas pelo fabricante. Os animais foram
acompanhados entre a décima e a 36ª semana de idade.
As amostras de sangue dos animais foram
colhidas semanalmente. Foram feitas as
determinações da atividade sérica das enzimas ALT e FA e as dosagens da uréia,
creatinina, proteína total e albumina séricas. Os dados obtidos foram tabulados
e submetidos à estatística descritiva.
O nível de uréia foi determinado pelo método enzimático colorimétrico, por reação com a urease. A creatinina sérica foi determinada pelo método de Jaffe modificado, por reação com o picrato alcalino. As proteínas séricas foram determinadas pelos métodos colorimétrico, por reação com o biureto. A leitura da uréia foi feita em espectofotômetro de comprimento de onda de 600nm, e creatinina e proteínas séricas de 550 nm.
RESULTADOS E
DISSCUSSÃO
Pela avaliação dos dados obtidos para
proteína total sérica, albumina, uréia, creatinina, ALT e FA, foi possível
constatar algumas diferenças entre o TI e o TII. Foi observado que o TI
apresentou média superior para uréia e albumina quando comparado ao TII. Para
os parâmetros proteína sérica, creatinina, ALT e FA o TII revelou maiores
médias do que o TI.
Houve menor variação para proteína sérica,
albumina, uréia e creatinina, cujos coeficientes de variação foram,
respectivamente, 0,13; 0,14-0,17; 0,31-0,33 e 0,37-0,39. Já ALT e FA
apresentaram coeficientes de variação 0,43-0,44 e 0,44-0,49, respectivamente,
confirmando uma maior oscilação para esses metabólitos, o que já era esperado.
Ao analisar as variações hematológicas e bioquímicas do plasma
sanguíneo de cães da raça Labrador Retriever e Beagle em diferentes fases de
desenvolvimento, HAPER et al. (2003) observou influência marcante da idade para
todos os testes, sendo que as mudanças foram mais evidentes no primeiro ano de
vida, refletindo a fase de crescimento e maturação.
CONCLUSÕES
A maioria dos metabólitos pesquisados teve um
comportamento bastante parecido nos dois grupos, portanto não foi possível
afirmar que a superalimentação contribuiu para alterações de relevância no
perfil metabólico.
Os valores dos metabólitos encontrados para a
maior parte das semanas de tratamento permaneceram dentro da normalidade. As
diferenças das concentrações encontradas para as substâncias analisadas foram
influenciadas, principalmente, pela idade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GONZÁLEZ,
F. H. D.; SCHEFFER, J. F. S. Perfil sangüíneo: ferramenta de análise clínica,
metabólica e nutricional. Avaliação metabólico-nutricional de vacas leiteiras
por meio de fluídos corporais (sangue, leite e urina). CONGRESSO BRASILEIRO DE
MEDICINA VETERINÁRIA, 29, 2002, Gramado. Anais eletrônicos... Gramado:
UFRQS, 2002. Disponível em: http://www.5.ufrgs.br/bioquimica/extensao/anais_2002.pdf
Acesso em:19 janeiro 2004.
Harper, E.
J., Hackett, R. M., Wilkinson, J., Heaton, P. R. Age-related
variations in hematologic and plasma biochemical test results in Beagles and
Labrador Retrievers. Journal of American Veterinary Medical Association, Shaumburg, v. 223 n. 10, p. 1436-42,
2003.