aVALIAÇÃO DE DIFERENTES PROFUNDIDADES DE PLANTIO da semente de "Brachiaria brizantha" cv. marandu PARA RETARDAMENTO DE SUA EMERGÊNCIA1.
AUTORES
CUNHA, E. de Q2.; BALBINO, L. C.3.; MUNIZ, L. C4.; BARROS, T. L5.; ALVES, H. M6.
1.Embrapa Arroz e Feijão
2 Eng. Agrônomo e Mestrando em Produção Vegetal UFG/CNPAF - GO. euraimi@yahoo.com.br
3 Ph. D. Física do solo e líder do Projeto Integração Lavoura-pecuária, Pesquisador do CNPAF - GO. balbino@cnpaf.embrapa.br
4 Eng. Agrônomo e Administrador de empresas, especializando em Gestão de Agronegócio na UFG.
5 Zootecnista, UCG - GO.
6 Graduando em Zootecnia, UCG - GO.
PALAVRAS-CHAVES
Consorciação, Integração Lavoura-Pecuária, semente-nucleada.
INTRODUÇÃO
O sistema de integração Lavoura-Pecuária fundamenta-se na produção consorciada de culturas de grãos, especialmente o milho, sorgo, milheto e soja com forrageiras tropicais, como as do gênero Brachiaria, tanto no sistema de plantio direto como no convencional, em áreas de lavoura, com solo devidamente corrigido. Nestes, as culturas anuais apresentam grande performance no desenvolvimento inicial, exercendo alta competição sobre as forrageiras, evitando, assim uma redução significativa nas capacidade de produção de grãos. O consórcio é estabelecido anualmente, podendo ser implantado simultaneamente ao plantio da cultura anual ou cerca de 10 a 20 dias após a emergência desta (KLUTHCOUSKI, J et al., 2000).
O braquiarão (Brachiaha brizantha cv. Marandu) é uma gramínea forrageira procedente do Zimbábue, na África, bem difundida no Brasil, recomendada como alternativa para cerrados, face a sua alta produção de forragem, boa capacidade de rebrota, tolerância ao frio, à seca, ao fogo e a cigarrinhas de pastagem. No solo apresenta boa tolerância a níveis médios de alumínio e manganês (ALCÂNTARA & BUFARAH. 1988).
A utilização de sementes de alta qualidade representa a meta prioritária dentro do processo de produção, pois de um modo geral, a germinação e a emergência das plântulas são reflexos da qualidade fisiológica. A causa das falhas de germinação, ou mesmo da redução da velocidade de emergência, freqüentemente é atribuída ao baixo vigor, associado ao processo de deterioração. No entanto, análises mais detalhadas do problema permitem a identificação de vários fatores do ambiente que afetam positivamente e/ou negativamente a germinação. Entre esses fatores, certamente destaca-se a disponibilidade de água no solo (MARCOS FILHO et al., 1987). O presente trabalho teve por objetivo estudar o retardamento de emergência das sementes de B. brizantha, em função das diferentes espessuras da camada de nucleação e profundidade de plantio.
MATERIAL E METODOS
O ensaio foi conduzido em casa de vegetação no período de setembro a novembro de 2003, na Embrapa Arroz e Feijão, município de Santo Antônio de Goiás, Estado de Goiás. O delineamento experimental foi inteiramente casualizados, esquema fatorial 6 x 5 x 4, sendo 6 tipos de sementes, 5 profundidade de plantio e 4 repetições.
Utilizou-se vinte grânulos de nucleação por vaso, semeados em duas linhas de plantio. Os diferentes tipos de grânulos utilizados foram A1 – B. brizantha sem nucleação, A2 – B. brizantha nucleada (padrão comercial), A4 – B. brizantha nucleada (com o dobro da massa), B4 – B. brizantha nucleada (com duas sementes). As profundidades de plantio utilizadas foram 0,0; 3,0; 6,0; 9,0 e 12,0 cm. Os vasos foram irrigados de forma a não acarretar estresse hídrico. Os parâmetros avaliados foram número médio de dias do plantio a emergência e o número médio de plantas por vaso no estádio V1. A determinação da emergência após a semeadura foi estabelecida quando 50% das plantas emergem em cada vaso.
O número de plantas no estádio vegetativo V1 foi determinado quando 50 % das plantas atingirem este estádio, que é caracterizado quando a segunda folha ou folha bandeira atingir 10 cm de altura. Considerou-se que, nesta fase, a planta está apta a extração de nutrientes do solo. A análise de variância foi feita utilizando o "software Sisvar". Para os testes de médias, utilizou-se o Scott-Knott a 5% de significância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme resultado da análise estatística, a variável dias após a emergência não apresentou diferença significativa para os tipos de sementes e camadas de plantio. Isso indica que a profundidade de plantio e os diferentes tipos de nucleação não interferiram no tempo de emergência. Entretanto, a camada de 12,0 cm tendeu à retardar a emergência nos diferentes tipos de materiais, tal fato pode ser explicado pela perda de vigor durante o processo de emergência nessa camnada, diminuindo o estande da área.
Os valores médios de plantas por vaso em função dos tipos de sementes são apresentados na Tabela 1 e camadas de semeadura são apresentados na tabela 2. Pode-se constatar na Figura 1, que o material A2 tende a apresentar um maior N° de plantas do que os materiais A1 e A4, apesar de serem estatisticamente iguais. A semente B4 apresentou um maior número de plantas em relação aos outros tipos de sementes. Tal fato se deve a característica apresentada pelo grânulo B4, que contem de duas a três sementes.
Constata-se na Figura 1 que as camadas de 0,0; 3,0; 6,0 e 9,0 cm, apresentaram um maior número de plantas por vaso que a profundidade 12,0 cm. Apesar no número de plantas por vaso da camada 3,0 cm não ser estatisticamente diferente das camadas 0,0; 6,0 e 9,0 cm, está apresentou o maior número de plantas por vaso. Para a uma formação de uma pastagem o números de plantas por m2 é um importante fator e deve ser levado em consideração. Os materiais avaliados não apresentam as características desejáveis para o Sistema de integração Lavoura-Pecuária em função da precocidade na emergência das plantas de forrageiras.
CONCLUSÕES
A semente B4 apresentou maior número de plantas por vaso devido ao maior número de sementes por grânulo.
Os processos de nucleação utilizados neste experimento não proporcionaram o retardamento esperado na emergência.
Na camada 12,0 cm ocorreu redução no vigor das sementes, diminuindo o número médio de plantas emergidas por vaso.
Vê-se necessário o estudo de substâncias que possibilitem um efetivo retardamento na emergência de sementes indicadas para a integração Lavoura-Pecuária.
REFERÊNÇAS BIBLIOGRÁFICAS
ALCÂNTARA, P.B. & BUFARAH, G. Plantas Forrageiras: gramíneas e leguminosas. 4º ed.ver. e ampliada. São Paulo, Nobel, 19988. 162p.
KLUTHCOUSKI, J.; COBUCCI, T.; AIDAR, H.; YOKOYAMA, L.P.; OLIVEIRA, I.P. de.; COSTA, J.L.S. da.; SILVA, J.G. da.; VILELA, L.; BARCELLOS, A. O. de.; MAGNABOSCO, C. U. de. Sistema Santa Fé: integração lavoura-pecuária pelo consórcio de culturas anuais com forrageiras, em áreas de lavoura, nos sistema direto e convencional. Goiânia: Embrapa-CPAF-APA, 2000. 28p. (Circular técnica/ Embrapa Arroz Feijão. ISSN 15168476; 38).
MARCOS FILHO, J.; CICERO, S.M.; SILVA, W.R. Avaliação da qualidade das sementes. Piracicaba:FEALQ, 1987. 230p.
ANEXOS
Tabela 1. Número médio de plantas por vaso em diferentes tipos de sementes Brachiaria brizantha cv marandu.
Tipo de grânulo |
Número médio de plantas por vaso* |
A1 |
8,67 b |
A2 |
10,87 b |
A4 |
9,52 b |
B4 |
20,27 a |
As médias com diferentes subscritos diferem-se estatisticamente pelo teste de Scott Knott com 5% de significância
Figura 1. Número médio de plantas vaso-1 em diferentes camadas de semeadura.
As médias seguidas de mesma letra não diferem-se estatisticamente pelo teste de Scott-Knott com 5% de significância.
FOTE FINANCIADORA: Com. Export. de Sementes Germisul LTDA