Influência da porcentagem de área molhada na formação de cafeeiros novos em solo de cerrado

 

Autores: Iury Borges Paço, Robson Bonomo

 

Unidade Acadêmica: Campus Avançado de Jataí

 

E-mail: iuryzulu@hotmail.com, rbonomo@ufg.br

 

RESUMO: A cafeicultura irrigada tem se expandido de forma crescente em áreas de cerrado do Brasil central, merecendo destaque para os sistemas de irrigação por gotejamento, porém, com poucas informações sobre qual porcentagem mínima de área irrigada e ser empregada. O objetivo deste trabalho é estudar o efeito da porcentagem de área molhada, por sistemas de irrigação por gotejamento, no crescimento de cafeeiros novos sob condições de cerrados. O experimento foi instalado em Jataí-GO, consistindo de sete porcentagens de área molhada, sendo: não irrigado (0%); área total (100 %); 70 % com a área molhada igualmente distribuída em relação a linha de plantio; 31; 14; 10 e 5 % de área molhada. A variedade é a arábica cv Catuai amarelo 62, plantada no espaçamento 3,5x0,50 metros. Em razão de um curto período seco ocorrido em 2004 não foram observadas diferentes significativas entre as diferentes porcentagens de área molhada sobre o crescimento dos cafeeiros.

 

PALAVRAS-CHAVE:  Cafeicultura, Gotejamento, área molhada

 

INTRODUÇÃO

A cultura do café dada a sua elevada importância na agricultura e economia brasileiras, apresenta forte demanda na realização de pesquisas em diversos setores, principalmente as que visam a maiores produtividades. Vários sistemas de irrigação podem ser empregados em cafezais, destacando-se irrigação localizada por gotejamento e irrigação por aspersão tipo pivô central (MATIELO, 1991). Nas regiões de cerrado do Brasil Central na irrigação dos cafeeiros tem havido uma tendência de mudança para sistemas de irrigação por gotejamento por possibilitarem uma maior economia de água, além de serem mais adequados ao emprego da fertirrigação.

Um fator importante, porém pouco estudado em cafeicultura irrigada, por sistemas de irrigação localizada, está relacionado com a porcentagem de área molhada. Como recomendação para culturas, em geral, MERRIAM e KELLER (1978) recomendam um valor de 20% para regiões de clima úmido, e 33% para regiões de clima árido. Na região dos cerrados o período de irrigação do café coincide com o período de baixa precipitação, disto o valor mínimo de área molhada de 33% seria o mais recomendado. Neste sentido, este trabalho tem por objetivo estudar o efeito da porcentagem de área molhada, por sistemas de irrigação por gotejamento, no crescimento do cafeeiro novos sob condições de cerrados.

 

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio experimental foi implantado na área experimental do Centro Avançado de Ciências Agrárias da UFG, em Jataí-GO. Latitude 17o 52’ S, longitude 51o 42’ W, altitude de 696 m, temperatura média anual do ar 21 oC. O solo predominante no local é classificado como latossolo vermelho escuro distrófico, fase cerrado, com 45% de argila.

Os diferentes valores de porcentagem de área molhada foram obtidos por meio do emprego de diferentes disposições de tubogotejadores em torno das fileiras de plantas. Os tratamentos consistem de sete valores de área molhada, sendo: não irrigado (0%); área total (100 %); 70 % com a área molhada igualmente distribuída em relação a linha de plantio; 31; 14; 10 e 5 % de área molhada. Estes valores de área molhada foram medidos no campo seguindo metodologia adaptada de MERRIAM e KELLER (1978).

O manejo de irrigação adotado baseia-se na tensão de água no solo, sendo que as irrigações são realizadas quando a tensão de água no solo atinge o valor de 30 kPa na camada de 0-30 centímetros de profundidade.

              A variedade de café arábica é a Catuaí amarelo 62, plantada em dezembro de 2002. As parcelas experimentais são constituídas de três linhas de plantio com 10 plantas cada, no espaçamento de 3,50 x 0,50 m. As medições feitas visando determinar o crescimento são realizadas em seis plantas da linha central da parcela. O delineamento utilizado é o de blocos ao acaso com quatro repetições.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

              Por tratar-se o cafeeiro de uma cultura perene e a implantação dos tratamentos ter sido feita em setembro de 2003 não foi possível observar resultados do efeito da irrigação nas avaliações realizadas em outubro de 2003, março e junho de 2004, pois coincidiu com o período chuvoso na região mantendo o solo com suprimento adequado de água para todos os tratamentos. O período chuvoso em Jataí, no ano de 2004, estendeu-se até meados de junho, período a partir do qual foram reiniciadas as irrigações dos cafeeiros. Deste modo, as avaliações de crescimento de plantas, realizadas em junho de 2004, correspondiam a um período no qual o suprimento de água foi exclusivo por chuva para todos os tratamentos.

Na avaliação realizada em agosto de 2004 ainda não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos, embora as irrigações tenham sido iniciadas, para os tratamentos irrigados, a partir de junho. Isto poderá ser devido, a uma vez que o intervalo entre as últimas duas avaliações de crescimento ter sido de apenas dois meses, e as repostas aos tratamentos pelos cafeeiros serem observadas de forma mais lenta.

 

CONCLUSÕES

O período chuvoso na região de jataí no ano de 2004 foi atípico e estendeu-se até o mês de junho, desta forma, não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos com diferentes porcentagens de área molhada, em cafeeiros irrigados por gotejamento.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

MATIELLO, J. B. O café: do cultivo ao consumo. São Paulo: Globo, 1991. 320p.

MERRIAM, J. L., KELLER, J. Farm irrigation system evaluation: a guide for management. Logan: Utah State University, 1978. 271 p.