Desenvolvimento vegetativo e produção do abacaxi Pérola,

 irrigado nas condições do cerrado.

 

PAULA, D. D.; NASCIMENTO, J. L.; NAVES, R. V.; PEREIRA, A. C. C. P.

Escola de Agronomia e Engenharia de AlimentosAgronomia.

Douglaswisdam@hotmail.com

Palavras chaves:  Abacaxi, Desenvolvimento vegetativo, Irrigação.

 

1.  INTRODUÇÃO

Uma das características marcantes das regiões sob vegetação dos cerrados é a ocorrência de um período chuvoso, que se estende de outubro a abril, onde ocorre acima de 80% de precipitação total anual e um período seco de maio a setembro (Castro et al., 1994). Assim sendo, a oferta dos frutos é estacional e bastante irregular ao longo do ano, porque sua exploração é feita em grande parte nas condições de sequeiro.

O abacaxizeiro tem muitas características de vegetais adaptados ao clima seco. No entanto, maiores rendimentos de frutos de qualidade são obtidos quando a cultura é bem suprida com água. Em regiões que apresentam períodos secos prolongados, a prática da irrigação, torna-se, muitas vezes indispensável (Reinhardt et al., 2000).

As condições climáticas do Centro Oeste brasileiro mostram um total de precipitação adequada ao abacaxizeiro, porém com distribuição, muito concentrada. Este fato tem levado alguns produtores mais empreendedores do Estado de Goiás, a lançarem mão da irrigação suplementar como prática usual. Ocorre que pouco se sabe sobre o comportamento do abacaxi cultivado sob irrigação, nestas condições ambientais.

 

2.  METODOLOGIA

            O experimento está instalado na Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da UFG, em Goiânia, GO, com delineamento experimental de blocos casualizados, sendo quatro laminas de irrigação com quatro repetições.

            As lâminas de irrigação empregadas são L0(testemunha), L1= 0,4; L2= 0,8 e L3= 1,2 vezes a evapotranspiração potencial da cultura (ETpc).

            A irrigação é feita por aspersão (microaspersão setorial fixa). As lâminas de irrigação são estimadas com base na evaporação no Tanque Classe A .

            A capacidade de armazenamento de água no solo, foi estimada com base nas informações da curva de retenção de água.

O plantio foi feito em fileiras duplas, no espaçamento de 1,2 x 0,4 x 0,4 m, com aproximadamente 30.000 plantas/ha. As mudas foram do tipo filhote, padronizadas com relação à sua massa e tamanho. Cada parcela constitui-se de três fileiras duplas, com 8 m de comprimento.

As adubações, controle de pragas e doenças e demais tratos culturais efetuados, foram de acordo com as recomendações técnicas, específicas para a cultura.

O efeito dos tratamentos estão sendo avaliados pelos dados do comportamento vegetativo da cultura: ciclo, porte da planta, número de folhas e resposta à indução floral; pelo comportamento reprodutivo: número total de frutos, número de frutos comerciáveis, massa do fruto, massa da coroa, relação massa do fruto/massa da coroa, dimensões do fruto; e pela qualidade química do fruto: acidez e sólidos solúveis.

 

3.  RESULTADOS E DISCUSSÃO

A adubação de plantio e de cobertura foi realizada de acordo com a 5º aproximação (CFSG,1988). Até o momento, não foi observado incidência de pragas. No terceiro mês, foram detectadas 50 plantas com sintomas característicos de Podridão-do-Olho (Phytophthora nicotiana var. parasítica), e como medida de controle, realizaram-se 2 pulverizações com fungicida Aliette 250gr/100L de água (Matos, 2000). Para a determinação do manejo de irrigação, obteve-se a curva de retenção de água, com ela foi determinado a capacidade de armazenamento de água do solo.

Sempre que o consumo de água atinge de 50% da capacidade de armazenamento de água no solo, é realizada a irrigação. Para cada tratamento, é calculada a lâmina a ser aplicada e o tempo de irrigação.

Para o cálculo da evapotranspiração potencial da cultura (ETpc), a partir da evaporação do tanque classe A (ECA) foi considerado o coeficiente do tanque (Kp) de acordo com Doorenbos & Kassan (1994) e o coeficiente da cultura (Kc) em função do estágio de desenvolvimento da cultura (Almeida, 2001).

  ETpc = Kp x Kc x ECA,

Os dados da ECA são obtidos na estação agrometeorológica da EA/UFG, situada próxima da área do experimento.

O tempo de irrigação é determinado, dividindo-se a lâmina necessária pela intensidade de aplicação de água do sistema de irrigação. Até o presente momento, a lâmina utilizada para cada tratamento, foi de: L0=46,50mm, L1=116,34, L2=185,20 e L3=214,49

 

4. CONCLUSÃO

 Devido ao ciclo da cultura de aproximadamente 18 meses, não existem dados para avaliação do experimento, os quais serão coletados posteriormente.

 

 

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ALMEIDA, A. O. Irrigação em abacaxi. Cruz das Almas: Embrapa-CNPMF, 2001. 33p. (Embrapa-CNPMF. Documentos 60).

 

CASTRO, L. H. R.; MOREIRA, A. M.; ASSAD, E. D.  Definição e regionalização dos padrões pluviométricos dos cerrados brasileiros. In: Assad. E.D. (coord.) Chuva nos cerrados: análise e espacialização. Brasília, Embrapa/CPAC. 1994. P. 13-23.

 

CFSG (Comissão de Fetilidade de Solos de Goiás). Recomendações de corretivos e fertilizantes para Goiás. 5º Aproximação. Goiânia, UFG/EMGOPA, 1988. 101p. (Informativo Técnico, 1)

 

DOORENBOS, J.; KASSAN, A. H. Efeito da água no rendimento das culturas. Campina Grande: UFPB, 1994. P. 306. (FAO. Irrigação e Drenagem, 33).

 

MATOS, A. P. de.(Organizador). Abacaxi: fitossanidade. Embrapa-CNPMF. Cruz das Almas, BA, Brasília: (Embrapa Comunicação para transferência de tecnologia, 2000). 77p. (frutas do Brasil,9)

 

REINHARDT, D. H.; SILVA SOUZA, L. F.; CUNHA, G. A. P.; Exigências Edafoclimáticas, In: Abacaxi. Produção: aspectos técnicos. Frutas do Brasil; 7. REINHARDT, D. H.; SILVA SOUZA, L. F.; CABRAL, J. R. S. (Ed.), Brasília, (Embrapa Comunicação para transferência de tecnologia, 2000). 77p.