COMPOSIÇÃO CORPORAL E USO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES E ANABOLIZANTES POR FISICULTURISTAS
SIMÕES, L.¹; MENDONÇA, D. M.¹; TAVARES, J. A. S.¹; REZENDE, F. R. A.²; SILVA, M. S.²
¹Faculdade de Nutrição/UFG; ²Faculdade de Educação Física/UFG
Palavras-chave: composição corporal, fisiculturistas, suplementos alimentares, anabolizantes
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1 INTRODUÇÃO
O treinamento com pesos ou exercícios contra resistência ou resistidos é considerado a atividade mais eficiente para a modificação da composição corporal,, promovendo aumento da massa muscular e redução da gordura corporal, que podem ser alcançados após várias semanas de exercícios (FLECK & KRAEMER, 1999). Atletas de culturismo são os que apresentam maior percentual de massa magra dentre todas as modalidades esportivas, atingindo cerca de 70% do corpo, valor 20% acima dos sedentários (SPENST et. al., apud MAESTÁ et. al., 2000)
Vários estudos têm demonstrado que a adiposidade corpórea de atletas de força (culturistas, levantadores de peso) atinge em média 5 a 15%. Dentre esses atletas, o menor percentual de gordura corporal (8,4%) é o apresentado pelos culturistas (FAHEY et. al., apud MAESTÁ et. al., 2000).
2 OBJETIVO
Avaliar a composição corporal e detectar o uso de suplementos alimentares e anabolizantes por atletas de fisiculturismo goianos.
3 METODOLOGIA
A amostra foi constituída de 5 atletas de fisiculturismo, do sexo masculino de 23 a 39 anos de idade. Esses atletas encontravam-se inscritos na Federação Goiana de Musculação (FEGOM) e participaram do estudo, após autorizar a coleta de dados, mediante a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, conforme as normas recomendadas pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Goiás.
Dados do consumo de suplementos alimentares e anabolizantes foram coletados por meio de questionário próprio elaborado para esta pesquisa, sendo aplicado individualmente.
A avaliação da composição corporal foi realizada utilizando-se Índice de Massa Corpórea (IMC) (kg/m2), da %GC (porcentagem de Gordura Corporal) e CMB (Circunferência Muscular do Braço), protocolos descritos em Fernandes Filho (2003). A CMB foi determinada através da equação:
CMB = (Circunferência do Braço – Prega Cutânea Tricipital) x 0,314
Também foi calculado a Densidade Corporal (DC) para a qual foram utilizadas as pregas cutâneas subescapular (PCSE), suprailíaca (PCSI), tricipital (PCT) e panturilha (PCP), conforme o protocolo descrito por Petrosky (1995). Mediante a equação de Siri (1961), obteve-se a %GC.
Os índices antropométricos IMC, CB, CMB, foram comparados com os valores descritos por Maestá et al. para essa categoria de atleta e também com os valores de referência populacional. A comparação entre os índices foi feita por meio do teste "t" student, com nível de significância p<=0,05.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores de IMC e CMB encontrados no presente trabalho foram de: 28,80 ± 2,95 kg/m2 e 37,55 ± 4,97cm, respectivamente. Comparando os dados de IMC e CMB com os de MAESTÁ et. al. (2000) (IMC = 27,00 ± 1,19kg/m2 e CMB = 38,50 ± 2,50cm), encontramos diferença para os dados de IMC (p = 0,046), mas não para CMB (p = 0,268).
Quanto à %GC (Gráfico 1) dos fisiculturistas, o valor encontrado foi de 15,15 ± 3,46%. Esse percentual está dentro dos valores normais de referência para homens (MCARDLE et. al, 1996), mas diferencia estatisticamente (p = 0,007) dos valores (6,9 ± 1,5%) encontrados por MAESTÁ et. al. (2000). O referido autor ainda apresenta em seu artigo dados da % GC, de atletas de força, obtidos por outros pesquisadores. Alguns desses dados são semelhantes aos que foram encontrados neste trabalho.
Gráfico 1 - Porcentagem de Gordura Corporal (GC) de Atletas Goianos de Fisiculturismo
No que se refere ao uso de suplementos alimentares, os 5 atletas relataram que os consomem diariamente. Entre os suplementos utilizados estão: creatina, BCAA, carnitina, "Mega Mass", glutamina, Carb up, Whey Protein e aminoácidos. Segundo os atletas, os suplementos promovem aumento do apetite, da massa muscular e da força.
Quanto ao uso de anabolizantes, somente um deles relatou não utilizá-los. Aqueles que consumiam (n = 4) informaram que o objetivo principal era ganhar massa muscular e força. Os anabolizantes utilizados foram: Decadurabolin, testosterona, nandrolona e Estanazabol. Nenhum dos atletas relatou qualquer sintoma adverso com o uso de suplemento ou anabolizante.
4 CONCLUSÃO
Conclui-se que o IMC não é um parâmetro adequado para avaliação da composição corporal de fisiculturistas, devido à elevada quantidade de massa magra. A %GC dos atletas foi semelhante àquelas encontradas na população masculina em geral, enquanto que a CMB apresentou-se superior.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FLECK, S. J. e KRAEMER, W. J.. Esportes de treinamento de força. In: Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. 2 ed., cap. 12, p.212-223. Porto Alegre: Artmed, 1999.
MAESTÁ, N., CYRINO, E. S., JÚNIOR, N. N., MORELLI, M. Y. G., SOBRINHO, J. M. S., BURINI, R. C.. Antropometria de atletas culturistas em relação à referência populacional. Revista de Nutrição, Campinas, v.13, n.2, p.135-141, maio/ago, 2000.
MCARDLE, W. D., KATCH ; KATCH. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, cap.18, p.299-319, 1998.
PETROSKY, E. L.. Desenvolvimento e validação de equações generalizadas para a estimativa da densidade corporal em adultos. Tese de doutorado em Educação Física. Santa Maria: UFSM, 1995.
SIRI, M. E.. Body composition from fluid spaces and density. In: BROZEK, J., HENSCHEL, A. Techniques for measuring body composition. Washington D.C.: National Academy of Science, p. 223-244, 1961.